Breve Introdução
O título do livro leva o nome de seu personagem principal, que aparentemente é um nome que deriva da palavra “estrela”. Ester também tinha seu nome hebraico, Hassada, que significa “murta”, gênero de plantas arbustivas que serve de tipo às mirtáceas.
O autor do livro é desconhecido, mas provavelmente um judeu da dispersão, morador da Pérsia. O livro é datado entre 450 e 350 a.C.
Segundo o teólogo Carlos Osvaldo Pinto, a mensagem do livro é:
A fidelidade de Deus à aliança abraâmica é demonstrada na maneira soberana e providencial como Ele preserva Seu povo do ódio gentílico, mesmo quando Israel está alheio à intervenção divina na história.
Capítulo 1
O rico rei Xerxes deu um banquete para ricos e pobres. No sétimo dia de festa o rei pediu a presença da bela rainha Vasti, que se recusou em atender o pedido do rei, deixando-o indignado.
Em função desta atitude, o rei consultou especialistas da lei. Memucã, um deles, sugeriu que Xerxes decretasse que Vasti nunca mais comparecesse em sua presença e o rei tivesse outra rainha em seu lugar. Assim, as mulheres de todo reino respeitariam seus maridos. A proposta do especialista foi bem vista e aceita pelo rei Xerxes.
Capítulo 2
Xerxes se lembrou do decreto que fez sugerido por Mecumã e pediu que procurasse as mais belas virgens em seu reino, para que depois de um ano de tratamento de beleza, como prescrito, fosse elas apresentadas a ele.
Mardoqueu, judeu da tribo de Benjamim, que fora levado de Jerusalém no tempo de Nabucodonosor, tinham uma prima chamada Hadassa, conhecida como Ester, que era muito atraente. Mardoqueu era, além de primo, seu pai adotivo.
Ester, sem revelar a que povo pertencia, pois Mardoqueu a proibira, foi trazida ao harém do palácio e tão brevemente agradou a Hegai, oficial responsável pelo harém, que a favoreceu. Ester então ganhou a aprovação do rei quando ela lhe foi apresentado, tornando-se a rainha no lugar de Vasti.
Ester, mesmo com tal posição, ainda seguia as instruções de Mardoqueu, que certa vez descobriu o plano de dois guardas que conspiravam contra Xerxes. Ele contou para Ester que os delatou ao rei em nome de Mardoqueu. Isso foi escrito nos registros históricos do rei.
Capítulo 3
Certa vez o rei Xerxes honrou Hamã, promovendo-lhe acima de todos os outros nobres. Conforme as ordens do rei, todos deviam se prostrar diante dele. No entanto, Mardoqueu assim não procedia.
Hamã ficou irado quando viu que Mardoqueu não se curvava. Para Hamã, não bastava eliminar Mardoqueu e sua insolência, mas todo o povo Judeu do império de Xerxes.
Escolhido o dia para execução do genocídeo, Hamã disse ao rei que o povo judeu tinha costumes muito diferentes de todos os outros povos e que não obedeciam as leis do rei. Xerxes então concedeu a Hamã que fosse feito a sua vontade e lhe entregou seu anel-selo, sendo assim feito no nome do rei.
Foram enviadas cartas à cada província do reino para o conhecimento de todos, de que no décimo segundo mês (adar), o decreto de eliminação do povo judeu sucederia.
Versículo de destaque:
2b- Mardoqueu, porém, não se curvava nem se prostava diante dele (Hamã).
Capítulo 4
Mardoqueu, quando soube do decreto contra seu povo, ficou de luto. Judeus de todo reino pranteavam por causa do decreto feito em nome do rei.
Hatá, um dos oficiais do rei, a pedido da rainha Ester, foi verificar o que se passava com Mardoqueu. Depois de explicar sobre o decreto, ele pediu que Ester intercedesse pelo povo judeu ao rei. Todavia, uma lei a impedia: o rei deve ceder a palavra para que alguém fale com ele, caso contrário, tal pessoa seria morta.
Mardoqueu então expressa conhecimento e fé em seu Deus. Ele sabia que por um meio ou por outro, o livramento chegaria aos judeus. Ele cria que a posição atual de Ester, como rainha, era providencial para o desenvolvimento da vontade divina.
Ester corajosamente decide seguir a sugestão de Mardoqueu e interpelar ao rei.
Versículo de destaque:
14 – pois, se você ficar calada nesta hora, socorro e livramento surgirão de outra parte para os judeus, mas você e a família do seu pai morrerão. Quem sabe se não foi para um momento como este que você chegou à posição de rainha?
Capítulo 5
A rainha Ester, disposta a salvar seu povo contra o firmado decreto real, plano de Hamã, se pôs diante do trono do rei que teve misericórdia no pátio interno do palácio. Ele estendeu seu cetro, dando a ela permissão para falar.
Antes do pedido de Ester, o rei garantiu a ela metade do reino caso este fosse seu desejo, mas ela somente pedira pela presença do rei e de Hamã em um banquete preparado por ela.
Atendido ao pedido, ambos compareceram ao (primeiro) banquete feito por Ester, onde o rei voltou a questioná-la sobre seu pedido. Ela disse para que ambos comparecessem ao (segundo) banquete e lá ela responderia à pergunta do rei.
Capítulo 6
Com dificuldades de dormir, o rei Xerxes ordenou que trouxessem o livro das crônicas e que este fosse lido para ele. Leram sobre o evento que Mardoqueu delatou o plano de dois oficiais para matar o rei. Xerxes então pergunta que honra Mardoqueu havia recebido por isso e seus oficiais lhe responde que nada havia sido feito.
Hamã, no pátio, se preparava para pedir ao rei o enforcamento de Mardoqueu. No entanto, posteriormente, quando na presença do rei por sua ordem, foi questionado sobre o que deveria se fazer com a pessoa que o rei tem prazer de honrar. Pensando ser ele tal pessoa, sugeriu, em suma, uma aparição pública com adornos reais e com alguém proclamando a benevolência do rei para a pessoa que ele tem prazer de honrar.
Para surpresa de Hamã, ele teve de preparar Mardoqueu com tais adornos e proclamar pelas ruas da cidade o que havia sugerido a Xerxes.
Evergonhado, Hamã retornou para sua casa, compartilhou com Zeres e amigos o que havia acontecido. Então seus conselheiros e mulher mostraram conhecer a singularidade do povo judeu ao dizerem: visto que Mardoqueu, diante de quem começou a sua queda, é de origem judaica, você não terá condições de enfrentá-lo. Sem dúvida você ficará arruinado! (v. 13 – verso de destaque).
Capítulo 7
O rei e Hamã foram ao banquete com a rainha Ester. Lá o rei voltou a perguntar à rainha qual era seu desejo, reafirmando que se seu seu pedido fosse metade do reino, ele seria concedido.
Entretanto o pedido de Ester foi para que o rei poupasse a vida do povo judeu, seu próprio povo.
Xerxes então perguntou quem era o responsável por isso e ela respondeu Hamã. Assim o rei saiu furioso para o jardim do palácio, já decidido em condená-lo. Por isso Hamã ficou na presença de Ester para implorar por sua vida. Por estar ele caído sobre o assento da rainha suplicando por sua vida, deu a impressão ao rei, quando este voltou do jardim, que ele violentava a rainha (lembre-se que eles estavam em um banquete tomando vinho e que a fúria altera nosso juízo sobre os fatos).
Hamã foi levado à forca que tinha preparado para Mardoqueu, lembrado pelos oficiais comoaquele que intercedeu pela vida do rei (possivelmente por causa da honra pública que Xerxes lhe havia dado). Depois da morte de Hamã, o rei se acalmou.
Versículo de destaque
10 – Assim Hamã morreu na forca que tinha preparado para Mardoqueu; e a ira do rei se acalmou.
Capítulo 8
Ester recebeu todos os bens de Hamã e nomeou Mardoqueu, seu parente, o administrador destes bens. Ele também recebeu o anel-selo do rei.
Mesmo com Hamã morto, Ester ainda implorou ao rei que o decreto de eliminar os judeus do reinado de Xerxes fosse revogado.
O rei então pediu que escrevessem outro decreto, que concedia aos judeus se reunirem e de se protegerem, de destruir, matar e aniquilar qualquer força armada que os ameaçasse. O decreto foi publicado no décimo terceiro dia de adar (fevereiro/março).
Mardoqueu deixou a presença do rei com vestes nobres. As cidades que recebiam as notícias regozijavam. Muitos que pertenciam a outros povos do reino tornraram-se judeus, porque o temor dos judeus tinha se apoderado deles.
Versículo de destaque (17b):
Muitos que pertenciam a outros povos do reino tornaram-se judeus, porque o temor dos judeus tinha se apoderado deles.
Capítulo 9
Quando chegou a data do decreto arquitetado por Hamã, os inimigos de Israel esperavam vencê-los, todavia o contrário aconteceu. Neste cenário, Mardoqueu se tornava cada vez mais poderoso.
Para garantir a satisfação da rainha, Xerxes perguntou se ela ainda tinha mais algum pedido. Ela respondeu que gostaria do ter o decreto em prol dos judeus permitido no dia seguinte também, dando assim a oportunidade de aniquiliar com a família de Hamã, aquele que atentou contra o povo judeu.
Por causa do sucesso judeu, os dias 14 e 15 do mês de adar se tornaram tempo de comemoração, inclusive como determinação real. Este tempo foi chamado de Purim, pois o pur, isto é, a sorte de Hamã se voltou contra ele. O Purim jamais deveria deixar de ser comemorado pelos judeus e os seus descendentes jamais deveriam se esquecer de tais dias.
As estipulações do Purim foram confirmadas no decreto de Ester.
Versículo de destaque (28): Esses dias* seriam lembrados e comemorados em cada família de cfada geração, em cada província e em cada cidade, e jamais deveriam deixar de ser comemorados pelos judeus. E os seus descendentes jamais deveriam esquecer-se de tais dias.
*Sobre a festa de Purim.
Capítulo 10
Xerxes impôs tributos em todo seu reino. Seus atos de força e a grandeza de Mardoqueu estão registrados no livro de crônicas dos reis da Média e da Pérsia.
Mardoqueu foi o segundo na hierarquia, muito amado e importante entre os judeus, pois trabalhou para o bem de seu povo e promoveu o bem-estar de todos.
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