Por Fernando Leite
Pedro, após fazer a abertura de sua carta, expressa seu louvor a Deus por sua grande misericórdia conosco. Por que misericórdia? Por que grande misericórdia? Que motivos teríamos para que Deus tivesse pena, ou se compadecesse de nós? Não estamos bem?
Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, mas o pecado nos deu o terrível status que Deus anunciara: ‘A alma que pecar, essa morrerá’. O que evolve isso? Envolve estar separado de Deus, e sem poder desfrutar de sua bondade e amor. Envolve estar escravizado ao pecado que o destrói, o pecado nos torna dignos da sentença e da ira de Deus. O pecador está escravizado pelos espíritos das trevas. Ele não tem esperança além desta vida, não tem perspectiva além de sua morte, não tem a alegria de estar em contato com seu Criador e desfrutando de Sua capacitação, carrega suas culpas por mais, ou menos pecados, e vai administrando sua vida conforme a visão que o mundo caído lhe propõe.
Identificamos algumas crises pelas quais as pessoas passam, verdadeiras misérias em que se metem ou se encontram, mas muitas vezes não associamos isso ao fato original que o homem rejeitou a Deus, e essas mazelas são somente as consequências de tal escolha. O escritor de Eclesiastes resumiu isso da seguinte forma: ‘Assim, cheguei a esta conclusão: Deus fez os homens justos, mas eles foram em busca de muitas intrigas.’ Ec 7.29
Deus poderia ser indiferente a nós, seres rebeldes que o rejeitaram, e que arcamos com as consequências naturais de nossa escolha, afinal, escolhemos viver conforme julgamos ser adequado. Lembro-me de algumas vezes ficar abatido com o que somos capazes de fazer com nossas próprias vidas. Pessoas caídas ao chão embriagadas, outros carregados de culpa e deprimidas, outros com a vida em frangalhos por desconsiderar ou desrespeitar os princípios e leis básicos da vida, outros iludidos e entorpecidos com seu valor à beleza, aparência e dinheiro, ainda outros sofrendo pela opressão e injustiça humana, outros sendo destroçados pela ganância e egoísmo na forma de guerra, e quantos lares marcados pelo egoísmo, violência, indiferença, insegurança, etc.
O Deus que podia ficar indiferente, e nada lhe faria falta, agiu de maneira surpreendente: Ele teve grande compaixão, e nos regenerou para uma viva esperança, que compreende esta vida, e a eternidade. Ao falar que nos regenerou, Ele dá seu sentido mais original. Não significa que Ele nos consertou, nos recuperou, mas que Ele nos deu vida. Essa nova vida se diferencia da vida (bios), que ainda temos. Essa nova vida (zoe), nos coloca na esfera de nosso Deus, podendo desfrutar de Sua orientação, princípios e poder, o que nos capacita a viver de maneira totalmente diferente.
Antes estávamos alijados de Seu relacionamento, mas agora fomos incluídos em Sua família, somos chamados de filhos. Antes não tínhamos capacidade de nos relacionar com Ele, mas agora Ele os estendeu a possibilidade de andar com Ele.
Você se lembra de onde estava antes de chegar a Cristo? Pode perceber sua condição de dar dó? Pois é, vamos nos alinhar com Pedro e louvar nosso Deus por Sua grande misericórdia, pois Ele nos deu esperança, nos deu novas perspectivas e possibilidades. Agora e pela eternidade pudemos ver o sentido das nossas vidas, estar em comunhão com o Pai e com o Senhor Jesus.
Bendito seja Deus!
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