Por Paul Tripp
Quais são as suas esperanças e as suas expectativas ao olhar para um adolescentes de 16 anos? Ir à escola, fazer a tarefa de casa e, por favor, evitar as típicas tentações e os erros comuns da idade?
Eu conheci três adolescentes homens que eram diferentes. Eles estavam prestes a mudar seus arredores para sempre porque se recusavam a ser passivos em face do erro.
Os rapazes estavam frequentando uma grande e bem conhecida escola cristã que funcionava há anos. Mas havia problemas na escola como nunca antes. O corpo discente estava dividido, tendo como separação aqueles que eram da “periferia” e os que eram da “cidade“.
Os rótulos eram apenas a ponta do iceberg. Aquela que já tinha sido uma ótima escola havia se tornado notória e racialmente dividida. Nenhuma violência havia acontecido, pelo menos não ainda, e muito do racismo era encoberto. Mas estava ali, real e inegável.
Isso era inaceitável para aqueles três adolescentes. Era a escola cristã deles. Ela era supostamente para ser conhecida por seu amor. Era para ser um lugar de paz. Ela proclamava uma mensagem de que todas as pessoas são igualmente carentes aos olhos de Deus. Ainda assim, a cultura dessa escola havia sido definida por estereótipos e divisões mundanas, nada como a reaproximação e unidade que deveriam prevalecer.
Estes três adolescentes decidiram fazer alguma coisa. Eles pediram permissão ao director que que separasse, semanalmente, a tarde das sextas-feiras para discussão sobre relações raciais na escola. Naquela primeira sexta-feira de tarde, um grupo misto de 25 adolescentes desconfortáveis se juntaram e participaram da aula, com somente aqueles três adolescentes parecendo que realmente queriam estar lá.
Um destes três adolescentes começou a falar, confessando sua própria mágoa e preconceito. Começaram a falar um depois do outro. As vezes era uma confissão, as vezes uma confrontação, mas seguramente a honestidade ocupou todo aquele tempo. A cultura da escola não mudou permanentemente naquele dia, mas a porta que foi aberta dificilmente se fecharia.
Na semana seguinte, 50 estudantes abarrotaram aquela classe e a conversa começou a migrar de confissão e confrontação para reconciliação. Houve até mesmo momentos em que os alunos se levantaram, atravessaram a sala e se abraçaram em um gesto público de respeito. Na terceira semana, a reunião teve que ser realizada no auditório.
Estes três adolescentes se formaram, mas o legado deles permaneceu. Aquela escola é mais racialmente unida do que jamais teria sido. Foi por causa de três garotos comuns e inocentes que não permaneceram passivos diante um status quo anti-bíblico.
É uma bela e inspiradora história, não? Mas não perca o ponto-chave: como seguidor de Jesus Cristo, você não pode pensar biblicamente sobre a vida e adotar um estilo de vida passivo.
Para começar, o mundo em que você vive está terrivelmente quebrado (veja Romanos 8.18-22). Segundo, a agenda de Deus é a completa renovação de tudo o que existe (veja Apocalipse 21.1-5). Em terceiro, Deus é soberano e lhe colocou exatamente onde Ele queria que você estivesse (veja Atos 17.24-28). Em quarto lugar, você foi iluminado pela graça de Deus e chamado para radiar Seu caráter na escuridão que abrange o lugar onde você foi colocado (veja Mateus 5.14-16).
A questão é, então, você viverá biblicamente, exercitando o caráter e a influência que lhe foi dado? Ou, na sua passividade, você tentará se livrar dos problemas com racionalizações egoístas, uma lógica defeituosa e um pensamento anti-bíblico?
Lembre-se que Aquele que lhe posicionou e lhe chamou está com você.
>> Original em PaulTripp.com
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