1. A submissão não é neutra nos valores.
Ela não diz que o errado é certo. Ela não se aplica a atividades criminosas. Pedro afirma o propósito para o qual a autoridade foi instituída – “punir os que praticam o mal e honrar os que praticam o bem” (v. 14). Embora os leitores de Pedro estivessem possivelmente debaixo de autoridades que não praticavam o bem, é evidente que Pedro não diz que a autoridade está acima da lei de Deus. Não se deve, por exemplo, aplicar esta passagem para deixar de denunciar a atividade criminosa de alguém em posição de autoridade. “Estar sujeito” não inclui “ficar silencioso”. O conhecimento da função da autoridade requer, na verdade, justamente o oposto.
2. A submissão não é passiva.
Ela não silencia diante do erro. O objetivo da submissão é silenciar a ignorância e insensatez (v. 15) daqueles que exercem poder sem o pleno temor a Deus. Pedro não quer silenciar seus leitores; ele ensina como Deus quer usá-los como instrumento para silenciar as autoridades abusivas. É importante notar que Pedro não corrompe a definição de “bem”. Ele não diz: “Façam tudo aquilo que as autoridades quiserem. Consintam com o erro. Satisfaçam às autoridades para que vocês se protejam da melhor forma possível”. Esta mentalidade não vence o mal com o bem (Rm 12.21). Ela permite que o mal defina o bem e finge que o mal é certo. Pela prática do bem diante do mal, o verdadeiro bem conforme definido por Deus, é possível no mínimo emudecer a ignorância dos insensatos.
3. A submissão não é aceitação sem entendimento.
Ela não resulta de repressão, mas de liberdade (v. 16). Pedro não equipara a submissão, mesmo a submissão a uma autoridade que não honra a Deus, à perda de liberdade. É útil, aqui, definirmos a liberdade de que Pedro fala. Trata-se da capacidade que temos em Cristo para buscar o que realmente importa na vida: viver ativamente como servo de Deus, para cumprir o propósito dEle, em temor a Ele.
Qual o proveito de aprender o que a submissão não é? Somos encorajados à pratica de uma submissão corajosa, com uma missão definida: servir a Deus. A autoridade que não atua no temor a Deus não nos rouba essa missão nem a capacidade de realizá-la.
Diante de uma autoridade que não honra a Deus com seus atos, nosso objetivo deve ser perseverar em fazer o bem – ou seja, expressar em nossa atitude e procedimento o caráter de Cristo, capacitados pela graça e pela vida de Cristo em nós – e contagiar com o bem a nossa esfera de influência. O mal não vence por ter a supremacia. O mal vence quando contagia. Da mesma forma, o bem não é derrotado por estar em aparente desvantagem. O bem vence quando contagia.
Fonte: Conexão Conselho Bíblico
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