Por Paul Tripp
“Você não é meu papai”, ela disse enquanto ria. “Você é meu vovô”.
Tentando ganhar a minha atenção minha neta de 3 anos de idade inadvertidamente me chamou de “papai”. Depois de perceber seu erro, ela viu o humor de como aquilo soava, dela confundir o pai do pai dela com seu próprio pai.
Foi um momento fofo. Foi um momento maravilhoso. Com apenas 3 anos totais de experiência de vida, este pequeno serzinho estava começando a dar forma à sua identidade. Quem eu sou? Como eu me encaixo nesse organograma? Como eu me comporto com essas pessoas ao meu redor?
Os pais dela nunca disseram que ela tinha que fazer aquilo. Ela não frequentou uma pré-escola sobre a formulação de identidade. Minha opinião é que que ela nem tinha a consciência do que estava fazendo. Ainda assim, veio naturalmente, porque o sendo de identidade está ligado dentro dela pelo Criador da vida.
Mesmo com apenas 3 anos de idade, ela não é diferente de mim e de você. Nós não conseguimos entender apropriadamente sobre o que é esta vida e o que supostamente devemos fazer, a não ser que primeira saibamos quem nós somos.
Eu gosto de pensar dessa maneira: “Eu sou” sempre precede e determina “eu irei”.
Assim, nas próximas quatro semanas, eu quero apresentar 4 identidades que a Bíblia atribui para todos nós. Ao entender melhor quem nós somos, nós podemos entender melhor como agir nas situações, lugares e relacionamentos do dia a dia da vida.
Identidade #1 – Criatura
Você e eu não somos os autores das nossas próprias histórias. Nós somos ideia de Deus. Nós refletimos seu desígnio. Nós existimos para o seu propósito e nós fomos comissionados para fazer a sua vontade.
Nós não nos imaginamos e nós não surgimos de uma sopa primordial (prebiótica). Cada experiência e lugar das nossas vidas são o resultado do exercício da vontade e do propósito dAquele que nos criou.
Eu não sei se você faz isso, mas eu lhe encorajaria a fazer: meditar no fato de que a sua história foi escrita antes da fundação da Terra tenha sido estabelecida. Entorpece a nossa mente; manter-lhe-á humilde e espantado em admiração.
Ser uma criatura significa que quando se trata de vida, você e eu não fomos feitos para procurar nossa próprio caminho, criá-lo à medida que avançamos ou escrever nossas próprias regras. Pelo contrário, ser uma criatura significa que não temos a habilidade para entender qualquer coisa total e corretamente sem a ajuda essencial da revelação de Deus.
Devemos olhar para o Criador para entender o significado, o propósito e o perigo da nossa experiência. Não podemos existir sem o sábio conselho de Deus, não mais que Adão e Eva pudessem ter entendido do plano de Deus para vida deles no jardim, sem a explicação amorosa de Deus.
Aqui é onde fica difícil: numa cultura que prega “as boas novas” da autonomia e relativismo moral, é irracional acreditar que submeter-se à lei do Outro resulte em segurança, liberdade e alegria. Some a isso os desejos pecaminosos do seu coração para volitiva e conscientemente passar por cima das restrições!
Mas nós sabemos – e devemos pregar para nós mesmos diariamente – que não h;a melhor lugar para viver do que dentro dos limites que o Criador definiu.
Eu lhe perguntaria: você encontrou segurança, liberdade e alegria em sua identidade como criatura essa semana? Ou você viveu como se a sua vida pertencesse a você mesmo?
>> Original em PaulTripp.com
Tradução de T. Zambelli
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