Por Paul Tripp
Aquela é a oração mais poderosa de que me lembro.
Meu sogro estava no hospital, sofrendo por causa de um caso avançado de câncer nos ossos. Era duro ficar naquele quarto sabendo da dor extrema que ele estava sentindo. Mas quando estávamos saindo, ele pediu para orar. Ele disse três coisas ao Senhor:
Primeiro, ele agradeceu a bondade de Deus em todas as circunstâncias, mesmo quando elas não se encaixavam em nossa ideia de bondade. Segundo, ele pediu a Deus para ajudá-lo a ser um bom exemplo para os outros durante aqueles momentos de sofrimento. Finalmente, ele agradeceu a Deus pela vida repleta de bênçãos que ele havia experimentado.
Fiquei deslumbrado. Ele era um homem que nunca havia estado em um seminário. Ele não era capaz de ensinar a teologia que eu achava que conhecia tão bem. Mas naquele momento, ele revelou um conhecimento da soberania de Deus mais rico e profundo do que eu jamais conseguira entender.
Talvez meu sogro tivesse todo o direito de se queixar, mas ele estava feliz. Ele poderia pedir que outras pessoas o servissem, mas ele pediu a Deus que o ajudasse a servir os outros.
Ele não questionou Deus dizendo “por que eu?” Ele não arrastou Deus a um tribunal e disse “é isso que eu ganho depois de uma vida inteira servindo ao Senhor?”
Em vez disso, meu sogro disse palavras edificantes. A língua dele era pura. O vocabulário dele honrava a Deus. Por quê? Porque a soberania de Deus preenchia o coração dele, de modo que a boca dele apenas falou sobre aquilo (Lucas 6:45).
Estou profundamente convencido de que a principal razão por que reclamamos, resmungamos e acusamos é o fato de que a soberania de Deus não governa nossos corações.
Quando pessoas nos frustram, quando nossos planos vão por agua abaixo, e quando o sofrimento bate à nossa porta, nossos lábios derramam palavras repletas de raiva, amargura, inveja, incredulidade, confusão e medo. Todas essas emoções encontram espaço para crescer quando nossos corações estão vazios da compreensão e crença na soberania de Deus.
Nós nos esquecemos de que o domínio de Deus é eterno e ele faz o que lhe agrada (Daniel 4:34-35). Não lembramos que os juízos dele são insondáveis e os caminhos dele são inescrutáveis (Romanos 11:33). Deixamos de meditar nas verdades de que Deus governa até os detalhes específicos de nossas vidas para glória dele e nosso bem (Atos 17:26-27; Efésios 1:4-6, 20-22 e muito mais).
É fácil para nós proclamarmos essas verdades durante o culto no Domingo, mas no cotidiano, será que a soberania de Deus está realmente presente em seu coração?
Aquele momento no hospital foi graça revelada da parte de Deus a mim. Ele não estava me rejeitando ou condenando por minha fraca teologia, mas, em vez disso, abrindo meus olhos, amolecendo meu coração e gentilmente atraindo minha alma a confiar ainda mais nele.
Enquanto você reflete sobre isso, que o Senhor faça o mesmo com você hoje!
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