Por Paul Tripp
Quando foi a última vez que você usou um capelo e uma beca?
A maioria de nós se formou em algum tipo de instituição – ensino médio, faculdade, curso técnico, academia de polícia, seminário, etc.
Quando nos formamos, experimentamos grande excitação, alívio e sensação de dever cumprido. Trabalhamos duro para concluir um curso e nos tornamos capacitados para levar aqueles conhecimentos e habilidades para o mundo real.
A graduação é grandemente celebrada na cultura do ocidente (nada errado com isso), mas você nunca encontrará algo sobre esse assunto nas páginas das Escrituras. Na verdade, onde quer que você procure, a Bíblia sempre nos lembrará que devemos viver sempre como aprendizes.
Há muitos versículos que me vêm à mente: “guia-me com a tua verdade e ensina-me, pois tu és Deus, meu Salvador, e a minha esperança está em ti o tempo todo” (Salmo 25:5); “ensina-me o teu caminho, Senhor, para que eu ande na tua verdade; dá-me um coração inteiramente fiel, para que eu tema o teu nome” (Salmo 86:11); “quero conhecer a Cristo” (Filipenses 3:10).
Houve um tempo, provavelmente nos primeiros anos de nossa caminhada de fé, quando aprender nunca era o bastante. Tínhamos uma fome voraz pela verdade e vivíamos com aquela humilde sensação de que ainda havia tanto a aprender. Amávamos estudar a Palavra de Deus, examinando cada frase. Amávamos ouvir nossos colegas estudantes, mais adiante que nós na caminhada. Simplesmente não pretendíamos terminar o curso.
Mas algo aconteceu no meio do caminho. Talvez tenhamos nos distraído com os prazeres físicos do mundo criado e começamos a viver mais como turistas do que como estudantes. Talvez tenhamos sido desencorajados pelo sofrimento e pelos problemas e sentimos que todo aquele estudo não estava ajudando. Talvez tenhamos mudado nossos planos e propósitos, deixando pouco tempo para sermos estudantes. Ou talvez o mais perigoso: nossa busca por Deus foi ofuscada por um sentimento de “formatura espiritual”.
Nunca admitiríamos isso, mas há momentos em que supomos conhecer tudo sobre Deus, sobre nós mesmos e este mundo. Irmãos e irmãs, esse é um pensamento perigoso de se ter! Então, hoje, quero encorajar vocês a voltarem à escola e se comprometerem a serem alunos do Senhor. Por duas razões (embora haja mais):
Primeira: A sabedoria de Deus é muito profunda e vasta. Não tem fronteiras, nem fundo, nem teto. Se por dez milhões de anos nós nos sentássemos 24 horas por dia aos pés do Senhor para aprender, conheceríamos apenas uma pequena parcela da sabedoria dele. Se déssemos cada dia de nossas vidas para o estudo das escrituras, não alcançaríamos todos os tesouros de sabedoria que há nelas.
Segundo: vivemos em um mundo perigoso. Na cultura humana, sons mentirosos ecoam mais alto e mais vezes que os sons da sabedoria. Todos falam ao mesmo tempo, um turbilhão de vozes tão alto e penetrante que mal conseguimos ouvir nossos próprios pensamentos. Todos os dias, milhares de vozes falam com você e a maioria delas não vem do Senhor.
Então, dotados de uma alegre noção da vastidão e da profundidade da sabedoria de Deus e um medo saudável dos germes da mentira que nos cercam, devemos continuar na escola até o nosso último dia neste mundo. Ore por força, proteção, direção e encorajamento, os quais só podem ser encontrados quando vivemos como estudantes famintos pela sabedoria do Senhor.
Manhã após manhã, curve sua cabeça e ore humildemente: “Ensina-me o teu caminho, Senhor; conduze-me por uma vereda segura…” (Salmo 27:11).
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