Por Fernando Leite
Pedro iniciou sua carta abordando o problema da perseguição pela qual passavam, falou da salvação anunciada pelos profetas, e das promessas que recebemos em Cristo a serem totalmente consolidadas no futuro. A realidade é que estavam correndo riscos, mas a realidade maior é que em Cristo temos garantias firmes para a eternidade, para as quais perseguição nenhuma pode comprometer.
Daí Pedro inicia no verso 13 a considerar o aspecto prático. Em meio ao que coloca em risco a nossa fé em Cristo, e na certeza da garantia de segurança eterna, o que devemos fazer? O que devemos fazer em nossos dias sobre a terra, nos dias que Deus nos dá nesta vida? A partir destas considerações iniciais, Pedro dá duas orientações, e uma ordem. Vamos considerar aqui o que diz no verso 13: Portanto, estejam com a mente preparada, prontos para a ação; sejam sóbrios e coloquem toda a esperança na graça que lhes será dada quando Jesus Cristo for revelado.
A primeira orientação é a ter ‘a mente preparada, prontos para a ação’. Na Revista e Atualizada encontramos a forma mais literal de tradução, ‘cingindo o vosso entendimento’, mas que não expressa qual era a mensagem, como o faz a NVI. Os judeus cingiam sua túnica que alcançava seus pés, e que lhes limitava na liberdade e velocidade de movimentos, em circunstâncias que exigiam celeridade. Eles o faziam trazendo sua túnica para a cintura, prendendo-a no cinto. Desta forma eles tinham liberdade de movimento. Assim, ter o entendimento cingido, era estar preparado e predisposto a ouvir a orientação de Deus para obedecer.
A segunda orientação foi para estarem sóbrios. A sobriedade pode ser comprometida por álcool, que incapacita a percepção dos fatos à volta, e ainda desestabiliza a pessoa em suas reações. Exemplo triste disso é que cerca de 90% dos acidentes com vítimas no Brasil tem um dos envolvidos embriagado. Entretanto não é somente o álcool que compromete a sobriedade. Tenho visto pessoas intoxicadas por sua imoralidade, por busca a seu dinheiro, por desejo de aprovação, e assim por diante. A exortação de Pedro é a que não estejamos comprometidos em nossa percepção e reação pelas coisas desse mundo.
Então Pedro dá sua ordem, ‘coloquem toda a esperança na graça que lhes será dada quando Jesus Cristo for revelado’. O esperar aqui é o exercício de crer no presente, confiando nas promessas futuras. Um cristão, ao invés de viver seduzido e embriagado pelo mundo, deve levar a sua vida pondo sua esperança completamente nas promessas a se realizarem no futuro. O Senhor que nos perdoou em Cristo, nos tornou Seus filhos, nos deu de Seu Espírito como garantia de suas promessa, consumará cada uma das promessas feitas nas Escrituras. Quando Cristo voltar, e isso já é uma promessa, toda a salvação será completada, a salvação estará consumada em todos os níveis, e seremos glorificados. A graça que se revelou na vinda de Cristo, na Sua morte expiatória, na concessão da fé, haverá de completar-se na volta do Senhor.
Essa perspectiva deve ocupar completamente as nossas mentes e corações. No caso do público a quem Pedro endereçou sua carta, eles não podiam se desesperar diante dos riscos. Em nosso caso, pois não estamos correndo esse risco de perseguição, não podemos perder a perspectiva que conforto, bem estar, riqueza, sucesso, desenvolvimento social e econômico, eleições, etc., sejam a razão da nossa vida. O Senhor vai voltar e todas as Suas promessas vão ser realidade.
Vamos lá, mantenham-se predispostos e prontos para obedecer; permaneçam sóbrios, sem se deixar iludir; e confie que o Senhor voltará e Suas promessa serão cumpridas.
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