Por Joe Carter
O transexualismo tem sido tópico de frequentes discussões nos últimos anos. No dia 30 de maio, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos regularizou a possibilidade de cirurgias de mudança de sexo desejada pelo travestido que fossem feitas por meio do Medicare.[1] Alguns dias depois, a revista TIME tinha na capa uma matéria intitulada Transgender Tipping Point, declarando que o movimento social está “prestes a desafiar profundamente as crenças culturais.” Semana passada, a Convenção Batista do Sul, maior denominação Protestante da América trouxe, de forma esmagadora, uma resolução intitulada A Respeito da Identidade Transexual. Já que esse tópico ainda será trazido futuramente, providenciamos aqui nove coisas para você saber sobre o transexualismo.
- O transgenerismo é um termo abrangente para o estado ou a condição de identificação ou expressão de uma identidade de gênero que não condiz com a sexualidade física ou genética da pessoa. O transexual é independente de qualquer orientação sexual, e os que se consideram transexuais poder ser considerados como heterossexuais, homossexuais, bissexuais, pansexuais, polissexuais ou assexuados. Aproximadamente 700.000 indivíduos nos Estados Unidos se identificam como transsexuais.
- O transgenerismo é diferente do intersexo, o qual é uma variação nas características sexuais, incluindo cromossomos, gônadas ou genitálias que não permitem que um indivíduo seja distintamente identificado como homem ou mulher. Intersexo é uma condição física e transgênero é uma condição psicológica. A vasta maioria das pessoas com condições interssexuais identificam a si mesmas como homem ou mulher, ao invés de transgêneros ou transsexuais. (O termo “hermafrodita” atualmente é considerado ultrapassado, impreciso ou ofensivo para uma referência a pessoas que são interssexuais.)
- Os termos transgênero, transexual e travesti não são sinônimos. Transsexual é um termo simplificado, usado para se referir a pessoas que se identificam com o oposto de seu gênero de nascença, sem se preocupar se eles fizeram ou pretendem fazer uma terapia de reposição hormonal e/ou cirurgia de mudança de sexo. Um travestido é uma pessoa que usa roupas do sexo oposto, mesmo que eles não se identifiquem ou nem queiram ser o sexo oposto. Todos os transsexuais são transgêneros, mas travestis não são necessariamente parte de nenhuma delas.
- A comunidade LGBTQIA considera o gênero como um tratado contínuo. Desta forma, transgêneros podem ser bi-gêneros (oscilam entre o gênero feminino e masculino dependendo do contexto), tri-gêneros (oscilam entre macho, fêmea e um terceiro gênero), pan-gênero (todos os gêneros ao mesmo tempo), não-binário (um grupo de pessoas que não se consideram em nenhuma destas categorias, como um sem-gênero, pan-gênero, etc).
- O termo cisgênero é usado para se referir indivíduos que têm compatibilidade entre seu gênero de nascença, seus corpos e sua identidade pessoal. O termo cisgênero é frequentemente usados pela comunidade LGBTQIA para se referir a pessoas que não são transgêneros.
- Na década de 60, a Universidade Johns Hopkins se tornou o primeiro centro médico a oferecer a cirurgia de mudança de sexo. Mais tarde, eles pararam devido a um estudo em transgêneros na década de 70. O estudo comparou resultados de transgêneros que fizeram a cirurgia e com aqueles que não fizeram. A maior parte dos pacientes cirurgicamente tratados se descreveram como “satisfeitos” com os resultados, mas seus ajustes psico-sociais subsequentes não foram nada melhores do que aqueles que não fizeram o procedimento. Conforme o Dr. McHugh, antigo psiquiatra encarregado do Hospital Johns Hopkins, “foi no Hopkins que nós paramos de fazer a cirurgia de mudança de sexo, visto que produzir um paciente ‘satisfeito,’ porém perturbado, parece uma reação inadequada para amputar órgãos naturais.”
- As crianças que reportaram sentimentos transgênero foram acompanhados sem tratamento médico ou cirúrgico, ambos na Universidade Vanderbilt e no London’s Portman Clinic. 70 – 80% deles perderam espontaneamente aqueles sentimentos. Cerca de 25% continuaram a ter estes sentimentos, escreveu o McHugh, mas o que diferencia eles dos outros é algo a ser descoberto. Apesar destes estudos, vários estados – incluindo a Califórnia, Nova Jersey e Massachusetts – aprovaram leis barrando psiquiatras, até mesmo com permissão paternal, de lutarem em restaurar os sentimentos do gênero natural a um menor transgênero.
- Um estudo em 2011 no Instituto Karolinska na Suécia acompanhou 324 pessoas que tiveram a cirurgia de mudança de sexo (191 de homens para mulheres e 133 de mulheres para homens) desde 1973 até 2003. A taxa geral de morte foi maior do que a esperada, sendo o suicídio a maior causa. Aqueles que tiveram a cirurgia realizada eram 20 vezes mais propensos de tirar a própria vida do que a população não transgênera. Buscar tratamento em casa por suas condições psiquiátricas também era mais comum no meio deles.
- Confusão é o centro do problema, mais até do que a natureza do transgênero, disse McHugh. “A mudança de sexo é biologicamente impossível,” ele acrescenta. “Pessoas que realizam a cirurgia de mudança de sexo não mudam de homem para mulher ou vice e versa. Pelo contrário, eles se tornam homens afeminados ou mulheres masculinizadas. Alegar que isso é um direito civil e encorajar a intervenção cirúrgica é, na verdade, colaborar e promover a desordem mental.”
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[1] O S.U.S. (Sistema Único de Saúde) americano.
Joe Carter é um dos editores do The Gospel Coalition e autor de How To Argue Like Jesus: Learning Persuasion from History’s Greatest Communicator. Você pode encontrá-lo no Twitter como @joecarter
Original em The Gospel Coalition
Traduzido por Natan de Carvalho
Tags: Homossexualidade Joe Carter Psicologia Sexualidade
