Por Rebekah Merkle
O movimento feminista tem conquistado muito espaço em nosso país. Além da carnificina do aborto, desconfio que a conquista mais infeliz é a destruição da ideia de alcançar excelência como mulher.
Isso pode parecer contraintuitivo. Afinal de contas, não estão as feministas lutando para que, nós mulheres, possamos ter todo um mudo de possibilidades abertas diante de nós? Que sejamos capazes de voar, escolher nossos sonhos, realizar e sobressairmos? Bem, na verdade, não.
Se você perguntar às pessoas do que de fato trata o feminismo, elas, na média, falarão que trata das mulheres serem iguais aos homens e sobre a necessidade de não sermos tratadas como inferiores, cidadãos de segunda classe. Claro, se você coloca desta forma, qual pessoa sã discordaria disto, certo? Mas existe na verdade algo sorrateiro nos bastidores, escondendo o que está acontecendo quando colocamos as ideias feministas desta forma.
O FRUTO DA IGUALDADE FEMININA
A ideia de que as mulheres são iguais aos homens não é uma ideia feminista, é uma ideia cristã. O apóstolo Paulo disse isso bem antes de Elizabeth Cady Stanton ou Gloria Steinem, quando nos ensinou que não existe nem judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem macho ou fêmea (Gálatas 3.28). Ele disse isso cerca de dois milênios antes dos direitos das mulheres surgirem.
As feministas tentam levar crédito por algo que é fruto do Evangelho, disseminando suas ideias como um fermento que é colocado no pão. Precisamos parar de deixar de agir como se as feministas, de alguma forma, tivessem alcançado nossa igualdade. As sociedades não cristãs nunca trataram bem as mulheres, e isso é extraordinariamente fácil de ver.
Mulheres sendo tratadas com respeito são frutos que crescem em um único tipo de árvore, esta árvore é uma cruz.
É claro que os cristãos acreditam que mulheres são iguais aos homens. Isto não é apenas algo religioso, nem um compromisso com as feministas ou algo que aprendemos delas, é na verdade um dos nossos distintivos. Temos que passagens bíblicas que comprovam isto.
O QUE É IGUALDADE
Então, o que está errado com o feminismo? Honestamente, muito disto resume-se a uma disputa sobre definições. O que “igual” realmente significa? Significa “o mesmo”? Um cristão acredita que mulheres são diferentes de homens – com diferentes forças, habilidades e tarefas. Não acreditamos que isto implica desigualdade. Uma feminista, por outro lado, acredita que a verdadeira igualdade não pode ser alcançada sem ser semelhante.
Um rolo de massa é diferente de uma batedeira, podemos saber disto sem dizer que um é melhor que outro. Seria um tanto estranho se pensássemos assim: imaginem mostrar para alguém seus aparelhos de cozinha e estes aparelhos o acusarem de considerar que a batedeira é melhor que o rolo de massa. Melhor em quê? Se você quiser bater um pouco de farinha, terá dificuldades com um rolo de massa. Teria problemas similares tentando estender uma massa de torta como uma batedeira. Um rolo de massa tem que ser avaliado de acordo com os padrões que define um bom rolo de massa e uma batedeira da mesma forma. Se restringir este exemplo apenas a uma analogia doméstica, comprovará o que estou falando.
O POTENCIAL DA MULHER POR EXCELÊNCIA
Acreditamos que mulheres são diferentes dos homens e, portanto, precisam ser tratadas pelos padrões que tornam uma mulher excelente, julgadas por seus próprios padrões. Uma mulher admirável, em termos elevados, parece diferente de um homem admirável em termos elevados. Esse é o coração da nossa discordância com as feministas. Eles querem que os padrões, categorias e julgamentos sejam o mesmo para ambos. Ainda tem mais: os padrões que elas querem aplicar são aqueles mesmos que sempre foram aplicados aos homens.
Quebrar esta barreira é uma abreviação para insistência de que os padrões de realizações dos homens agora devem ser impostos nas mulheres. Temos, na verdade, removido o potencial para a excelência verdadeira.
JOGA COMO UMA MENINA
Uma mulher que alcança a verdadeira excelência feminina é considerada por nossa sociedade como uma situação embaraçosa e regressiva. Pouquíssimas mulheres que lidam com este sucesso no mundo masculino levam uma tapinha nas costas e um prêmio de participação. Isto o horrivelmente condescendente.
Pense na forma como nossa sociedade aplaude mulheres que entram para as forças especiais da marinha ou algo parecido. Honestamente, é a mesma reação que se tem quando uma criança muito lenta se arrasta até cruzar a linha de chegada de uma corrida, doze minutos depois de todos os participantes. Nós mulheres precisamos parar de ficar tão facilmente lisonjeadas com este tipo admiração. Se notarmos bem, perceberemos que isso não é realmente um elogio.
Nos cristãos, particularmente mulheres cristãs, precisamos lutar pesado para recuperar a ideia da excelência feminina. Com frequência, em nome do conservadorismo, nós compramos e abraçamos o estereótipo do personagem “desamparado, frágil e minoria”, pensando que isto é que é ser feminino. O que precisamos é estudar nossas Bíblias e aprendermos a incorporar virtude como mulheres, obediência como mulheres, sabedoria como mulheres, coragem como mulheres, fidelidade como mulheres e força como mulheres.
Rebekah Merkle e seu esposo têm cinco filhos e vivem em Moscow, Idaho. É autora de Eve in Exile (Eva no Exílio).
Tradução de Leandro Pinto Duarte
Texto original em Desiring God
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