Por Fernando Leite
Mesmo não o tendo visto, vocês o amam; e apesar de não o verem agora, creem nele e exultam com alegria indizível e gloriosa, pois vocês estão alcançando o alvo da sua fé, a salvação das suas almas. (1Pe 1.8-9)
Lendo os primeiros versos de 1Pe 1, salta aos olhos que aqueles cristão não viviam ocasião de levar a fé na brincadeira ou levianamente. Ser identificado como cristão implicava em risco de perseguição e seus resultados: difamação, insegurança, perda de recursos materiais e a própria vida. Isso não era pouco, e Pedro não os consola com palavras baratas de livramento imediato da dor e perdas que estavam diante deles. Nem tão pouco faz profecias que busca criar otimismo diante da promessa de dias melhores que se seguiriam. Pedro não sabia o que viria a seguir.
Ao contrário, Pedro focaliza no que se espera de um filho de Deus, que era realidade na vida deles, e que apontava para uma realidade futura distante. A realidade daqueles cristãos era que eles, como nós, pessoalmente não haviam visto e não estavam vendo o Senhor. Eles se converteram após a vinda, morte, ressurreição e ascensão de Cristo. Ouviram do Evangelho do Senhor, creram no Senhor e o amavam. Eles confiaram na mensagem que anunciava a vinda de Cristo para morrer e nos salvar. Eles levavam suas vidas amando o Senhor, que é o equivalente a dizer que eles obedeciam ao Senhor. A tônica de suas vidas não era o bem estar imediato, mas o crer e amar ao Senhor, e isso era a razão da imensa alegria que desfrutavam do relacionamento com o Senhor, da vida em função dele, pra ele. A alegria não era por causa da saúde, do conforto, da segurança humana, etc, mas pelo próprio Senhor. Ele lhes era suficiente e era tudo.
A realidade pela qual passavam não estava divorciada da ação e comunhão com o Senhor. A vida real que eles viviam vinha acompanhada da força, do consolo, do encorajamento, da força e da presença do Senhor. Eles haviam sido salvos para isso, como nós o somos. Não vamos levar nada desse mundo, mas podemos desfrutar do Senhor hoje, independentemente da crise pela qual passamos, com a certeza que lá a frente se consolidará a salvação reservada a nós.
Temos um alvo nesta vida: a salvação de nossas almas. Para isso Cristo realizou sua obra na cruz, morreu e ressuscitou. Esta salvação se tornou realidade quando o Espírito agiu em nós nos convencendo de nosso pecado e da justiça realizada por Cristo, levando-nos a crer nele. Somos chamados à obediência e amor a Cristo, o que nos dá a oportunidade de sermos ainda mais amados pelo Pai, e de vermos ele agindo no nosso dia a dia nas diversas circunstâncias, e ainda temos a promessa que isso se completará por ocasião de seu retorno. Que oportunidade essa será! Não nos estacionemos nesse processo, não andemos para trás, não nos deixemos seduzir pelas alegrias passageiras desta vida. Concentremos nossos olhos o Senhor que age em nós hoje, e que virá nos buscar.
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