Por Paul Tripp
Na semana passada apresentei a primeira das quatro identidades fundamentais que precisamos abraçar – a de criatura. Somos a ideia de Deus, refletimos o seu desígnio, existimos para o seu propósito e fomos encarregados de fazer a sua vontade.
Será uma luta se submeter à lei do Criador, mas quando o fizermos, sentiremos segurança, liberdade e alegria dentro dos limites bons e sábios que Deus definiu para nós.
A segunda identidade fundamental será igualmente difícil de reconhecer e igualmente essencial para uma vida repleta de alegria e que honra a Deus.
Identidade #2 – Pecador
É triste ter que dizer isso, mas nenhum de nós está bem. Estamos todos quebrados, ainda necessitados da futura obra redentora.
Os pecadores precisam mais do que educação. Precisamos de mais do que estratégias práticas de vida. Precisamos de mais do que restrições externas em nosso comportamento.
Pecadores vivem desesperadamente por misericórdia.
Só seremos o que nós fomos criador para ser e fazer quando tivermos sido abençoados com o resgate, o perdão, o empoderamento, a transformação e as misericordiosas libertações do Salvador.
A confissão de Davi registrada no Salmo 51 é incrivelmente útil para definir nossa identidade como pecador e a nossa necessidade de misericórdia. Eu lhe encorajaria a ler todo este salmo, mas em razão do tempo, eu focarei em três palavras chaves: iniquidade, transgressão e pecado.
Iniquidade
A iniquidade é a impureza moral. Foram as impurezas morais dentro de Davi que o fizeram desejar e fazer a coisa moralmente errada. É importante lembrar que é sempre o mal dentro de nós que nos prende ao mal fora de nós.
Transgressão
Um transgressor voluntária e conscientemente ultrapassa as fronteiras legais. Nós quebramos a lei de Deus, não apenas porque somos ignorantes, mas porque chegamos a um ponto em que não nos importamos com o que Deus diz. Nós tomamos nossas vidas em nossas próprias mãos e fazemos o que temos que fazer para conseguir o que queremos. Há um coração rebelde dentro de todo pecador.
Pecado
Se a iniquidade expressa impureza moral e a transgressão expressa rebeldia moral, então o pecado expressa a inabilidade moral. O pecado nos torna incapazes de viver de acordo com o desígnio de Deus e a sua vontade. O pecado nos torna fracos, facilmente suscetíveis e frequentemente derrotados. O pecado nos faz não apenas falhar em seguir o padrão de Deus; infelizmente, também raramente vivemos de acordo com nossos próprios padrões.
Davi entendeu que seu problema não era seus olhos, ou que mulheres bonitas existem no mundo, ou que ele vivia perto de uma mulher como Bate-Seba; seu problema era sua identidade como pecador.
Então, a única esperança para nós é a coisa que Davi pediu em uma das orações mais conhecidas em toda a Escritura: “Cria em mim um coração puro” (v. 10). É um clamor por algo que Davi não tinha poder algum para produzir em si mesmo – transformação radical e duradoura do coração.
E é a razão para a brilhante promessa da nova aliança: “Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês”. (Ezequiel 36:26).
>> Original em PaulTripp.com
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