Por Paul Tripp
Semana passada eu lhes contei uma história de três adolescentes comuns que tiveram uma ação centrada no evangelho diante um status quo não bíblico na escola deles.
O que os motivou a agir? E por que somos tentados a não fazer nada? Há uma teologia ruim e uma teologia boa que nos mantém afastados ou nos estimulam a fazer alguma coisa.
Estou muito ocupado… Ou… Deus nos chamou para sermos luz do mundo
Uma das razões pelas quais permanecemos passivos é porque amenizamos nossa consciência culpada dizendo a nós mesmos que já temos muito em nosso prato e queremos ser fiéis ao que Deus nos deu para fazer.
Há sabedoria e verdade nesse argumento. Você é um ser humano com tempo, energia e recursos limitados. É verdade que você deve priorizar as coisas que Deus lhe deu para fazer.
Mas talvez nós nos retiramos do anzol muito facilmente. Talvez, muitas vezes, estejamos sem envolvimento e bem felizes. Talvez aquilo que preencheu o nosso calendário “muito ocupado” tenha pouco a ver com o Reino de Deus.
Jesus disse: “Vocês são a luz do mundo […] Brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” (Veja Mateus 5.14-16). Como você perite que a luz de Cristo brilhe por meio de você? Por uma vida pública caracterizada de boas obras.
Eu sou muito pequeno… Ou… Deus faz obras extraodinárias por meio de pessoas comuns.
Outra razão pela qual permanecemos passivos é porque olhamos para a nossa incapacidade e fraqueza e dizemos a nós mesmos que não estamos qualificados para a tarefa que temos em mãos.
Observe como Moisés responde quando recebe a primeira incumbência de ir ao Egito para liderar os israelitas da escravidão: “Quem sou eu para me apresentar ao Faraó? […] nunca tive facilidade para falar […] Não consigo falar bem” (veja Êxodo 3:11 e 4:10).
Esta é uma análise precisa, mas em última análise é uma teologia ruim. Moisés estava completamente ignorando o fato de que Aquele que lhe pedia para fazer essas coisas significativas era o Criador Todo-Poderoso, que certamente tinha o poder de fazê-las acontecer.
O problema é muito grande… Ou… Deus é infinitamente maior do que qualquer problema que enfrentamos
Sem ser exigente com o pobre Moisés, mas ele vem à mente novamente. “Disse, porém, Moisés: ‘Aqui estou eu no meio de seiscentos mil homens em pé, e dizes: ‘Darei a eles carne para comerem durante um mês inteiro!’ Será que haveria o suficiente para eles se todos os rebanhos fossem abatidos? Será que haveria o suficiente para eles se todos os peixes do mar fossem apanhados?'” (Números 11.21-22).
Moisés tem motivos matemáticos legítimos para preocupação? Absolutamente que sim! Mas o nosso medo e inatividade raramente são resultados de cálculos de oferta e demanda. Há, no final, uma teologia mais profunda e muito mais significativa envolvida – uma dúvida sobre a soberania e o poder de Deus.
Irmãos e irmãs, somos chamados a sair para este mundo destruído, não para sucumbir aos pensamentos de nossa pequenez, à magnitude do problema ou a como equilibrar e proteger uma agenda lotada.
Somos chamados a lembrar quem somos (alguém que foi iluminado pela graça transformadora de Deus) e quem ele é (um Deus de incrível poder e graça) e sair à procura de oportunidades para iluminar o que tem estado escuro através de ações de amor, misericórdia, justiça, reconciliação, paz e compaixão.
>> Original em PaulTripp.com
Tradução de T. Zambelli
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