Baseado no artigo “Counseling Children,” por Earl L. Cook.[1]
Prefácio de Paulo Paulino de Souza [2]
Senti-me honrado pelo convite para prefaciar este artigo do Thiago Zambelli com base no que Earl Cook havia escrito. Fiquei muito alegre em saber que este texto tem um assunto muito especial e poderá ser compartilhado a muitas pessoas. Valorizo muito o ministério com as crianças e reconheço que aconselhar crianças é muito importante.
De fato, aconselhar crianças, além de importantíssimo, é uma tarefa deveras delicada. Os motivos são vários, mas a falta de um relacionamento onde a criança se identifica com o adulto é o que mais me chama à atenção; é a maior barreira que eu vejo. Talvez por instinto, o adulto tende a subestimar a criança. Em várias ocasiões observei que crianças acham estranho um adulto se comportar como elas. Entender o universo infantil e agir como parte do universo infantil são coisas diferentes. Quando entendemos o universo infantil, usamos recursos como fantoches e dramatização para que elas, na sua maturidade, entendam mais e melhor as lições.
O artigo Como aconselhar criança? nos dá uma diretriz, valorizando de forma muito oportuna a necessidade de levarmos a sério o aconselhamento de crianças. O autor destaca as qualidades de quem se dispõe a ajudar a criança por meio do aconselhamento bíblico, as quais seguem o supremo exemplo do Maravilhoso Conselheiro Jesus, além de apelar para uma maior dependência de Deus e do conhecimento da Sua Palavra. Sinceridade, humildade e amor são qualidades indispensáveis ao conselheiro.
Thiago Zambelli, além de pai, educador e conselheiro bíblico, é um homem que ama as crianças e nos ajuda a refletir no assunto. Por meio do aconselhamento bíblico, ele demonstra um caminho sólido de como ajudar os pequeninos com dificuldades. Talvez este texto inspire outros conselheiros e educadores a escreverem mais sobre o assunto.
Eu, como ministro de crianças, por várias vezes cometi deslizes. Lembro-me que, certa vez, ao conversar com uma menina no Hospital do Câncer em Teresina-PI, onde fui capelão na pediatria por cinco anos, fiz uma pergunta numa hora inapropriada. Eu perguntei para ela sobre o céu e sua reação foi bastante constrangedora para mim, pois ela começou a chorar e dizer que não queria ir para céu, visto que todos os dias ela recebia a notícia que um de seus amigos havia se mudado para lá.
A vida cristã existe num processo de aprendizagem. Como é bom ler algo que nos orienta e nos ajuda a evitar erros como o do meu exemplo. É possível que ter lido um artigo como esse naquela época tivesse me poupado de tamanho constrangimento. Às vezes ansiamos tanto em ajudar outras pessoas que atropelamos o conhecimento necessário, cuja aplicação reflete nosso amor por Deus e pelo próximo. Fazer as coisas em nome de Jesus, por meio do Espírito e para o Pai, requer que O conheçamos e façamos conforme a Sua vontade.
Portanto, espero que a leitura do artigo abaixo lhe ajude a pensar biblicamente para melhor ministrar às crianças. Eu, como pai, ministro de crianças e professor em cursos de capacitação de evangelistas de crianças, fico contente em saber que há pessoas lutando para levar a luz de Cristo também aos pequeninos.
Introdução
Eu não acho que qualquer pessoa deva aconselhar crianças. Há pessoas que não gostam e/ou não querem, eu entendo. Todavia, se alguém está disposto e disponível, então é pré-requisito que conheça suficientemente a Palavra de Deus e tenha um coração humilde e amoroso. Tais características são, para mim, inegociáveis para aconselhar crianças. Por quê?
Conduzir crianças à Verdade é um exercício esquecido e creio que a igreja tem, de forma geral e infelizmente, influenciado este triste quadro. Por que (algumas) igrejas não se preocupam com a qualificação das pessoas que zelam pelos ministérios infantis, como se preocupam com os currículos dos pastores? Por que algumas investem no conforto e na tecnologia para o aprendizado dos adultos antes mesmo de possuírem recursos didáticos básicos para as crianças? Ciente de exceções, sou grato a Deus pelas mulheres. Sim, especialmente a elas, que apaixonadas pelo ministério com as crianças e as próprias crianças, não deixam a peteca cair; elas também sofrem com as igrejas e os pastores que parecem investir somente na educação dos adultos da comunidade. Eu acredito que estas mesmas servas do Senhor reconhecem que amor e humildade sem um conhecimento bíblico adequado torna a tarefa de aconselhar crianças e pais baseados na Palavra de Deus muito difícil.
Humildade e amor são qualidades do modelo encarnacional do aconselhamento de Cristo: Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! (Filipenses 2:5-8.) Jesus Cristo se tornou homem como nós, porém, sem pecado (Hebreus 4:15). Não há outro exemplo mais precioso a ser imitado (1Pedro 2:21). Jesus encarnado, além de ter feito propiciação pelos nossos pecados (Hebreus 2:17), favoreceu nosso entendimento de como, porque e o que devemos comunicar uns aos outros. O Espírito Santo, enviado por Jesus e pelo Pai, nos habilitou compreendermos a dimensão espiritual desta comunicação. Dessa forma, a humildade e o amor de Cristo precisam ser manifestados a fim de que exista uma linguagem apropriada à capacidade cognitiva e emocional da criança, cujo sentido aponta para uma esperança e uma redenção encontradas somente em Jesus, o Salvador.
Dessa forma, se fosse preciso para a criança entender e/ou ganhar a sua confiança, você se comunicaria com o uso de uma marionete? Você conversaria com a boneca dela? Você contaria uma história com o uso de diversos tons de vozes? Você sairia de sua zona de conforto para se comunicar, mesmo que sua criatividade fosse rotulada como ridícula no universo adulto? Enfim, você se faria como uma criança para ganhá-la? (cf. 1Coríntios 9:22) Note bem, eu não estou dizendo que você precisa se tornar um palhaço para que a criança se identifique com você, mas eu estou dizendo que se isso for necessário, então que assim seja feito. E agora, você consegue entender melhor como humildade e amor são importantíssimos para aconselhar crianças?
Por favor, não leia o restante deste breve artigo como um método a ser seguido – ele não foi escrito com esta intenção. Leia, porém, como um exemplo de alguém que durante anos se dedicou para aplicar seu conhecimento bíblico segundo o modelo encarnacional de Cristo, com humildade e amor pelas crianças.[3]
Duas lições importantes
Em dezenas de anos trabalhando com crianças, Earl Cook, conselheiro bíblico e pastor, aprendeu duas lições muito importantes. A primeira é que crianças experimentam a maioria dos problemas que adultos enfrentam: medo, ansiedade, ira, compulsão, depressão, confusão, orgulho, dificuldades em relacionamentos interpessoais, etc. A diferença, muitas vezes, está em como os pequeninos refletem tais problemas em suas atitudes, visto que o fazem de acordo com a sua maturidade. A segunda lição é que os princípios das Escrituras são tão pertinentes para as crianças quanto são para os adultos, todavia, precisam ser ensinados no nível de compreensão delas. Por exemplo:
— João, você já mentiu?
— Hum, talvez. Mas não mentiras como as da minha irmã, sem pé, nem cabeça. Ela mente todo o tempo!
— É mesmo? Talvez eu precise conversar com ela algum dia.
— Precisa mesmo.
— Você pode me dizer uma coisa?
— O quê?
— Quem lhe ensinou a mentir? Foi a mamãe?
— Não.
— Então foi o papai?
— Não.
— Quem será que foi então? Você consegue pensar em alguém?
— Não, eu não consigo.
— Seria possível você ter nascido sabendo mentir?
— Taaaaalvez.
— Você sabia que é isso o que Deus diz? Que você já nasceu sabendo mentir? E você sabe que Ele sabe tudo, né?
— Eu acho que sim.
— Deixe-me ler Salmo 51.5: Sei que sou pecador desde que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe. O que você acha que Deus está lhe dizendo neste versículo?
— Que eu nasci um pecador?
— Sim, você está certo. Ninguém precisa nos ensinar a como mentir, trapacear, ser egoísta ou mau. Nós nascemos assim. Você sabe porque um cachorro late?
— Porque ele é um cachorro e nasceu assim.
— Exatamente! Essa é a razão pela qual nós fazemos coisas ruins, as quais deixam Deus e os nossos pais tristes. Nós nascemos assim.
Você consegue pensar qual doutrina foi ensinada neste exemplo de diálogo? Não subestime as crianças, elas também são capazes de entender a “depravação total” quando ensinadas de forma apropriada.
Assim, como aconselhamos crianças? Da mesma forma que aconselhamos adultos, porém, levando em consideração a sua maturidade e o seu nível de entendimento. Os passos abaixo podem lhe ajudar no processo de aconselhamento seguindo um padrão encarnacional:
- Estabeleça uma boa relação com a criança;
- Colete dados;
- Traga à conversa princípios bíblicos;
- Aplique as verdades bíblicas durante o aconselhamento e dê tarefas para serem feitas em casa, até que os pais aprendam o processo e estejam confortados em prosseguir com os passos do aconselhamento.
Vamos então examinar estes passos individualmente.
1- Estabeleça uma boa relação com a criança
Apesar de ser uma criança, sua atenção tem de estar nela, não nos pais dela. Tente se esquecer que os pais dela estão presentes até que a criança, por ela mesma, inclua-os na conversa – se ela fizer isso. É provável que haja a necessidade de avisar aos pais antes da reunião que o seu foco estará na criança durante o aconselhamento, que é com ela que você substancialmente conversará.
Receba a criança (com seus pais) no local do encontro. Desde esse instante você precisará de criatividade, humildade e amor para criar um relacionamento que proporcionará à criança o ambiente ideal para ela papear. Você se lembra quando carros costumavam a ter uma alavanca ou um botão chamado afogador? Eles serviam para facilitar a partida do carro. Você precisa de ideias que funcionem como um afogador, visto que muitas crianças demandam um tempo especial para começarem um diálogo.
— Sara, você quer ver os desenhos que eu tenho de outras crianças na minha sala?
— Hum, hum.
— Sara, será que eu poderia ter um desenho seu também?
— Acho que sim.
— Legal! Que cadeira você quer sentar?
— … (Ela demora a responder.)
— Então eu vou sentar no chão. Você gosta de sentar no chão? Do que você gosta de brincar em casa sentada no chão?
— Eu sempre sento no chão para brincar de giz de cera, nos papeis coloridos que a mamãe me dá…
— Ótimo! Eu também tenho papeis coloridos e também tenho giz de cera. O que você mais gosta de desenhar?
— Gosto de desenhar a Isabela.
— Quem é ela?
— É minha boneca preferida.
— Sabe quem eu gosto de desenhar?
— Não.
— Você quer saber?
— Hum, hum.
— Eu gosto de desenhar Jesus. Eu gosto muito de ler a Bíblia e ver as histórias de Jesus. Daí, eu desenho ele como a Bíblia me ensina.
Algumas pessoas trabalham exclusivamente com crianças. Geralmente elas têm muitas coisas que podem atrair à atenção da criança e proporcionar uma ponte para o desenvolvimento deste relacionamento. Porém, nada oneroso é mais importante que a sua criatividade, o seu amor e a sua humildade.
Nunca se esqueça: estabelecer esse relacionamento é fundamental para que haja uma conversa suficiente para se obter as informações necessárias para o aconselhamento. Por essa razão, não se preocupe se você tiver que gastar quase todo o tempo da primeira sessão nisso. Além disso, seja sensível com as crianças que apresentarem dificuldade para se relacionar com você. Acabe mais cedo se for preciso.
Por que a presença dos pais ou responsável é importante?
Ainda que o aconselhamento não seja diretamente com os pais, a presença deles na reunião proporciona um centro de segurança enquanto a criança lhe conhece e se sente mais confortável. Ela está num lugar estranho para ver e falar com uma pessoa estranha! Nas palavras de Earl Cook, “no melhor das hipóteses, é bastante desafiador e, para algumas crianças, é uma experiência aterrorizante.”[4]
Outra razão importante de se ter o responsável ou os pais presentes é que você, como conselheiro, se torna um modelo para eles. Muitos pais possuem dificuldade de entrarem no mundo das crianças, de desenvolverem um relacionamento gostoso e saudável com elas. Eles podem lhe observar, avaliar e então aplicar o exemplo visto em sua habilidade.[5]
Mais uma boa razão para a presença dos pais durante a sessão é o aumento da força do vínculo pais-filho(a). Em casa a criança percebe que seus pais também estão mudando em razão das lições que foram ensinadas com base na Palavra de Deus pelo conselheiro.
Por fim, a presença dos pais é uma ótima fonte de confirmação daquilo que a criança compartilha durante a sessão de aconselhamento. Ela é geralmente mais honesta com as informações quando os pais estão presentes. Um detalhe que não pode deve ser negligenciado: nunca fale com os pais a respeito da criança com ela presente. De igual modo, não exorte os pais na presença da criança. Se isso necessário marque uma reunião somente com eles.
2- Colete dados
O primeiro passo antes de começar a primeira reunião é contatar os pais por telefone para você entender o que está acontecendo. Assim, quando tiver de conversar com os pequenos, você poderá direcionar a conversa para coletar os dados mais pertinentes ao caso dela.
— Ricardo, você sabe o que eu faço?
— Você conversa com as pessoas.
— Isso mesmo. E você sabe sobre o que eu falo com as pessoas?
— Sim, você ajuda as pessoas.
— Rapaz, você sabe mesmo! E sabe como eu ajudo as pessoas?
— Hum, não.
— Eu tenho um livro que foi escrito por Deus…
— A Bíblia!
— Exatamente. Eu sei que você também tem uma Bíblia em casa. Não é?
— Sim.
— Na Bíblia, Ricardo, nós encontramos a solução para as dificuldades da vida. Por isso eu quero tanto lhe escutar e depois, com você, olhar na Bíblia, pode ser?
Há casos mais complexos e mais complicados do que outros. Algumas vezes a criança terá dificuldades em expressar o que há de errado com ela. Imagine uma situação onde o menino de 10 anos pensa constantemente nas partes do corpo feminino, em especial nas mamas (seios). Vergonha pode ser uma dessas razões.
Veja alguns exemplos para chamar à atenção da criança para a conversa que precisa acontecer:
- Faça perguntas diretas. “Raquel, você sabe me dizer porque seus pais lhe trouxeram para falar comigo hoje?”
- Se a criança não responder, peça a ela autorização para falar com os seus pais. Enquanto conversar com eles, note o tom de voz usado (gracioso ou julgador) e observe as expressões faciais da criança. Lembre-se, a sessão não é com os pais, mas com o pequeno. Eles devem somente suprir as lacunas.
- Use histórias.
- Use desenhos, imagens, ilustrações.
- Peça para a criança desenhar.
- Peça à criança para descrever o que ela acha legal e o que ela não acha legal em seus amigos. Depois, peça para ela falar de si mesma.
- Seja criativo para buscar na criança toda a informação necessária para um aconselhamento diligente.
- “O alvo é trazer todo o comportamento para o universo da consciência, para que então você comece a trabalhar para ajuda-las a se controlar ao escolher o caminho de Deus ao invés ‘do meu caminho.’”[6]
3. Traga à conversa princípios Bíblicos
Tenha uma versão infantil da Bíblia ao seu dispor e saiba usá-la. A Bíblia é o instrumento que, quando bem usado, guia as crianças e os adultos a uma mudança que glorifica Deus.
Imagine-se numa situação de aconselhamento com um criança bastante ansiosa. Que trecho bíblico você compartilharia com ela. Penso que a narrativa de de Davi e Golias tem muitas lições que podem ajudá-la a entender seu coraçãozinho ansioso, bem como perceber que a solução está em Deus. Leia a passagem diretamente da Bíblia e, depois, reconte a história com suas próprias palavras. Desenvolver sua competência em contar histórias é mostrar seu amor pelos pequenos e uma excelente ferramenta para aconselhá-los.
— Fabiana, você acha que consegue assustar o papai e a mamãe? Você consegue ficar escondida deles para quando eles chegarem pertinho, você gritar surpresa?
— Claro que sim. A gente vai fazer isso agora?
— Hoje não, mas podemos pensar num outro dia. Você acha que conseguiria fazer isso com Deus também?
— Não sei.
— Vamos ver o que a Bíblia diz no Salmo 139.
— Tá bom.
— Aqui diz, tu me sondas e me conheces. Fabiana, preciso de sua ajuda, tá bom?
— Tá bom.
— Você pode se levantar e depois se assentar?
(Fabiana se levanta e se assenta.)
— Você acha que isso surpreendeu a Deus?
— Não sei.
— Vamos ver o que a Bíblia diz? Aqui, no Salmo 139 fala: sabes quando me sento e quando me levanto. Então, será que Deus ficou surpreso?
— Eu acho que não.
— Isso mesmo. De fato, Fabiana, a Bíblia fala que Deus conhece meus pensamentos, quando eu trabalho, quando eu descanso, o que eu vou falar… Ele sabe tudo sobre você e sobre mim. Não existe um lugar onde consiga se esconder dEle. Vejamos mais na Bíblia: Se eu subir aos céus, lá estás; se eu fizer a minha cama na sepultura, também lá estás. Se eu subir com as asas da alvorada e morar na extremidade do mar. Você sabe me dizer o que Deus está nos ensinando em Sua Palavra?
— Que onde eu for Ele também vai? Que Ele sabe tudo?
— Perfeito, isso mesmo!
4. Dê tarefas para serem feitas em casa
Adultos e crianças desenvolvem o aprendizado por meio da prática. As tarefas servem como um reforço do que foi visto durante a sessão de aconselhamento, além de uma boa forma de inculcar o ensino.
Ao preparar tarefas para serem feitas em casa pelas crianças, lembre-se sempre de não exagerar; elas se cansam mais rapidamente. Dê algo bem específico. Por exemplo, imagine uma criança que tem pavor de muita coisa. Peça a ela que faça um desenho por dia para os seus pais. Ao entregar o desenho para eles, ela deve explicá-lo e, os pais, devem colar um post-it que esteja escrito “Deus está presente” no desenho (ou fazer um pequeno desenho que represente isso caso a criança não saiba ler). Ou diga à criança para ela ler com seus pais todos os dias partes do Salmo 139 e pedir (orar) a Jesus Cristo que lhe ajude.[7]
Existem muitas histórias, muitas passagens bíblicas que podem ser convertidas para o universo da compreensão infantil. Pessoalmente, gosto muito de Mateus 7.24-27, a respeito do homem que construiu sua casa sob a rocha e o outro que construiu sua casa sob a areia. Ambos escutaram a Jesus, mas somente um fez conforme Jesus ensinou – ele foi chamado de sábio. Convido as crianças a escutarem e a fazerem conforme Jesus ensina, para também serem por Ele chamadas de sábias.
Incluir a criança no processo de desenvolvimento da tarefa é ótimo. Isso evita que o conselheiro dê alguma atividade da qual a criança tenha desinteresse.
Mostre aos pais como a tecnologia pode ajudá-los. Há centenas de bons websites, dezenas de aplicativos para tablets e celulares que podem cooperar com eles para cumprirem tanto as tarefas dadas como Deuteronômio 6: Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças. Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar. Amarre-as como um sinal nos braços e prenda-as na testa. Escreva-as nos batentes das portas de sua casa e em seus portões (Deuteronômio 6:5-9).
Por fim, tenha a certeza de dizer à criança e aos pais que você irá verificar a tarefa no próximo encontro.
Conclusão
“Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas.” (Mateus 19:14 NVI)
Crianças devem ser tratadas como portadoras das características daqueles que fazem parte do Reino do Senhor Jesus. Elas possuem a dependência que Deus almeja e requer dos santos. Não obstante, também possuem as dificuldades e as tentações que diariamente atraem os santos. Elas, como os adultos, podem ser tocadas pelo poder do Espírito Santo e por meio da Sua Palavra quando apresentada de forma adequada e apropriada à sua idade.
Quer aconselhar crianças? Esteja preparado com um coração humilde, amoroso e pleno do conhecimento da Palavra.
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[1] Earl L. Cook, “Counseling Children,” ed. David A. Powlison. The Journal of Biblical Counseling, Number 1, Fall 1999 18 (1999).
[2] Missionário da Aliança Pró-Evangelização das Crianças (APEC) no Brasil.
[3] Referência a Earl Cook.
[4] Earl Cook, p.13.
[5] Tenho certeza que essa habilidade também será um reflexo do amor, da humildade e do conhecimento que você tem na Palavra de Deus.
[6] Earl Cook, p.15.
[7] Diga aos pais os versículos que servem melhor para o caso da criança.
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