“Ouça e siga o seu coração” é uma mensagem que adultos, jovens e crianças escutam repetidamente. Os filmes de enredo mais envolvente, as músicas que soam tão bem aos ouvidos, assim como os desenhos mais queridos da Disney e as propagandas convincentes, pregam-na hoje aos quatro ventos. Será que ela já penetrou sorrateiramente no seu lar, no seu estilo de vida? A quais ideias e ideais seus filhos estão expostos? Jon Bloom, escrevendo em Desiring God, chama-nos a uma reflexão antes de seguirmos e encorajarmos outros a seguirem o caminho da lealdade para com o próprio coração.
Por Jon Bloom
“Siga seu coração” é uma crença abraçada por milhares de pessoas. É sua declaração de fé em um dos grandes mitos da cultura de massa do mundo ocidental, um evangelho proclamado em muitos dos nossos contos, filmes e músicas. Essencialmente, é a crença de que o seu coração é uma bússola dentro de você, que o dirigirá ao seu norte pessoal e verdadeiro, bastando apenas você ter a coragem de segui-lo. Ela diz que seu coração é um guia verdadeiro que conduzirá você à verdadeira felicidade, bastando apenas você ter a coragem de ouvi-lo. Você está perdido e o seu coração o salvará.
Esta crença pode parecer tão pura, bela e libertadora. Para as pessoas perdidas, é tentador crer neste evangelho.
É este o líder que você quer seguir?
Pode ser, até você considerar que seu coração tem tendências sociopatas. Pense nisso por um momento. O que seu coração lhe diz?
Por favor, não responda. É provável que o seu coração tenha lhe dito hoje algumas coisas que você não gostaria de ver expostas. Eu sei que o meu as disse. Meu coração me diz que tudo ao meu redor deve estar a serviço dos meus desejos. Meu coração gosta de pensar o melhor de mim e o pior de outros – a menos que aconteça dos outros pensarem bem de mim e serem, então, pessoas maravilhosas. Mas se eles não pensam bem de mim, ou mesmo se eles simplesmente discordam de mim, bem, então, algo está errado com eles. E enquanto meu coração ocupa-se em ponderar minhas virtudes e os erros dos outros, ele pode descobrir de repente que alguns pensamentos de malícia ou tremenda ira são extremamente atraentes.
Não encontramos na Bíblia a crença que diz “siga seu coração”. A Bíblia, na verdade, considera que o nosso coração tem uma doença: “O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo?” (Jr 17. 9). Jesus, o Grande Médico, lista os sintomas horríveis dessa doença: “Pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias” (Mt 15.19). Esta não é a essência de um líder que você quer seguir.
A verdade é que ninguém mente para nós mais do que nosso próprio coração. Ninguém. Se nosso coração é uma bússola, ele é como a bússola do capitão Jack Sparrow[1] – ele não nos diz a verdade, ele apenas nos diz aquilo que nós queremos ouvir. Se nosso coração é um guia, ele é um guia como Gothel[2] –não é benevolente, mas patologicamente egoísta. Na verdade, se fizermos o que nosso coração nos diz para fazer, perverteremos e faremos definhar cada aspiração, cada beleza, cada maravilha, cada alegria, cada pessoa ao redor. Nosso coração quer consumir tudo isso em benefício da nossa autoglorificação e autoindulgência.
Não, o nosso coração não nos salvará. Nós precisamos ser salvos do nosso coração.
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[1] Personagem da série de filmes Os Piratas do Caribe.
[2] Personagem do filme da Disney Enrolados, uma versão moderna de Rapunzel.
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