Por Paul Tripp
Papel-filme é uma invenção genial. A grande sacada científica por trás do papel-filme é que ele sempre assumirá o tamanho exato do objeto que está embrulhando. Seja um pedaço de carne, seja um bote inflável, as moléculas do plástico contornam o objeto em sua forma exata e o protegem.
O pecado tem um efeito parecido, mas não de um jeito benéfico. Ao contrário, nossos corações pecaminosos nos causam danos ao encolherem nossas vidas até elas ficarem do tamanho dos nossos desejos egoístas.
Ao longo desse processo, machucamos outras pessoas e desperdiçamos a vida abundante que Deus tornou disponível a nós.
Pense a respeito:
Maridos e esposas, quantas oportunidades nós perdemos de aprofundar nossos relacionamentos com nossos cônjuges porque encolhemos nossos casamentos até eles ficarem do tamanho de nossas exigências egoístas?
Mães e pais, quantas oportunidades perdemos de moldar os corações dos nossos filhos porque queremos que nosso papel de pai encolha e assuma o tamanho de nosso desejo egoísta de conforto?
Amigos, quantas oportunidades nós perdemos uns com os outros, porque embalamos nossos relacionamentos na forma de nossas preferências egoístas?
Vizinhos, quantas oportunidades perdemos de sermos luz em nossas comunidades, porque moldamos nossas vidas no tamanho das nossas agendas egoístas e confortáveis?
É errado gostar de conforto e ter preferências? Claro que não! Mas, às vezes, essas coisas se tornam ídolos em nossos corações, e o pecado encolhe nossa vida até que ela fique do tamanho dos nossos ídolos egoístas.
Então como podemos romper essa “embalagem” do pecado e experimentar a plenitude da vida que Deus nos oferece?
1 – Pense no longo prazo
C.S. Lewis escreveu “se você observar a história, notará que os cristãos que fizeram mais pelo mundo presente foram aqueles que mais pensavam no porvir… mire no céu e você acertará a terra.”
Se a duração da nossa vida nessa terra não passa de um piscar de olhos, faremos bem se tomarmos as decisões do dia-a-dia baseados na eternidade, e não no aqui e agora.
2 – Olhe pela janela
Quando eu estava no seminário, passava todos os dias de carro, com meus amigos, por uma região pobre da Filadélfia. Nós éramos tão cheios de nós mesmos, tendo conversas pomposas sobre doutrinas e o ministério.
Isso durou até eu olhar pela janela uma vez e ver casa, carros e pessoas quebradas. Eu estava preenchendo meu cérebro, mas tinha um coração surpreendentemente vazio! Faremos bem se olharmos pela janela para nos identificarmos com a dor e o sofrimento dos outros.
3 – Lembre-se do que você merece
Se você fica com o crédito por coisas que só as bênçãos de Deus poderiam fazer, você terá mais alegria em ser servido do que em servir, e você terá olhos atentos apenas para ver como os outros estão tratando você.
Faríamos bem em lembrar de nossa terrível condição como pecadores e do presente gratuito de Deus, que é a misericórdia dele derramada em nossas vidas. Isso nos manterá humildes e gratos, mais alegres em dar do que em receber.
4 – Use diferentes sentidos
Deus nos criou como seres físicos e nos colocou em um mundo físico. Não é errado aproveitar as coisas do mundo criado. Mas, pela fé, faríamos bem em definir nossas vidas mais pelo que não se pode ver do que pelo que pode ser ouvido, sentido, tocado ou degustado.
Você enxerga algum efeito do “papel-filme” do pecado em sua vida? Eu sei que o Paul Tripp luta todos os dias com um coração embrulhado em desejos momentâneos, egoístas e sensoriais.
Mas não estamos sozinhos. A graça de Deus nos dá o desejo de termos um coração puro e nos fornece todos os recursos para que nos libertemos dessa embalagem.
Quando fazemos isso, a energia da nossa vida passa a ser gasta em algo muito maior, mais belo e mais satisfatório!
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