Por Fernando Leite

Ao escrever sua primeira carta, Pedro a endereçou ao povo que vivia na região norte do que é a atual Turquia, chamando-os de ‘peregrinos da dispersão’. Eles não estavam espalhados por algum fator externo como guerra ou exílio. O termo aqui significava que estavam espalhados naturalmente em uma região, como estamos espalhados pelo Brasil. Ele os chamou de ‘peregrino’, que era um termo para descrever alguém sem residência fixa, um morador de passagem.

Por que Pedro os chamou assim? Haveria alguma razão sócio-geográfica que justificasse chamá-los assim? Não! Ele os chamou assim, como também nos chamaria assim por uma razão além da esfera humana: fomos chamados por Deus e agora fazemos parte do povo de Deus, rumo a uma outra pátria, a pátria celestial. Para quem está indo para esta pátria celestial, esse mundo é somente uma passagem, e consequentemente somos peregrinos dispersos. Há um antigo ditado que reflete bem essa ideia: ‘O mundo é uma ponte. O homem sábio passa por ela, mas não constrói sua casa nela’.

Pedro endereçou sua carta a um povo que estava sofrendo com calúnias por ser cristão, e estava encorajando-os nessa carta a como viver sua vida nesse breve tempo de peregrinação. Paulo, ao escrever aos filipenses, povo que tinha direito de cidadania semelhante ao cidadão romano vivendo em território romano, disse que eles tinham outra cidadania, a cidadania celestial. Amigos do Face, esse mundo é somente uma ponte, estamos somente de passagem por um breve tempo, e nem o sofrimento deve nos abater, e nem o conforto e prazer podem nos seduzir a vivermos para este tempo e espaço.

Querido peregrino, não podemos criar nossas raízes neste mundo, pois não somos dele. Não podemos administrar nossos recursos como se essa vida fosse a vida. Não podemos ser regidos pelo prazer, ou mesmo pela falta de sofrimento que este mundo possa nos propiciar. Precisamos lembrar que estamos de passagem, e precisamos viver nossos dias aqui com os olhos na eternidade, na pátria celestial, aguardando o dia que vamos encontrar o nosso Senhor Jesus, diante de quem prestaremos conta do que fizemos com nossa vida em nossos dias de peregrinação. Que tal reler 1Pedro considerado o que se espera dos peregrinos?