Muito do conteúdo abaixo foi extraído ipsis litteris do livro Confiando em Deus mesmo quando a vida nos golpeia, aflige e fere, de Jerry Bridges (NUTRA publicações). O capítulo deste post é o mesmo do capítulo 12 do mesmo (p. 209).
Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma. (Tg 1.2-4 NVI)
“Podemos estar certos de que o desenvolvimento de um belo caráter semelhante ao de Cristo não ocorrerá em nossa vida sem adversidade. (…) As adversidades roubam a nossa paz e submetem nossa paciência a uma prova severa. Deus usa tais dificuldades para revelar nossa necessidade de crescimento, de forma que nos voltemos a Ele para que nos transforme mais e mais à imagem do Seu filho.”
“Deus não eliminará a adversidade até que tenhamos nos beneficiado dela e desenvolvido aquilo que Ele planejou ao trazê-la ou permiti-la em nossa vida.” Lembre-se que nada foge ao controle dAquele que mais lhe ama e é também o mais sábio dentre todos os sábios.
Seguramente é um paradoxo termos alegria diante do sofrimento, no entanto, ao contrário do que alguns podem imaginar, a base de nossa alegria não é a adversidade em si, mas a expectativa dos resultados que Deus trará daquele momento. Não há alegria na morte de um ente querido, ou na perda do emprego, ou mesmo na descoberta de um câncer. Deus, em lugar algum das Escrituras exige isso de Suas criaturas. A alegria deve estar no processo de Deus em utilizar a adversidade para moldar, em cada pessoa, um caráter aprovado.
É verdade, infelizmente, que resistimos ao processo de crescimento. Nosso foco geralmente não está em Jesus Cristo (Cl 3.1-2), mas na adversidade. Ter nossa mente no alvo errado certamente produzirá frutos desagradáveis.
“Somos nutridos por meio da Palavra de Deus (Sl 1.2,3), mas somos podados por meio da adversidade. (…) Deus planeja que cresçamos tanto através das disciplinas da adversidade quanto por meio da instrução da Palavra.”
Para mim, saber que Deus não pode ser frustrado é encorajador. Somo a isso o fato de eu também saber que Deus deseja que eu seja mais como Jesus Cristo, veja: Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus (Fp 1.6 NVI). Veja o que Horatius Bonar, um pastor escocês do século 19 escreveu sobre isso:
Ele que conduz esse processo não pode ficar confuso ou ser forçado a desistir de Seu projeto. Ele é capaz de executar o plano através das mais improváveis maneiras e contra a maior das resistências. Tudo o que existe tem que ceder à Sua vontade. Confesso que esse pensamento é, para mim, um dos mais consoladores ligados à disciplina. Não tem como fracassar! Se Deus fosse capaz de ser frustrado em Seus planos depois de termos sofrido tanto, seria terrível!
Aprenda com a adversidade
Em primeiro lugar, submeta-se à adversidade de maneira voluntária, como um paciente se submete às hábeis mãos de um cirurgião. Claro que submeter-se não significa deixar de usar meios legítimos para minimizar os efeitos da dor da adversidade.
Em segundo, “para tirarmos o proveito máximo da adversidade, precisamos aplicar a Palavra de Deus à situação.” O puritano Daniel Dyke disse:
A Palavra, então, é o armazém de toda instrução. Não ache que a adversidade lhe ensinará uma nova doutrina qualquer, que não se encontra na Palavra. Pois, na realidade, encontra-se aqui o ensinamento proveniente da aflição, que nos conforma e nos prepara para a Palavra, quebrando e fragmentando a teimosia do nosso coração, tornando-o flexível, capaz de ser impressionado pela Palavra.
Em terceiro, devemos nos lembrar das aflições, das lições que aprendemos com elas. Moisés escreveu: Lembre-se de como o Senhor, o seu Deus, os conduziu por todo o caminho no deserto, durante estes quarenta anos, para humilhá-los e pô-los à prova, a fim de conhecer suas intenções, se iriam obedecer aos seus mandamentos ou não. Assim, ele os humilhou e os deixou passar fome. Mas depois os sustentou com maná, que nem vocês nem os seus antepassados conheciam, para mostrar-lhe que nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca do Senhor. (Dt 8.2-3 NVI, grifo meu.)
Em suma, a adversidade é uma estratégia divinas para que o homem seja pleno. Da próxima vez que estiver passando por uma situação adversa, tente-se lembrar das palavras de Tiago. Se preferir, lembre-se das de Paulo: também nos gloriamos nas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança. (Rm 5.3-4 NVI)
Que eu não me esqueça:
- Não devo me queixar da adversidade, visto que por detrás dela está Quem tem tudo sob controle;
- Existe um objetivo divino na adversidade. Mesmo que eu não o entenda, ele é necessário para os benevolentes e misericordiosos planos de Deus para Seu Reino, que, graças a Ele mesmo, envolve minha vida.
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