Nos últimos dias publicamos alguns artigos sobre a historicidade de Cristo fundamentado basicamente em evidências encontradas em escritores não cristãos. Embora outros pudessem ser considerados, os que mencionamos aqui oferecem um claro esboço da evidência extra bíblica favorável à existência de Cristo. Sabemos, entretanto, que esse esboço apenas inicia a apresentação de Cristo em fontes fora das escrituras, mas, com esses artigos intencionamos fornecer um sumário introdutório a uma realidade costumeiramente ignorada: Existem evidências da existência de Cristo em literatura antiga confiável, apesar de muitos movimentos (da internet) tentarem apresentar o oposto.
Os artigos que falam sobre a historicidade de Cristo a partir de escritores não cristãos são listados abaixo, e justificam as conclusões que fazemos mais abaixo:
1. Talo (~52 dC); 2. Flávio Josefo (37-100 dC) ; 3. Cornélio Tácito (56-120 dC);4. Suetônio(69-122 dC); 5. Plínio o Jovem (61-114 dC); 6. Luciano de Samosata (120-180 dC); 7. Celso (~178 dC); 8. Talmud (~70-200 dC); 9. Mara Bar-Serapião (de 73-200)
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Muitas evidências foram apresentadas nos artigos acima, e embora todas elas possam conter algum elemento de discussão, dos mais simples aos mais complexos, é evidente que não se pode desconsiderá-las todas ao mesmo tempo. Isso sugere que a existência de Cristo não é assunto da mitologia filosófica, ou até mesmo, um capricho religiosos: É possível afirmar com toda clareza que Jesus Cristo é uma figura histórica. Essa conclusão a partir dessas evidências, entretanto, não implica que Jesus é quem afirma ser, mas que é impossível descarta-lo com figura histórica.
Nessa seção, evitamos propositalmente usar a evidência bíblica para demonstrar a existência de Jesus, porque isso seria, aos olhos de céticos, “usar a Bíblia para provar a Bíblia“. Como estamos respondendo a pessoas que descartam as escrituras como relato histórico, as fontes não cristãs oferecem a estes um motivo claro para que estes repensem suas conclusões sobre a inexistência de Cristo, como a Enciclopédia Britânica mesmo atesta:
“Esses relatos seculares independentes comprovam que nos tempos antigos até mesmo os adversários do Cristianismo jamais duvidaram da historicidade de Jesus, a qual, pela primeira vez e em bases inadequadas, veio a ser questionada por vários autores do fim do século dezoito, do século dezenove e do início do século vinte” – (ENCYCLOPADEIA Britannica, 15, ed 1974; IN: MACDOWELL, Josh, Evidências que exigem um veredito, Cadeia, 1992, pp.110)
Mas, o que podemos dizer sobre as recorrentes acusações da inexistência de Cristo, especialmente encontradas na Internet? Ao invés de incitarmos uma nova argumentação aqui, apresentamos alguns acadêmicos e suas opiniões:
Michael Grant, Jesus: An Historian`s Review of the Gospels (Historiador ateu responsável pela tradução para o inglês do livro Anais de Tácito, em 1956):
“Esse modo cético de pensar [sobre a rejeição a Cristo] alcançou seu cume na argumentação de que Jesus como um humano jamais teria existido e no fim das contas é apenas um mito (…) Mas antes de tudo, se aplicarmos ao Novo Testamento, como deveríamos, o mesmo critério que aplicamos a outras obras antigas contendo material histórico, não poderemos mais rejeitar a existência de Cristo, do mesmo modo que não rejeitaremos a existência de uma grande quantidade de personagens pagãos, mesmo aqueles cuja figura histórica nunca foi questionada (…) Para resumir, o método moderno de crítica falha ao suportar a teoria de Jesus Cristo como mito (…) Nos últimos anos, nenhum acadêmico sério se aventurou a postular a não historicidade de Jesus, ou alguns poucos o fizeram, e eles não tiveram sucesso ao dispor de evidências muito fortes e abundantes do contrário” – (Macmillian Pub, 1977, pp.200-1)
Graham Stanton, The Gospels and Jesus (Professor de Novo Testamento na Universidade de Cambridge):
“Hoje, quase todos os historiadores, sejam cristãos ou não, aceitam que Jesus existiu e que os evangelhos contém várias evidências confiáveis que precisam ser pesadas e avaliadas criticamente. Existe o consenso que, com a possível exceção de Paulo, nós conhecemos mais sobre Jesus de Nazaré do que qualquer outra figura judaica, ou professor pagão do primeiro ou segundo século” – (Oxford University Press, 2002, pp.139)
Bart Ehrman, A verdade e ficção em o Código DaVince (Agnóstico anti-cristão, Professor de Novo Testamento e Cristianismo Primitivo em Chapel Hill):
“As mais antigas e melhores fontes de que dispomos para tomar conhecimento dos fatos da vida de Jesus (…) são os quatro evangelho do Novo Testamento, legados por Mateus, Marcos, Lucas e João. Não se trata apenas de um ponto de vista de historiadores cristãos que tem em alta conta o Novo Testamento e seu valor histórico; é o pondo de vista de todos os historiadores sérios da Antiguidade, dos cristãos evangélicos aos ateus mais empedernidos” – (Record, 2005, pp.139)
I. Howard Marshal, I Believe in Historical Jesus (Professor Emérito de Exegese do Novo Testamento da Universidade de Aberdeen, Escócia):
“Os historiadores não levarão a sério essa declaração desde que não são oferecidas nenhuma evidência para suportá-la, e a mera declaração não pode sobreviver contra uma investigação histórica (…) Antigas apresentações de visões similares na virada do século falharam em criar a impressão sobre a opinião acadêmica, e também é certo que as mais recentes apresentações desse caso não farão nada melhor” – (Cambridge, 2004, pp.15-6)
Norman Geisler, Eu não tenho fé suficiente para ser Ateu:
“Quantas fontes não cristãs fazem menção de Jesus? Incluindo Josefo, existem dez outros escritores não cristãos conhecidos que mencionam Jesus num período de até 150 anos depois de sua morte (Josefo, Tácito, Plínio, Flegão, Talo, Suetônio, Luciano, Celso, Mara bar-Serapião e o Talmude). Por outro lado, existem nove fontes não cristãs que mencionam Tibério César, o imperador romano nos tempos de Jesus. Assim, descontando todas as fontes cristãs, em relação ao imperador, existe uma fonte a mais que menciona Jesus. (…) À luz dessas referências não cristãs, a teoria de que Jesus nunca existiu é claramente injustificável” – (Vida, 2006, pp.228-9)
Robert Van Voorst, Jesus outside the New Testament:
“Os acadêmicos contemporâneos especializados em Novo Testamento tem tipicamente observado os argumentos deles [aqueles que negam a existência de Cristo] como muito fracos ou bizarros que os relegam a notas de rodapé, ou frequentemente os ignoram completamente (…) A teoria da não existência de Cristo é atualmente efetivamente morta como uma questão acadêmica” – (Eedermnans, 2000)
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