Por Fernando Leite
Pedro, o apóstolo, escreveu sua primeira carta para o grupo de cristão que vivia no que hoje é a Turquia. Esses cristãos sofriam calúnias e perseguição por causa de sua fé, pois esta havia transformado as suas vidas com implicações em seus relacionamentos sociais. Farras, promiscuidade e embriaguez que eram aceitáveis naturalmente na sociedade humana, já não tinham a participação de cristãos. As divindades patronas de sua sociedade já não eram mais cultuadas, e assim, eram vistos como traidores e anti-sociais, o que criava um clima ‘favorável’ a más interpretações e calúnias.
A esses cristãos, o que serve também para nós, Pedro disse que eram ELEITOS por Deus, e consequentemente, com uma nova cidadania, a celestial e eterna; o que nos torna naturalmente FORASTEIROS em nossa presença neste mundo. Estamos aqui, mas não somos daqui. Temos responsabilidades neste mundo, mas nossas prioridades, valores e interesses não são daqui. Como descrita numa antiga epístola a Diogeneto, cristãos não se diferenciam do resto da humanidade por seu país, língua e costumes. Eles habitam suas cidades, seguem seus costumes vestindo o mesmo tipo de roupa, comendo a mesma comida, mas vivem um paradoxo: ‘Eles habitam sua terra natal, porém como moradores temporários; compartilham das responsabilidades de cidadãos, mas com as limitações de estrangeiros. Toda terra estrangeira é sua terra nativa, e toda terra nativa é terra estrangeira. Eles passam os seus dias sobre a terra, mas a sua cidadania está no céu.’
Na condição de eleitos e forasteiros, temos a responsabilidade de cumprir neste mundo todos os nossos deveres civis, mas sempre pautados pelos princípios e valores do Reino, sabendo que é efetivamente lá que passaremos a eternidade.
A esse povo, Pedro saúda com graça e paz, sendo isso a sua oração. Graça é o favor não merecido com a qual Ele trata seus filhos e os capacita a viver neste mundo caído, e a paz é a condição de viver sem impedimentos a desfrutar da bênção e relacionamento com Deus.
Graça e paz a todos!
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