Por Paul Tripp
Bem, nós conseguimos, afinal! Este é o nono e último devocional em minha série sobre identidade. Eu rogo a Deus que esses artigos tenham sido um recurso útil na caminhada de vocês na fé; nada do que escrevi foi algo que eu mesmo não precisasse, desesperadamente, aprender antes.
Recapitulando: nos primeiros artigos da série, tratamos dos lugares alternativos nos quais depositamos nossas identidades – verdadeiras armadilhas que nos capturam quando tentamos encontrar nelas sentido e propósito para nossas vidas.
Alguns de nós procuram a identidade em conquistas, ou na falta delas; outros colocam esse fardo sobre os outros, por meio dos relacionamentos; há também os que se orgulham e iludem com a ideia de maturidade espiritual; e os que procuram sua identidade no mundo físico, nas coisas criadas.
Essas falsas identidades sempre nos levam ao desapontamento e ao vazio. Por quê? Porque situações, lugares e relacionamentos não podem satisfazer nossas almas. Apenas Deus pode nos preencher de significado e propósito; fomos criados para termos um relacionamento contínuo com ele.
Assim, precisamos ser constantemente lembrados de construir nossa identidade em Deus, e isso é uma tarefa diária! Como podemos fazer isso? Creio que haja três pilares que sustentam uma identidade estável para o crente: o Deus Criador, Soberano e Salvador.
Primeiro, devemos recordar que Deus é nosso criador, e ele nos fez exatamente como pretendia (Salmo 139: 13-16a). Nossa estabilidade está arraigada na vontade de Deus; só assim ficamos em paz com nossa autoimagem e podemos extrair o melhor dos dons que Ele nos deu.
Segundo, precisamos nos lembrar de que Deus é Soberano e cada dia está sob sua sábia e cuidadosa supervisão (Salmo 139:16b). Nossa identidade está segura nas mãos de Deus e nosso chamado é viver dentro daquilo que Ele planejou para nós antes mesmo da fundação do mundo.
Finalmente, temos que recordar que Deus é nosso Salvador. Por definição, isso significa que somos pessoas que precisam ser salvas. Em outras palavras, somos pessoas que nasceram com uma doença altamente degenerativa: o pecado.
Como pecadores, doentes, a coisa mais maravilhosa que poderia acontecer em nossa vida é a salvação, a cura. Ou seja, mais importante do que eu ser chamado de “chefe”, “marido”, “pai” ou “amigo”, é ser chamado de “filho de Deus”.
Isso quer dizer que o plano mais importante que Deus tem para minha vida, do dia da minha salvação até a volta de Jesus, é a santificação. Queremos viver vidas confortáveis, bem-sucedidas e previsíveis, mas Deus quer interferir nisso tudo para trabalhar com nossa dificuldade mais profunda: o pecado que ainda habita em nós.
Sempre se lembre de que você é pecador, não para chafurdar em culpa e vergonha, mas para tornar ainda mais intensa a celebração da sua salvação. Isso vai evitar que você seja iludido por um senso de justiça própria e lhe guiará a um amor mais profundo por seu Salvador, Jesus Cristo.
E, é claro, não se esqueça da graça santificadora. Deus não se esquece dela; ele está por perto, e ativo. Mas ele não lhe descrimina por causa do seu pecado. Ao contrário, em amor, ele está agindo em sua maior deficiência e não vai parar até que a obra esteja concluída.
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