Por Paul Tripp
Quando foi a última vez que você ficou nervoso ou sobrecarregado com algo que surgiu de repente em sua vida? Quando foi a última vez que você ergueu suas mãos, desesperado, e disse “eu não consigo fazer isso!”?
Talvez tenha sido antes de uma entrevista de emprego, ou uma grande apresentação no trabalho, na qual você não podia cometer erros. Talvez tenha sido a espera pelos resultados de exames médicos seus ou de algum ente querido.
Ou talvez tenha sido imediatamente antes de um momento comum do cotidiano: uma conversa difícil com seu cônjuge, um momento de disciplinar seus filhos, uma situação em seu lar na qual você precisou se sacrificar por alguém, uma oportunidade de compartilhar o Evangelho com um vizinho, ou uma pontada de dor em seu corpo.
Todas as pessoas, de um jeito ou de outro, experimentam momentos de ansiedade na vida, sejam eles grandes ou pequenos. Por que isso acontece conosco? Porque nós medimos constantemente nosso potencial.
Você e eu comumente medimos nosso potencial com base em dois fatores: nosso desempenho recente e o tamanho da dificuldade que surge diante de nós. O melhor exemplo bíblico disso é a história de Davi e Golias. Os soldados de Israel mediram com muita atenção o tamanho de Golias (1 Samuel 17:4-7) e Davi havia recontado seu histórico de batalhas antes de enfrentar o gigante (versículos 34-36).
Nesse processo de medir nosso potencial encontramos tanto uma lógica cultural quanto a sabedoria bíblica. A expressão popular “não dê um passo maior do que a perna” soa parecida com o que Jesus disse: “qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la? (Lucas 14:28)”, não é?
Mas Davi não escolheu ir à batalha com Golias por nenhuma dessas razões. Há uma maneira melhor pela qual Davi calculou seu potencial: ele se lembrou de sua identidade como filho de Deus. Você se lembra da famosa frase que ele disse nesse episódio? “O senhor que me livrou das garras do leão e das garras do urso me livrará das mãos deste Filisteu” (v. 37).
Davi não se valeu de suas vitórias sobre o leão e o urso, nem colocou sobre os próprios ombros o fardo de enfrentar Golias. Em vez disso, ele se lembrou de uma verdade: não cabe ao filho completar a tarefa; é dever do filho obedecer ao chamado do Pai e deixar que o Pai complete a tarefa.
Eu e você simplesmente não temos capacidade de vencer por nós mesmos. Não temos o poder de mudar as situações. Não conseguimos fazer com que pessoas reajam. Não podemos fazer com que nossos cônjuges nos amem. Não podemos garantir que nossos filhos nos obedeçam. Não podemos forçar duas pessoas a se reconciliarem uma com a outra. Não podemos fazer nossos vizinhos crerem no Senhor.
Não é nosso dever ter sucesso; nosso dever é responder ao chamado de Deus em cada situação, local e relacionamento onde Ele nos colocar. A promessa dele é que, enquanto vamos, ele está conosco. Ele nunca nos dá uma tarefa sem nos dar o que precisamos para completá-la.
Deus está firmemente comprometido em suprir seus filhos. Ele está firmemente comprometido com o sucesso do Reino dEle. E se você é filho de Deus, onde quer que você vá, a presença e o poder dEle estarão com você. Ele está sempre com você, e é o ajudador de que você precisa.
Você está conectado pessoalmente à fonte definitiva de vitória.
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