Por Paul Tripp
Eu não sou fã de imprevistos.
Não gosto quando minha agenda muda no último segundo. Não gosto quando meus voos atrasam e eu tenho que correr para chegar a tempo em um congresso. Eu não gosto quando tenho de ir a uma segunda loja para achar o produto que estou procurando porque na primeira loja já havia acabado.
Nos últimos tempos, tenho lidado com o imprevisível com relação à minha saúde física. Não gosto de não saber o que o amanhã me trará. Será que sentirei dor e desconforto hoje? Terei uma boa noite de sono? Os resultados dos próximos exames me darão notícias boas ou ruins?
Sei que você se identifica com essas lutas. Nenhum ser humano gosta de sentir que está vivendo na corda bamba do imprevisível, do desapontamento, ou do perigo. Todos procuramos algo ou alguém em quem possamos confiar e descansar.
Há apenas um problema: quanto mais vivemos, mais descobrimos quão insuficientes são as coisas do mundo caído para que confiemos nelas.
Sou casado com minha esposa, Luella, há quase 45 anos. Ela é minha heroína em muitas coisas, e temos um relacionamento maravilhoso. Mesmo assim, nosso casamento é desfigurado pelo pecado, e essa realidade introduz dor e imprevisibilidade em algo estável que temos tentado construir há tantas décadas.
Você pode achar que seu emprego é uma fonte de estabilidade, mas uma leve virada na economia poderia fazer com que você fosse demitido de uma hora para outra. Talvez você tenha uma casa própria, já quitada, e ela represente uma fonte de estabilidade, mas mesmo as coisas físicas estão, em última análise, em estágio de decomposição.
Temos, então, o dilema da humanidade: claramente não estamos no controle dos detalhes ou do destino de nossas vidas, mas, como seres racionais, emocionais e que têm propósitos, estamos sempre em busca de uma fonte profunda e duradoura de esperança.
E é por isso que eu amo o hino “My Hope is Built on Nothing Less” (“Minha Esperança está Firmada Tão Somente,” em uma tradução livre). Estou profundamente convencido de que o famoso refrão desse hino é repetido vez após vez para falar conosco toda vez que tentamos, em vão, encontrar esperança na areia movediça – “Em Cristo, a rocha firme, eu permaneço. Qualquer outra base é areia movediça”.
Deus, em amor, permite que suas falsas “rochas” de situações, pessoas, lugares, posses, cargos ou respostas sejam engolidas pela areia movediça, para que você grite pela ajuda dEle. Enquanto você luta contra a instabilidade escorregadia da areia movediça do mundo caído, sua fadiga deveria ser um sinal.
Há uma rocha inabalável, e o nome dela é Cristo.
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