Por Fernando Leite
sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue… o sangue de Cristo, (1Pe 1.18-19)
Houve um tempo em que a palavra ‘resgate’ era de pouco uso, mas ganhou fama na forte onda de sequestros que vivemos duas décadas atrás, em que se era requerido o resgate, um pagamento que salvasse a vida do sequestrado. Hoje encontramos comumente a palavra quando se fala da ação dos bombeiros, ou mesmo do serviço feito por esses.
Pedro diz que fomos resgatados, mas qual era a realidade que justificasse a necessidade de resgate? Pode parecer que a vida vai tão bem que não demanda resgate, mas Pedro afirma que fomos resgatados do estilo de vida vazio que nossos pais nos transmitiram.
Se olharmos com um pouquinho mais de cuidado o nosso contexto brasileiro, fica fácil identificar o que uma geração tem passado à outra. Raramente se vê um protesto por causa do pouco valor que damos à vida. São cerca de sessenta mil assassinatos por ano, quarenta mil mortes no trânsito, sendo que na grande maioria dos casos tem um indivíduo alcoolizado envolvido. Estima-se que tenhamos um milhão de abortos por ano. Estamos imersos na mentira: políticos fazem promessas que não são cumpridas, informações são ocultadas; a mídia manipula as informações, funcionários fingem que trabalham, etc. O comércio nos oferece produto de que não precisamos, e faz pensar que precisamos de um carro com um novo detalhe e aparência. Programas de TV nos apresentam uma vida irreal que acabam seduzindo a massa para o estilo de vida apresentado. Assim temos a maioria correndo atrás de dinheiro, posses, fama, prazer, popularidade, título, etc. Isso tudo pode ser facilmente reconhecido como de pouco valor com o passar dos anos.
Uma geração passa à outra o seu estilo de vida marcado pela futilidade, e assim é nosso caso. Alguns são escravos de aparência, outros de drogas, outros do desejo de ser amado, aprovado e desejado, outros viviam uma rotina de trabalhos que lhes roubava a própria vida, e assim por diante.
Pedro diz que fomos resgatados disso, e não foi com valores dessa vida como prata ou ouro, antes, foi com o sangue, isto é, com vida entregue por nós na cruz. Jesus, sendo Deus, foi enviado pelo Pai, assumiu nossa forma humana, sujeitou-se a ser morto; o único justo, levando sobre si a nossa culpa do pecado e seu respectivo castigo. Não foi com dinheiro ou qualquer valor mundanos que fomos resgatados, mas foi por sua vida e sua morte. Fomos resgatados para uma vida e um novo estilo de vida, o estilo de vida com Deus, e de Deus.
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