Por Paul Tripp
Quando foi a última vez que você pensou “um dia, eu…” antes de preencher a lacuna com uma meta para seu futuro?
Talvez uma dessas situações seja o seu caso:
– Um dia, eu terei um emprego do qual eu realmente goste.
– Um dia, eu conseguirei entrar em forma.
– Um dia, eu voltarei para a faculdade e conseguirei meu diploma.
– Um dia, eu livrarei nossa família das dívidas.
– Um dia, eu encontrarei aquela pessoa especial e me casarei com ela.
– Um dia, eu vou me juntar a uma boa igreja, na qual eu consiga me encaixar.
– Um dia, comprarei uma casa confortável para nossa família.
Pensando sobre isso, percebi que, com mais frequência do que gostaríamos, dizemos “um dia, eu…” com pessimismo em vez de esperança. Essa expressão se torna mais uma resignação fatalista frente à morte de um sonho do que uma expectativa confiante sobre o futuro.
“Um dia” é uma maneira de colocarmos em palavras algo que gostaríamos que acontecesse, mas que, lá no fundo, achamos que não acontecerá. Tal qual um comprimido ou um exercício terapêutico, a expressão “um dia” torna-se apenas um truque mental que usamos para que nosso coração insatisfeito sobreviva a mais um dia frustrante.
A razão pela qual nossas frases que começam com “um dia” são mais fatalistas do que esperançosas é o fato de que, em nossos momentos de sanidade, sabemos que não temos o poder e o domínio sobre nossas vidas para garantir a realização dos nossos sonhos. Também sabemos que estamos colhendo os frutos das más escolhas já semeadas, que nos levaram até onde estamos.
Mas há uma situação na Bíblia na qual a ideia de “um dia” está carregada de otimismo e promessa. Davi a escreveu no Salmo 27:13 e ela está repetida no Salmo 116:9: “apesar disso, esta certeza eu tenho: viverei até ver a bondade do Senhor na terra”.
Por que este “um dia” é cheio de confiança? Porque o autor dessa frase a escreveu como uma declaração de identidade.
O autor desse “um dia” é um filho do Deus de Israel. É um dos eleitos de Deus, alvo do amor divino e possuidor das promessas eternas. O Deus que é pai desse autor é Aquele de poder imensurável, sabedoria inescrutável, soberania inconcebível, verdade imaculada e graça abundante.
O Deus dele não é apenas a definição do que é bom; Ele também tem o poder e o controle para garantir que todas as boas promessas que fez aos seus filhos sejam cumpridas. Ele tem o controle absoluto de cada lugar, circunstância, indivíduo, força da natureza, instituição e relacionamento.
E sabe o que é ainda mais maravilhoso? Esse Deus do salmista é o seu Deus também! Como um cristão, você pode crer, como Davi creu, que você, um dia, verá a bondade do Senhor na terra.
Não, você nem sempre vai entender o que Ele faz, e você será tentado a pensar que Ele perdeu o controle, ou que está atrasado em agir. Mas quanto mais você confia sua vida a ele, mais você experimentará sua graça e fidelidade, vez após vez.
O que Deus diz vai se cumprir. O que Deus promete se torna real. A palavra dele é confiável, porque, em sua graça, ele quer nos abençoar, e ele é poderoso para cumprir tudo o que prometeu.
Confiar em Deus é um investimento no presente, visando um futuro garantido. Quando você mantém as promessas dele em vista, você vive com confiança, coragem e esperança inabaláveis.
Tags: Confiança Fidelidade Paul Tripp Salmos Soberania
