Esta reflexão é baseada na Wednesday’s Word de Paul Tripp do dia 11 de março de 2015, intitulada All the Right Answer.
A boa doutrina nem sempre resulta num estilo de vida de obediência. – Paul Tripp
Você conhece a história do profeta Jonas? Algumas vez já refletiu sobre a resposta que ele deu à pergunta dos marinheiros? Diga-nos, quem é o responsável por esta calamidade? Qual é a sua profissão? De onde você vem? Qual é a sua terra? A que povo você pertence? (Jn 1.8)
A contradição de Jonas
Jonas foi convocado por Deus para que pregasse à grande cidade de Nínive, na Assíria, cujo povo era extremamente mau. Jonas, desobediente, tomou um barco na direção oposta da localização da cidade citada por Deus (Jn 1.1-3).
Durante a viagem o clima se tornou perigoso, obra das mãos de Deus. Os marinheiros, apesar da experiência com navegação, ficaram assustados e começaram a fazer o que era possível para que o barco não afundasse, inclusive clamavam cada um ao seu deus. Incrivelmente, naquele momento Jonas se encontrava dormindo no porão do barco (Jn 1.4-5), onde subitamente o capitão o encontrou e pediu para que ele também clamasse ao seu deus – o capitão ainda não sabia que Jonas conhecia o verdadeiro e único Deus (Jn 1.4-6).
Com o risco de morte iminente e possivelmente com os marinheiros cogitando ser a tempestade algo sobrenatural, eles usaram um meio nada convencional para os nossos dias para descobrir o responsável pela questão meteorológica. Eles tiraram sortes e Jonas foi o apontado pela providência de Deus. Prontamente os marinheiros lhe perguntaram: Diga-nos, quem é o responsável por esta calamidade? Qual é a sua profissão? De onde você vem? Qual é a sua terra? A que povo você pertence? (Jn 1.7-8)
Aos atentos à narrativa, a resposta de Jonas surpreende: Eu sou hebreu, adorador do Senhor, o Deus dos céus, que fez o mar e a terra (Jn 1.9). Note a contradição das palavras do profeta com sua atitude rebelde à ordem de Deus.
Em seu cérebro, Jonas entende quem ele é (um hebreu) e quem Deus é (o Deus dos céus, que fez o mar e a terra). Porém, eu seu coração, Jonas não teme verdadeiramente o Senhor o quanto ele diz. Se Jonas genuinamente temesse a Deus, ele estaria correndo em direção a Nínive, não para longe dela. — Paul Tripp
Eu não posso olhar para a contradição de Jonas e deixar de pensar em mim mesmo. Reconheço que o meu conhecimento teológico nem sempre refletiu minha vida prática; ainda luto com isso. De fato, houve uma fase bem clara em minha vida, quando o desenvolvimento do conhecimento teológico era geométrico, enquanto o crescimento da vida prática era aritmético. Em outras palavras, a cada dia a distância entre o meu conhecimento teológico e a minha vida prática aumentava.
Boa teologia é extremamente importante; eu nunca minimizaria sua significância. Mas aprendamos com Jonas: nunca, nunca, nunca deixe seu conhecimento bíblico definir sua maturidade espiritual. (…) Ser capaz de comunicar um princípio bíblico não significa que você alegremente se submeteu a viver dentro de seus limites. — Paul Tripp
Talvez você precise, como eu precisei, discernir as áreas da sua vida cuja lacuna entre o cérebro e o coração somente aumentam (Sl 139.23-24). Confesse ao Senhor as vezes que você viajou em direção contrária ao destino que Deus estabeleceu e descanse no Seu perdão e na Sua graça.
O coração que sabe discernir busca o conhecimento, mas a boca dos tolos alimenta-se de insensatez (Pv 15.14).
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