Por Paul Tripp
Quando eu era pequeno, minha mãe me disse para nunca esquecer as palavras dela. Mais de 50 anos depois, claramente, eu não esqueci: “Não há nada que saia da boca de um bêbado que já não tenha estado lá antes.”
Nós estávamos em uma reunião familiar e um tio meu, que havia consumido muito álcool, começou a dizer coisas imorais. Conhecendo as desculpas que se seguiriam, minha mãe aproveitou para nos discipular com uma teologia bem prática, compartilhando o que o Senhor havia dito:
“O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração.” (Lucas 6:45)
Isso pode ser difícil de aceitar, e será preciso uma avaliação humilde e honesta: eu e você somos mais parecidos com meu tio do que imaginamos.
Talvez sejamos mais decentes e não fiquemos bêbados e falemos coisas pervertidas em público, mas temos em comum com meu tio três coisas:
Nossos corações não estão completamente livres do mal.
Falamos coisas más com mais frequência do que pensamos.
Nós culpamos coisas externas pelas más palavras que falamos (pessoas chatas, situações estressantes, bebidas alcoólicas, etc).
Você já falou “eu não quis dizer isso” logo depois de perceber que havia dito algo terrível? Uma resposta mais bíblica seria “por favor, perdão por dizer o que eu realmente quis dizer”.
Veja, se queremos entender nosso problema com as palavras e encontrar uma solução, precisamos começar pelo coração. O que dizemos com nossos lábios frouxos revelam o que desejamos em nossos corações pecaminosos.
Tiago 4:1 resume bem: “De onde vêm as guerras e contendas que há entre vocês? Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês?”
Amigos, seria muito mais fácil pegar algum livro chamado “101 Jeitos de Mudar sua Fala”, repleto de estratégias e técnicas para nos ajudar a selecionar e implementar o vocabulário correto. Mas isso não resolveria a raiz do problema.
É por isso que Deus escreveu um livro melhor. É o único Livro que oferece esperança definitiva e mudança duradoura. Tiago diz em seu livro: “portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês. Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês! Pecadores, limpem as mãos, e vocês, que têm a mente dividida, purifiquem o coração”. (Tiago 4:7-8)
O evangelho promete nada menos que um novo coração, um que não é mais escravo das paixões e desejos da natureza pecaminosa. E com um novo coração vêm bons tesouros, dos quais procedem melhores palavras.
