Por Paul Tripp
Essa é a frase que abre o livro best-seller de Jim Collings sobre gestão empresarial “De Bom a Excelente”. Ele escreve:
“O bom é inimigo do ótimo. E essa é uma das principais razões pelas quais temos tão poucas coisas que se tornam ótimas. Não temos ótimas escolas principalmente porque temos boas escolas. Não temos ótimos governos principalmente porque temos bons governos. Poucas pessoas vivem vidas ótimas, sobretudo porque é muito fácil para elas se acostumarem a uma vida boa.”
Mas o que é que um livro sobre gestão empresarial tem a ver com nossa fé cristã?
Estou certo de que os cristãos se acomodam à “boa vida” quando Deus os está chamando para algo ótimo.
Não sei você, mas em mais vezes do que eu gostaria de admitir, percebi que estava me acomodando a uma “boa vida cristã”, enquanto praticamente não me preocupava com coisas do Reino de Deus que não tinham a ver diretamente comigo.
Embora nós consigamos permanecer dentro das fronteiras estabelecidas por Deus, construímos uma vida em que nosso ego ocupa o lugar central.
Somos gratos pelo bom casamento que temos e reconhecemos que é por causa de Jesus. E isso está certo! Quão incrível é o fato de que duas pessoas egoístas conseguem viver em harmonia juntas?
Somos gratos por nossa boa família, a qual só é assim pela graça. Somos gratos pela boa carreira que temos, segundo a soberania de Deus. Somos gratos por nossos bons amigos cristãos.
E sim, devemos comemorar e curtir essas boas bênçãos dadas a nós!
Mas de maneiras que não notamos, é bem possível que nosso cristianismo termine bem nesse local. Aquele em que nos acomodamos na presença do bom, quando o ótimo nos foi oferecido.
Sabe, fomos escolhidos para ultrapassar a fronteira dos nossos próprios planos, propósitos, necessidades e vontades simplesinhas. Fomos chamados para tomar parte no Reino de Deus e na missão dele de fazer novas todas as coisas (Apocalipse 21:5).
Isso não significa que você tem que abandonar as boas coisas com as quais Deus lhe abençoou. Na verdade, significa viver com uma mentalidade ministerial, focada na redenção, em todas as situações, locais e relacionamentos onde Deus colocou você.
Como funciona? Eis alguns exemplos:
Não se acomode a um bom casamento. Como Deus pode usar você para redimir outros casamentos, ou noivados, ou pessoas divorciadas, ou solteiras?
Não se acomode a uma boa família. Como Deus pode usar você para discipular outras pessoas na grande família de Cristo?
Não se acomode a uma boa carreira. Como Deus pode usar sua posição, seu poder e sua influência para fazer a diferença em honra ao nome dele?
Não se acomode aos bons amigos cristãos. Como Deus pode usar você em sua vizinhança para espalhar a boa notícia do Evangelho, capaz de transformar vidas?
Seja honesto consigo e com Deus hoje: você tem se acomodado e “cristianizado” uma vida acomodada?
Jesus resgatou você de algo muito ruim, não para que você se acomodasse a uma boa vida, mas para convidar você a algo que será eternamente ótimo!
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