Por Fernando Leite
Mensagem pregada na Igreja Batista Cidade Universitária dia 25/07/2004
INTRODUÇÃO
Há um ditado muito conhecido e bastante usado que diz o seguinte: Amigos, amigos, negócios à parte. A proposta hoje em dia é que vejamos essas duas coisas bem separadas, estando de um lado os negócios e do outro a amizade, pois é prático dicotomizar a vida de várias maneiras. Em parte, eu posso até concordar com esse ditado pois, se você mantém alguém dentro do seu negócio simplesmente porque é seu amigo, mas este amigo não é capaz de desempenhar uma função, essa pessoa vai estar ocupando o lugar de alguém que poderia estar fazendo algo. Essa pessoa vai estar deixando trabalho para outra pessoa fazer, sobrecarregá-la e, para compensar isso, você terá que encontrar alguém, seus custos serão mais altos e você, possivelmente, estará fora do mercado.
Quando olhamos para a cidade de Atenas dessa época – e é possível compreender o que acontecia em Corinto à luz do que acontecia em Atenas – vemos um povo que tinha o hábito de levar uma causa perante os juízes quer fossem questões sociais, de emprego, vizinhança, etc. Imagine-se você discutindo com um amigo devido a um negócio. Por discordarem, poderiam chamar um terceiro independente para decidir a questão. Se vocês não estivessem contentes com isso, poderiam levar a questão a um tribunal, uma corte, constituída por 40 jovens de 16 anos que julgariam a sua causa. Se, ainda assim, não considerassem suficiente, poderiam levar essa causa para um júri, com pessoas maiores de 30 anos. Isso ocorria tão constantemente em Atenas, e provavelmente em Corinto também, que os escritores dizem não existir um único cidadão que não tivesse uma causa contra outro. Todos estavam, de uma maneira ou de outra, julgando algo. Na verdade, essa questão de levar um irmão à justiça era um entretenimento para os cidadãos atenienses e, pela proximidade e similaridade, provavelmente também o era para os corintios. Na carta de Paulo aos corintios, apesar de composições e preposições diferentes, encontramos 40 vezes o verbo julgar. Julgar era algo importante e relevante naquela sociedade, por isso aparecer tantas vezes na carta.
Por outro lado, havia os judeus, que não aceitavam essas cortes pagãs. Eles entendiam que, como povo de Deus e tendo visões e valores distintos, não poderiam ter questões concernentes à sua vida pessoal decididas por aqueles pagãos. Assim sendo, eles nomeavam três sábios dentre os homens ali existentes, sendo eles que iriam julgar suas causas. O império romano era tolerante a respeito dessa questão judaica, permitindo que problemas entre os judeus fossem julgados no seu ambiente. Com relação ao Cristianismo, na perspectiva do império romano, os cristãos eram vistos apenas como uma seita dentro do judaísmo, daí a tolerância também existente para que as causas de judeus e cristãos fossem resolvidas entre eles, exceto em casos que envolviam pena de morte.
Irmão X Irmão
No versículo 1 do capítulo 7 lemos: Se algum de vocês tem queixa contra outro irmão… Porém, o que estava acontecendo era bem diferente, como lemos nos versículos 6 a 8: mas, ao invés disso um irmão vai a tribunal contra outro irmão (…) 7 O fato de haver litígios entre vocês já significa uma completa derrota (…) 8 Em vez disso vocês mesmo causam injustiças e prejuízos, e isso contra os irmãos! De alguma maneira aqueles irmãos, cidadãos de Corinto, estavam agindo e prejudicando uns aos outros. Conseqüentemente, isso fazia com que parte deles entrasse na justiça, influenciando no relacionamento dentro da igreja. Eram irmãos em Cristo que tinham processos uns contra os outros. De certa forma, essa situação é semelhante à que vivemos hoje. Há pessoas que se dizem cristãs, mas estão passando cheques sem fundos, literalmente. É possível que você tenha sido empregado de alguém que é crente e, por não concordar com a maneira com que o seu patrão conduzia as coisas, tenha sido mandado embora sem receber seus direitos. Essa é uma situação que pode pedir uma intervenção civil ou jurídica. É possível também que você tenha montado uma sociedade com um amigo cristão e, como as coisas não deram muito certo, você tem alguns assuntos pendentes e agora não sabe o que fazer.
CASO DE INCOERÊNCIA
Primeiramente, preste atenção no que estava acontecendo ali em Corinto. Como lemos no versículo 1, era uma absoluta incoerência: Se algum de vocês tem queixa contra outro irmão, como ousa apresentar a causa para ser julgada pelos ímpios, em vez de levá-la aos santos? Para o apóstolo Paulo, levar um irmão à justiça é algo ousado e absurdo, totalmente fora de propósito. No entanto, era exatamente o que estava acontecendo ali. Nos versículos 2 e 3, ele diz: Vocês não sabem que os santos hão de julgar o mundo? Se vocês hão de julgar o mundo, acaso não são capazes de julgar as causas de menor importância? 3 Vocês não sabem que haveremos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas desta vida! A responsabilidade dos cristãos, como filhos de Deus, era, em primeiro lugar, julgar o mundo, e em segundo lugar, julgar os anjos. Eles viviam em um contexto de realeza onde quem exercia as funções de executivo, legislativo e judiciário era quem governava. Assim, os verbos utilizados nesses versículos para julgar valiam em todas essas áreas.
Existem, inclusive, outras passagens nas Escrituras que nos mostram o papel de comando e juízo que os filhos de Deus, futuramente, exercerão. Em Mateus 19.28, lemos: Jesus lhes disse: “Digo-lhes a verdade: Por ocasião da regeneração de todas as coisas, quando o Filho do Homem se assentar em seu trono glorioso, vocês que me seguiram também se assentarão em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. Nós iremos nos reunir com o Senhor e sentar com Ele em Sua corte, tendo uma participação. Em Apocalipse 2.26-27, também é dito: Àquele que vencer e fizer a minha vontade até o fim darei autoridade sobre as nações. 27 Ele as governará com cetro de ferro e as despedaçará como a um vaso de barro. A palavra governar aqui tem a conotação de comandar e controlar. É tal como Paulo diz, que os filhos de Deus foram chamados e terão uma atribuição futura, que é sentar com Deus e participar, juntamente com Ele, do juízo das nações.
Nós não sabemos exatamente a que Paulo se refere ao dizer que iremos “julgar os anjos”. Provavelmente é o mesmo a que Judas se refere em Judas 6: E, quanto aos anjos que não conservaram suas posições de autoridade mas abandonaram sua própria morada, ele os tem guardado em trevas, presos com correntes eternas para o juízo do grande Dia. Pelo menos alguns anjos serão julgados. A questão de Paulo, então, e a incoerência aqui originada, é que, se eles são incapazes de julgar as coisas de menor importância, como lemos anteriormente no versículo 2, como então julgarão as nações ou, como é dito no versículo 3: …Quanto mais as coisas desta vida! Comparadas com as coisas do reino eterno de Deus, essas questões terrestres são pequeníssimas e ínfimas. Como então tratar, dentro da igreja, com essas questões cotidianas e de menor importância? Uma vez que é incoerente colocar pagãos dentro da comunidade cristã para fazer o julgamento, como um cristão deve agir nessas circunstâncias?
COMO UM CRISTÃO DEVE AGIR
Constituindo-se juízes
Nos versículos 4 e 5 desta passagem, o apóstolo Paulo diz: Portanto, se vocês têm questões relativas às coisas desta vida, designem para juízes os que são da igreja, mesmo que sejam os menos importantes. 5 Digo isso para envergonhá-los. Acaso não há entre vocês alguém suficientemente sábio para julgar uma causa entre irmãos? As pessoas de Corinto eram orgulhosas e soberbas devido aos homens sábios e capazes intelectualmente que ali existiam. No entanto, apesar disso, Paulo está dizendo que parece não haver ninguém ali dentro capaz de julgar essas questões menores, o que é motivo de vergonha. Se é esperado do povo de Deus que julgue anjos e nações, espera-se também que saiba processar uma questão entre irmãos envolvendo detalhes dessa vida. Além de sábios, Paulo também menciona que deveriam ser pessoas da própria igreja. Você pode achar que a igreja ou os pastores não precisam julgar e discutir o seu caso específico. Porém, mais uma vez, ainda que sejam questões insignificantes e que não devam ser prioridade no reino de Deus, é preciso que estejamos preparados e capacitados para julgá-las. A coerência, portanto, é que as pessoas que vão participar daquele julgamento, participem também hoje do julgamento que for necessário no ambiente da comunidade. Essa é, inclusive, uma maneira de preservar a respeitabilidade da comunidade.
O Senhor Jesus disse que nós seremos reconhecidos pelo amor que temos uns para com os outros. No entanto, que imagem uma igreja apresenta diante da sociedade ao levar um irmão contra outro irmão em tribunal? É verdade que, por conta da estruturação da nossa sociedade, há uma série de situações onde se torna inevitável que se chegue à justiça. No nosso país, por exemplo, em casos de divórcio, é obrigatório aparecer diante de um juiz, o qual determinará o que fazer a respeito dos bens. Há também a obrigatoriedade de todo o cidadão que conhecer um caso de abuso infantil, denunciá-lo à polícia. Como vemos, esses são casos inevitáveis onde é necessária a utilização dos métodos de justiça comuns desse mundo. Entretanto, no versículo 7, lemos: O fato de haver litígios entre vocês já significa uma completa derrota. A palavra aqui traduzida por derrota é uma palavra utilizada na corte com relação a alguém que perdeu uma causa. Quando Paulo fala em derrota aqui, ele não necessariamente está falando de derrota de direitos legais e sim de uma derrota no aspecto moral e espiritual, decorrente de um irmão em Cristo levar outro à justiça.
Demonstrando amor
A igreja foi criada e estabelecida para viver em harmonia e preparada para aceitar e conviver com as diferenças e as ofensas das pessoas. A igreja foi capacitada para agir com amor e perdão, e Paulo está dizendo que, nesse aspecto, ela perdeu do seu valor e dos seus alvos. Há uma perspectiva de que nós estamos neste mundo para alcançar o homem sem Cristo, e nossa vida é uma maneira de refletir esse compromisso com o Senhor. O amor deve ser parte da maneira como se tratam situações como as mencionadas aqui. No versículo 2 do capítulo 1 de I Corintios, lemos que, tal como aquele povo, nós fomos separados por Cristo para ter comunhão com Ele nas Suas atribuições e no Seu caráter. Fomos chamados para conhecer a sabedoria de Deus a tal ponto que a nossa conduta envergonhará os sábios deste mundo. Porém, quando os cristãos começam a se agarrar a direitos pessoais e começam a ir à justiça por motivos de ganância e ressentimentos, o apóstolo nos diz que, independentemente do veredicto do juiz pagão, essas pessoas já estão derrotadas. É isso o que lemos no versículo 8: Em vez disso vocês mesmos causam injustiças e prejuízos, e isso contra irmãos!
ATITUDE A SER MANTIDA: O PERDÃO
Perda inicial
Há uma atitude apresentada pelo apóstolo que deve ser mantida também nessas circunstâncias: o perdão. Vamos olhar para essa atitude a partir de palavras ditas por Jesus. Em Mateus 18.21-22, lemos: Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?” 22 Jesus respondeu: “Eu lhe digo: Não até sete, mas até setenta vezes sete”. Na época de Jesus, existiam dois famosos rabinos representando duas diferentes escolas de pensamento. Um deles era Shamái, conservador, que dizia que uma pessoa deveria perdoar a outra até três vezes. Já o outro rabino, Ilhéu, que era mais liberal, dizia que era preciso perdoar alguém até sete vezes. Os discípulos, então, fazem essa pergunta ao Senhor Jesus, pois queriam que ele tomasse uma posição acerca disso. Setenta vezes sete parece ser algo incontável, porém, significa justamente que o perdão é para ser livre. No versículo 35 desse mesmo capítulo de Mateus, ele diz: Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão. Se você, que foi perdoado por Cristo, não agir com perdão para com as pessoas que estão à sua volta, ainda que não perca sua salvação, você estará pecando e terá conseqüências amargas em sua vida.
Nessa vida, sempre que pensamos em perdão, pensamos numa perda inicial, sendo por isso que o apóstolo Paulo diz, no versículo 7 da nossa passagem: …Por que não preferem sofrer a injustiça? Por que não preferem sofrer o prejuízo? Sempre que você perdoa a alguém, você está de alguma maneira sendo injustiçado pois o perdão envolve ceder direitos. Se você acha que tem o direito de receber de um irmão uma determinada quantia e decide não ir à justiça contra ele, você está assumindo um prejuízo. Se você acha que seu marido ou sua esposa tinha a obrigação de tratá-lo de uma determinada maneira e isso não aconteceu, você pode perdoar e, conseqüentemente, assumir esse prejuízo. Pedro nos dá um bom exemplo disso em I Pedro 2.21 e 23: Para isso vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês, deixandolhes exemplo, para que sigam os seus passos. 23 Quando insultado, não revidava; quando sofria, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga com justiça. Jesus foi insultado e não revidou, sofreu e não fez ameaças. A única coisa que Ele fazia era se entregar Àquele que julga com justiça. Ao perdoar, você assume o que perdeu, declara que não há mais aquele débito e, entregando-se nas mãos de Deus, Ele julgará.
Ato de fé
Para os apóstolos, era difícil compreender esse perdão livre e ilimitado, sendo por isso que eles pedem ao Senhor que aumente sua fé: Tomem cuidado.“Se o seu irmão pecar, repreenda-o e, se ele se arrepender, perdoelhe. 4 Se pecar contra você sete vezes no dia, e sete vezes voltar a você e disser: ‘Estou arrependido’, perdoe-lhe”. 5 Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” (Lc.17.3-5). Basicamente, ao dizer que era necessário perdoar setenta vezes sete, o Senhor Jesus estava dizendo que, para perdoar de fato é preciso ter fé e confiar nesse Deus soberano e que nos ama. Falta de perdão é falta de consciência do quanto você mesmo já foi perdoado por Cristo e falta de confiança no que Deus fará futuramente acerca dos seus direitos. Eu já tive o privilégio, se é que posso chamá-lo assim, de procurar um irmão que se sentiu lesado por outro, e, ao conversar com ambas as partes, elas concordarem que eu julgasse a causa. Depois de pensar durante alguns dias e estruturar como julgaríamos a questão, pudemos chegar a um veredicto e, mesmo uma das partes perdendo dinheiro, o caso foi considerado liquidado.
Assim, se você acha que sua questão deve ser tratada na justiça, eu diria que você deve procurar alguém da igreja, não precisa necessariamente ser da liderança, que posso julgar o seu caso confiando na supervisão do nosso soberano Deus. Esse é o princípio da Palavra, que você tenha uma atitude de perdão que conduza o seu coração. Caso a resposta que você deseja não der certo, entregue-a ao Senhor, que julga retamente.
A HERANÇA ETERNA
Depois de tratar dessas questões relacionadas ao cotidiano, o apóstolo Paulo introduz um assunto relacionado à herança. Na verdade, é parte desse livro, e também desse capítulo 6, uma série de perguntas semelhantes às seguintes: 2 Vocês não sabem que os santos hão de julgar o mundo? 3 Vocês não sabem que haveremos de julgar os anjos? 9 Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar:… Os corintios eram orgulhosos da sua capacidade intelectual e do seu conhecimento, mas mesmo assim Paulo está dizendo que eles não sabem coisas básicas e que eles, sendo perversos, não herdarão o reino de Deus. Obviamente, ele está fazendo referência à atitude dos irmãos levando outros irmãos à justiça. A forma como eles estavam agindo afetaria a sua herança eterna. A maneira como a expressão “não se deixem enganar” aparece aqui, significa que eles já estavam enganados ao considerar que aquela conduta era algo normal e correto. Se você é salvo, você está perdoado e tem acesso a Deus decorrente de uma graça absoluta. No entanto, além da salvação, há uma herança que não é incondicional. Você pode entrar no estado eterno com as mãos cheias ou com as mãos vazias. Ainda que essas atitudes não atinjam sua salvação, pois essa está garantida, processar um irmão na justiça vai descontar algo na sua herança eterna.
Nesse mesmo contexto, Paulo ainda diz nos versículos 9 e 10: … nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos, 10 nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus. Há uma tendência cada vez maior, em nossa sociedade, em aceitar o homossexualismo como algo normal, já que a sociedade evoluiu e agora aceita uma maneira alternativa de se viver. Se você acha que estamos vivendo em tempos muito diferentes dos de Paulo, você está enganado. Na sociedade de Corinto, o homossexualismo, passivo ou ativo, era muito mais intenso do que hoje. Sócrates era homossexual; Platão, pela maneira como descreve esse tipo de amor, também deveria sê-lo; dos 15 primeiros imperadores romanos, 14 eram homossexuais; Nero tinha um rapaz amante a quem mandou castrar e, quando Nero morreu, o próximo imperador teve o rapaz como herança. Mesmo assim, diante desse quadro, Paulo não diz que devemos ser tolerantes com isso. Além dos homossexuais, o apóstolo menciona diversos outros tipos que, com determinadas atitudes e posturas, se forem filhos de Deus, serão comprometidos. Eles não perdem a salvação, que lhes foi dada gratuitamente, mas certamente terão prejuízos eternos.
O versículo 11 diz: Assim foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus. Nós fomos lavados, santificados e separados por Deus para um novo propósito. Entretanto, se mantivermos atitudes perversas, tais como levar alguém à justiça por detalhes da vida e por coisas de pequena importância comparadas às questões do Reino de Deus, teremos prejuízos eternos. Como vimos no capítulo 3 dessa carta, versículos 14 e 15: Se o que alguém construiu permanecer, esse receberá recompensa 15 Se o que alguém construiu se queimar, esse sofrerá prejuízo; contudo, será salvo como alguém que escapa através do fogo. A vida de um filho de Deus será colocada em juízo e, como lemos, em juízo de fogo. Se o que você construiu nessa vida, como um filho de Deus, é algo inflamável e sem valor, com certeza queimará naquele juízo. A salvação está preservada, mas os prejuízos do que você construiu estarão bem evidentes.
PRIORIDADES
Pense na sua escala de valores e em que você está investindo o tempo e a energia da sua vida. O que você está sacrificando pelo seu sucesso profissional? Ou para poder melhorar sua posição nessa sociedade? Não é somente o levar alguém à justiça que pesará no dia do juízo. Você pode, por exemplo, estar muito bem profissionalmente, mas ter um coração avarento. Você pode ser muito bem sucedido nos seus estudos, e ao mesmo tempo estar desenvolvendo uma adoração ao seu ídolo que é o conhecimento. Naquele dia, tudo isso será queimado! O que vai valer é apenas o que tem valor eterno. O povo de Deus tem que estar, ao mesmo tempo, pronto para julgar as causas pequenas dessa vida e disposto a aceitar a vontade de Deus através dos sábios da igreja. No entanto, levar ou não levar alguém à justiça já reflete uma mentalidade do que tem valor. É possível que você não tenha nenhuma razão para levar alguém à justiça, pois nas suas decisões já condenou essa pessoa a viver longe de você. Isso também é pecado, ofende a Deus e trará implicações para a sua vida eterna. Não existe a possibilidade de você manter um ressentimento em seu coração com algum irmão sem que isso traga implicações para você hoje e eternamente.
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