Por Paul Tripp
Quando foi a última vez que alguém confrontou um pecado seu? Como você lidou com isso? Quando foi a última vez que você confrontou o pecado de alguém? Você tentou evitar essa situação?
Se eu e você temos alguma semelhança, o simples pensar em confrontar ou repreender alguém pode ser muito desconfortável. Mas esse conceito é uma parte essencial do plano de Deus para comunhão cristã e crescimento espiritual.
Hebreus 3:13 diz
“encorajem-se uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama “hoje”, de modo que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado”.
Se é assim, por que a confrontação bíblica é tão difícil para nós? Primeiro, nós interpretamos erroneamente a confrontação como sendo algo negativo, quando ela deveria ser positiva.
Nossa mensagem na confrontação deveria estimular os outros a fazerem boas obras, e não desencorajá-los: “não desista! Há esperança e ajuda para você! Uma vida feliz é encontrada dentro das fronteiras da Palavra de Deus! Creia nas promessas da Bíblia!”
A partir dessa ideia, listo abaixo duas coisas com as quais precisamos ter cuidado quando somos confrontados:
Nós defendemos demais nossa identidade. Quando somos confrontados, nossa reputação de sermos “boas pessoas” é ameaçada. Mas o sacrifício de Jesus diz que nosso valor é definido completamente por ele, e não por nós mesmos.
Além disso, amamos muito nossos pecados. Jesus disse “quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas obras sejam manifestas” (João 3:20). Talvez precisemos ser brutalmente honestos e confessar que, às vezes, nossos corações desejam mais o pecado confrontado do que Cristo.
Finalmente, há três erros que cometemos quando confrontamos os outros:
Nós nos esquecemos de que há dois pecadores na conversa. O apóstolo Paulo declarou que ele era o principal dos pecadores (1 Timóteo 1:15). Mas, sempre que confrontamos alguém, esquecemos de que lutamos de maneiras semelhantes e que partilhamos da mesma identidade da pessoa a quem estamos confrontando: um pecador, salvo pela graça.
A Bíblia é usada como um porrete, e não um espelho. Mas o alvo da confrontação não é a punição ou a intimidação, mas a revelação. Deveríamos desejar que as pessoas vissem seu próprio pecado e a beleza do caminho do Senhor, e não que fossem esmagadas por nossas palavras.
Nós confundimos o nosso reino com o Reino de Deus. Há grandes chances de que o pecado que você esteja confrontando tenha machucado você, sendo muito difícil separar a irritação pessoal do desejo de Deus de restauração e perdão. Nosso papel na confrontação não é fazer com que a pessoa se submeta à nossa vontade, mas unicamente à vontade de Deus.
Então, da próxima vez que você for confrontado, coloque seu ego de lado e seja honesto sobre seu pecado. E quando Deus chamar você para confrontar alguém, seja gentil, humilde e um embaixador. A confrontação bíblia não é algo a ser evitado, e sim, amado.
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