Recentemente fui convidado por líderes jovens da igreja congregacional para falar sobre o tema “Táticas e Estratégias”, fazendo uma analogia com o jogo de xadrez. Não pude deixar de falar de uma perspectiva que talvez não fosse aquela esperada por eles, mas acredito que essencial para que eles não perdessem o verdadeiro foco que toda criatura feita à imagem e semelhança de Deus, não somente os cristãos, deve ter.
O texto é o esboço da mensagem, como segue.
Introdução
Qual o objetivo do xadrez? Fazer o xeque[1], é isso? Não. O objetivo é fazer o xeque-mate: “o Rei atacado por uma ou mais peças adversárias não pode permanecer na casa em que está, movimentar-se para outra ou ser defendido por outra peça”. (Wikipedia)
Todo jogador deve, antes de começar uma partida de xadrez, entender bem o objetivo do jogo, caso contrário, correrá um sério risco de perder o foco. (Por exemplo, querer eliminar todas as peças do adversário antes de aplicar o xeque-mate não é, geralmente, uma estratégia inteligente.)
Qual o objetivo do jogo da vida? (Eu não me refiro ao jogo de tabuleiro.) Por qual ou para qual razão nós, homens e mulheres fomos criados? Vejamos alguns textos.
1Pe 4.11 – Se alguém fala, faça-o como quem transmite a palavra de Deus. Se alguém serve, faça-o com a força que Deus provê, de forma que em todas as coisas Deus seja glorificado mediante Jesus Cristo, a quem sejam a glória e o poder para todo o sempre. Amém.
1Co 10.31 – Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus.
Is 43.7 – …todo o que é chamado pelo meu nome, a quem criei para a minha glória, a quem formei e fiz.
Nosso objetivo de vida não é nossa felicidade. Nosso objetivo de vida não é estudar, trabalhar e constituir uma família. Nosso objetivo de vida é estudar, para a glória de Deus; trabalhar, para a glória de Deus; e constituir uma família para a glória de Deus. É fazer tudo para a glória de Deus! (Veja aqui uma bela canção sobre o assunto de João Alexandre – clique). Estudar, trabalhar e constituir famílias são meios para este mais que nobre fim, divino fim.
João Batista, que foi chamado por Jesus de o maior entre os nascidos de mulher, disse: É necessário que Ele cresça e eu diminua (Jo 3.30). Ele sabia de quem deveria ser a glória.
Interessante é pensar também, por exemplo, que muitas vezes olhamos para a encarnação de Jesus simplesmente como um evento. Mas note as palavras de João (1.14,18): Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade; Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido. O alvo da encarnação de Deus era a glória do Pai, e os meios, os valores disso, a graça e a verdade. (Veja mais sobre isso em “A encarnação de Cristo e o ministério pessoal”, por T. Zambelli.)
Note então, com estes poucos exemplos, que além de termos um propósito de vida claro, traçado pelo próprio Deus, nós temos também a orientação sobre como devemos cumprir este propósito.
Veja esta ilustração:
Na minha pequenina experiência com Deus, em meu contexto, percebo muitos cristãos exatamente como o personagem da figura (acima). Eles pedem a Deus: “Senhor, mostra-nos o caminho, mostra-nos como devo proceder.” E no silêncio ensurdecedor de Deus, Ele simplesmente apresenta Sua palavra.
Paulo escreveu a Timóteo (2Tm 3.16-17): Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra. (Grifos meus.) Seja honesto consigo mesmo: você acredita ou não nessa passagem? Você crê ou não na suficiência das Escrituras? Você já pensou que muitas vezes você e eu oramos por conhecer a vontade de Deus que já está revelada nas Escrituras? Por que, então, ao invés de ficarmos pedindo a Deus o que Ele já revelou, não começamos a estudar mais as Escrituras? Será que isso não é reflexo do nosso contexto pós-moderno e o “espírito” da facilidade (“fast-food”) deste mundo? Por que não oramos por sabedoria? (Tg 1) Oremos para que o Espírito Santo de Deus nos faça compreender as Sagradas Escrituras. Oremos para que, compreendendo a vontade de Deus, que já está revelada para que sejamos apto e plenamente preparado para toda boa obra, como Paulo disse, consigamos obedecê-la!
Uma passagem que pode soar como pedra de tropeça para compreender a busca pela vontade de Deus é Efésios 5.15-17, que diz:
Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios, aproveitando ao máximo cada oportunidade, porque os dias são maus. Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor. (grifo meu.)
Com o texto em mente, pergunte-se: como procurar compreender a vontade do Senhor?
Você já notou que o contexto responde a vários mandamentos? Perceba como Paulo desenvolve seu pensamento. No mesmo capítulo, alguns versículos antes:
- Vivam como filho filhos da luz (5.8). E pouco depois ele diz como isso é possível: o fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade (v.9).
- Aprendam a discernir o que é agradável ao Senhor (v.10).[2] E como fazer isso? Ao invés de participar das obras infrutíferas das trevas, exponham-nas à luz, diz o apóstolo (v.11). Logo em seguida, ele diz o porquê de se expor à luz.
No nosso trecho (vv.15-17):
- Como ter cuidado com a maneira que vivemos (que os éfesos viviam, à priori)? Não seja insensato, mas seja como um sábio! E o que o sábio faz? Ele aproveita ao máximos as oportunidades que lhe são dadas. (vv.15,16)
- Não seja insensato,[3] exorta Paulo, ao contrário, procurem compreender qual é a vontade do Senhor. Então, como podemos fazer isso, compreender a vontade de Deus?
Note que o v.17 começa com portanto (dia touto). Tal palavra inicia a conclusão da seção do pensamento do apóstolo. Então, assim, portanto, concluindo, dessa forma, diz o apóstolo, não sejam insensatos (v.17). O que então devemos ser? Ou, melhor, o que devemos fazer? Syniami é a palavra grega que traduz a expressão procurem compreender (na ARC e ARA entendei). Entender o significado dessa palavra responde para nós a forma como devemos entender (NTLH) ou compreender a vontade de Deus. Assim, de acordo com os contextos da passagem, devemos ler diligentemente as Escrituras e nos submeter ao enchimento do Espírito de Deus para compreender Sua vontade. E esse segundo aspecto, é algo que Deus faz por meio da leitura da Palavra, oração, adoração e gratidão. Nas palavra de Wiersbe:
“Entendimento” sugere o uso de nossas mentes para descobrir e fazer a vontade de Deus. Muitos cristãos têm a ideia de que a descoberta da vontade de Deus é uma experiência mística que exclui o pensamento claro [concreto]. Mas essa ideia é errada e perigosa. Nós descobrimos a vontade de Deus enquanto Ele transforma a mente (Rm 12:1-2), e essa transformação é o resultado da Palavra de Deus, da oração, da meditação e da adoração. Se Deus te deu uma mente, então Ele espera que você a use. Isso significa que aprender a Sua vontade envolve coleta de fatos, com examinação e avaliação deles, e oração pela sabedoria de Deus (Tiago 1:5). Deus não quer que nós simplesmente estejamos informados sobre Sua vontade, Ele quer nos fazer entender a Sua vontade.[4]
A estratégia de Deus
Tendo essa percepção de nós mesmos e da Bíblia, agora podemos pensar: quais são as estratégias de Deus para que o propósito pelo qual nós fomos criados seja cumprido? Será que realmente existe uma estratégia? E a resposta deve ser um unânime sim!
Por infelicidade do próprio homem, desobedecemos a Deus e vivemos com os resultados dessa obstinada desobediência. Pelo relato de Gênesis, sabemos que o homem e a mulher foram criados à imagem e semelhança de Deus e ambos, juntos, eram equipados para obedecer às ordens do Criador. Todavia, a mulher, enganada pelo Diabo, oferece o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal a seu marido, Adão, que silenciosamente submete-se a ideia de Eva, é apontado como o responsável pelo equívoco fatal[5].
Naquele momento, Deus revela, em poucas palavras, que existe um plano: Então o Senhor Deus declarou à serpente: “Já que você fez isso, maldita é você entre todos os rebanhos domésticos e entre todos os animais selvagens! Sobre o seu ventre você rastejará, e pó comerá todos os dias da sua vida.Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar. (Gn 3.14-15 – grifo meu.)
Esse trecho é conhecido como “protoevangelho”, ou seja, a primeira boa notícia anunciada por Deus para redenção da humanidade. Perceba que essa estratégia de Deus tem em vista o propósito de Deus para a humanidade: glorificá-lO. Infelizmente, com o advento do pecado o homem e a mulher se tornaram incapazes de cumprir com o propósito divino. A estratégia de Deus, elaborada antes mesmo da criação da humanidade, é apresentada: um redentor os libertará da escravidão do pecado e do engano da serpente. Em outras palavras, um Redentor é apresentado.
Talvez pudéssemos fazer um filme baseado na Bíblia que se chamasse “em busca do propósito perdido.” E quem seria a estrela desse filme? Deus!
O filme
Indiana Jones, o personagem coadjuvante, além de arqueólogo, era médico, advogado e engenheiro. Numa de suas expedições ele acha um pequeno manuscrito antigo, em grego koinê, que diz: Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando-lhes exemplo, para que sigam os seus passos.
Durante todo o filme, Jones procura responder:
- Quem é Cristo?
- Por que Ele sofreu?
- Por que sofreu no lugar de outras pessoas?
- Isso se torna um exemplo para quem? Para quê? Por quê?
- Por que eu devo seguir os passos de Jesus?
No final do filme Jones percebe que o propósito perdido era a glória de Deus e a única forma de tê-la, era uma estratégia diferente de todas as outras, que Ele, conhecedor de muita coisa, ouvira falar: a estratégia de Deus era uma pessoa: Jesus Cristo!
Você já pensou nisso? A estratégia que Deus tem é Ele mesmo, mais especificamente a segunda pessoa da santíssima Trindade, o Filho, cujo nomes é Jesus Cristo!
O Evangelho não é, como alguns podem pensar, um sistema de redenção, um conjunto de ideias e princípios que, quando realizados perfeitamente, tudo dá certo. É isso que nos faz tão diferente, por exemplo, da psicologia, que virou as costas para Deus e oferece “às pessoas um conjunto de observações, uma coleção de discernimento, ou passos de um processo.”[6] Não sou contra os psicólogos, nem a psicologia em si, sou apenas ciente que sem Cristo é impossível pessoas serem transformadas para a glória de Deus, cumprindo a razão pela qual ela deve viver.
A Bíblia não é uma enciclopédia, mas a história do plano de Deus para restagar a humanidade sem esperança e sem solução. É a história de pessoas que são resgatadas de sua própria autossuficiência e sabedoria e transportadas para um reino onde Jesus é o centro e há esperança viva e verdadeira.[7]
A nossa (humana) estratégia
A batalha que acontece num tabuleiro de xadrez, que peões, torres, bispos, cavalos e a coroa monárquica travam, é de uma perspectiva humana. Não há uma estratégia divina no jogo. E mesmo que entendêssemos o jogo como se dois deuses controlassem as peças, ou seja, os humanos, os animais e as coisas, ainda assim não seria a perspectiva correta da verdade, porque além de não existirem dois deuses, o propósito do verdadeiro Deus não é a derrota de um reino, seja ele branco ou preto. Não se confunda o objetivo final de Deus não é derrotar o reino das trevas. Este é somente um dos resultados quando a luz brilha na escuridão.
Porém, sim, é verdade que Deus derrotará o reino das trevas. Você que creu em Jesus já foi transportado do reino das trevas e agora faz parte do Reino do Rei Jesus, vitorioso: dando graças ao Pai, que nos tornou dignos de participar da herança dos santos no reino da luz.Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados. (Cl 1.12-14)
Com tudo isso mente, eu pergunto: qual será nossa estratégia para que todos aqueles que estão ao nosso redor, seja rapaz ou moça, criança ou adulto, volte seus olhos para Deus e O glorifique?
A estratégia de Deus é uma pessoa, Jesus Cristo, Deus encarnado. Saiba que essa também deve ser nossa estratégia. Qualquer coisa diferente disso não será suficiente para alcançarmos nosso divino propósito.
Conclusão
Qual a melhor estratégia para falar para meu irmão que copiar as resposta das provas de outro é pecado? Que namorar alguém que não seja um verdadeiro cristão é pecado? Que fofoca é pecado? Que chegar atrasado para um compromisso que você deu a palavra é pecado? Que pornografia é pecado? Que pirataria é pecado? Que homossexualidade é pecado? Que servir na igreja para ser bem visto pelos outros é pecado? Que o pecado é nossa barreira para cumprir nosso dever de glorificar o Criador?
A melhor, e de fato única estratégia, é Jesus Cristo. Veja o que Paulo disse: Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego (Rm 1.16). Note que nesta passagem Paulo diz ser o evangelho o poder de Deus para salvação. Mas o que é o Evangelho? Ele responde: Irmãos, quero lembrar-lhes o evangelho que lhes preguei… Pois o que primeiramente lhes transmiti foi o que recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escritura. (1Co 15.1-4)
O Evangelho é a vida, a morte e a ressurreição de Cristo! A nossa estratégia, o poder de Deus para a salvação, é a pessoa de Jesus Cristo.
Veja o que Paulo disse à igreja de Corinto sobre ‘A’ estratégia: Eu mesmo, irmãos, quando estive entre vocês, não fui com discurso eloquente nem com muita sabedoria para lhes proclamar o mistério de Deus. Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado.E foi com fraqueza, temor e com muito tremor que estive entre vocês. Minha mensagem e minha pregação não consistiram de palavras persuasivas de sabedoria, mas consistiram de demonstração do poder do Espírito, para que a fé que vocês têm não se baseasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus. (1Co 2.1-5 – grifo meu)
Sei que isso pode soar que os planos que usamos para a salvação ou mesmo edificação de outros sejam fúteis. Não é isso. Toda sistematização das ideias que compõem a apresentação do verdadeiro Evangelho é boa, mas infelizmente, o que geralmente acontece é que ofuscamos a Pessoa de Cristo nesse plano logicamente organizado, porque ao invés de testemunharmos, nós simplesmente dizemos acerca dEle.
Quando testemunhamos, aplicamos a estratégia de Deus de forma eficiente e eficaz, pois essa é a metodologia para o uso da estratégia. Foi o Senhor Jesus quem ensinou (Atos 1.8): … e serão minhas testemunhas…
A palavra testemunha, no livro de Atos, aparece como verbo (testemunhar) e substantivo (testemunha) 29 vezes. Ela não é somente importante por causa do número de vezes que aparece, mas porque, ao entendê-la, nossa abordagem para usar a estratégia (Jesus Cristo), para o propósito (glória de Deus), toma seu nível correto.
Mas, então, o que é ser testemunha do Senhor Jesus?
Uma testemunha é alguém que diz o que ele ouviu ou viu. Quando você é uma testemunha numa corte, o juiz não está interessado em suas ideias ou opiniões; ele somente quer ouvir o que você sabe. [8]
Somente é capaz de usar bem a estratégia de Deus, aquele que a conhece. Por conhecer, eu me refiro a uma vida que mostra o que há dentro dela, da mente e do coração, segundo a Palavra de Deus.
Graças a Ele, a salvação e a edificação de nossos próximos não estão condicionadas à nossa piedade. Não é porque fulano sabe mais versículos memorizados que ciclano, que pessoas ao seu redor irão, indubitavelmente, crescer mais ou serem mais salvas. Não é porque eu invisto mais tempo de oração que dona Maria, que pessoas ao meu redor irão crescer mais ou serem mais salvas do que ao redor dela. Isso também vale para aqueles que contribuem mais e/ou cantam mais alto e afinado que seus irmãos. Mas lembre-se da parábola do semeador. Tanto a semente quanto o semeador não mudam na história, no entanto, os solos eram outros. Em outras palavras, a mesma semente que caiu em terra boa e prosperou, foi a semente que não vingou. O que podemos fazer, façamos com a excelência que Ele nos ensina, plantando e regando, como Paulo e Apolo, mas Deus é quem faz crescer (1Co 3.6).
Oração
Pai, ajude-nos a ensinar a estratégia que o Senhor mesmo usou e nos revelou. Estamos ciente que Jesus Cristo é o único caminho para uma genuína transformação e redenção do homem, para Sua glória. Em nome de Jesus, amém.
[1] Geralmente é esta a palavra usada para avisar o adversário que seu rei está em perigo e ele precisa protege-lo, diferente de quando falamos “xeque-mate”, apesar de, em alguns contextos, ambas expressões significarem a mesma coisa.
[2] Note que neste texto, Paulo usa o verbo “aprender” e não “orar” para discernir a vontade de Deus.
[3] A NVI usou insensato para o v.15 e 17, mas no grego são palavras diferentes, sendo que a do v.17 tem uma conotação mais pesada, do tipo “estúpido.”
[4] Wiersbe, W. W. (1996). The Bible exposition commentary (Vol. 2, p. 47). Wheaton, IL: Victor Books.
[5] “Fatal” se deve ao “morrendo morrerás” ou certamente morrerás (Gn 2).
[6] TRIPP, Paul. Instrumentos nas Mãos do Redentor. São Paulo: NUTRA publicações, 2009, p.26.
[7] Idem, p.27.
[8] Wiersbe, W. W. (1996). The Bible exposition commentary (Vol. 1, p. 403). Wheaton, IL: Victor Books.
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