Este não é o típico post que colocamos no Todah Elohim. No entanto, ele me chamou muito à atenção e creio que poderá fomentar bons diálogos. A escritora também é autora do livro The Alpha Female’s Guide to Men & Marriage: How Love Works, que tem me surpreendido positivamente. Espero que você goste! — T. Zambelli (Editor do Todah Elohim).
Por Suzanne Venker
Há muito tempo, em 2002, escrevi um livro sobre o efeito dominó que ocorre quando as mulheres tentam criar seus filhos, em particular bebês e crianças pequenas, e perseguir uma carreira em tempo integral, simultaneamente. O subtítulo do livro (que já foi relançado como “The Two-Income Trap: Why Parents Are Choosing to Stay Home”) ficou como “Por que os filhos e a maioria das carreiras simplesmente não se misturam?”, e sua mensagem geral era que as necessidades e demandas dos filhos são tão grandes, que tentar satisfazer essas necessidades e demandas depois de passar um dia no escritório é algo infrutífero. Além do mais, isso rouba a alegria da maternidade de você.
Escrevi esse livro para ajudar mulheres às quais foi ensinado a mapear seus futuros sem pensar em como suas vidas iriam mudar pelo caminho, quando se tornassem mães. As mulheres não só ficam surpresas ao descobrir como a maternidade cobra um preço delas, como também não conseguem antecipar o quanto gostariam de estar com seus bebês.
É desnecessário dizer que fui criticada pela mídia por ousar escrever um livro que descrevia os custos de trabalhar e viver a maternidade. Mas quinze anos depois, os resultados estão aparecendo.
Um novo relatório do Escritório Nacional de Pesquisas Econômicas (National Bureau of Economic Research – NBER) mostra que as mulheres de hoje “frequentemente subestimam o tempo, dinheiro e esforço necessários para criar filhos e ter uma carreira ao mesmo tempo, levando muitas a investir em suas habilidades para depois abandonar com relutância a força de trabalho quando os custos reais de ser uma mãe que trabalha se tornam aparentes ”, escreve Lauren Weber no The Wall Street Journal.
Apesar dessa realidade, a mensagem não está chegando às mulheres mais jovens. De acordo com o relatório da NBER, as mulheres que estão no ensino médio “estão superestimando de forma crescente e substancial a probabilidade de estarem no mercado de trabalho aos seus trinta anos”.
Então, aqui está uma pergunta lógica: por que as jovens não entendem o que as crianças, bebês em particular, precisam? E por que elas presumem que estarão tão voltadas para a carreira aos trinta anos, quanto quando tinham vinte e poucos anos?
Eu responderei a essas perguntas com mais duas perguntas: por que as mulheres modernas não estariam no escuro com relação à maternidade? E por que elas não presumiriam que nunca deixariam a força de trabalho?
Desde o dia em que nascem, as mulheres ligadas à faculdade foram preparadas para uma vida no escritório, em vez de uma vida do lar. Ninguém lhes disse que suas prioridades mudariam de rumo. Ninguém lhes contou como a maternidade é opressiva sem uma carreira, muito menos tendo uma. E ainda mais importante, ninguém lhes disse como a maternidade pode ser algo alegre.
Nas gerações anteriores, as mulheres abraçaram essa transformação e viram o casamento e a família não apenas como o centro de suas vidas, mas como o propósito da vida. As mulheres modernas, por outro lado, veem uma carreira como o propósito de suas vidas e assumem que podem espremer o casamento e a família no meio desse outro empreendimento bastante esmagador – se elas os espremerem bem.
O problema com esse plano é que, quando a mulher atinge os 30 anos, a probabilidade de ela decidir que casamento e maternidade, e não carreira, são as coisas mais importantes em sua vida, é astronomicamente alta. Muitas mulheres, desnecessariamente, acabam em um dilema quando se tornam mães. Muitas ficam chocadas ao descobrir que o que elas achavam importante antes de terem filhos parece totalmente irrelevante depois.
Se sabemos que isso é verdade, por que não ajudamos as mulheres jovens a se prepararem melhor para o futuro? Por que as mulheres jovens devem mapear suas vidas como se maridos e bebês não estivessem presentes e, alegremente colocassem uma fechadura nesses planos? Por que não mudamos a pergunta e ao invés de perguntarmos qual será o efeito da maternidade no emprego, perguntarmos qual o efeito do emprego sobre a mulher quando ela se tornar mãe?
É claro que a cultura nunca fará essa pergunta, então cabe aos pais contornar a narrativa que suas filhas, invariavelmente, recebem. Eu tenho uma filha que está indo para a faculdade no outono, e como a maioria das garotas, ela planeja se casar e ter filhos algum dia. Ótimo, eu disse a ela. Aqui estão três coisas importantes que você precisa saber:
1. A pessoa com quem você escolher se casar, terá mais efeito em sua felicidade e bem-estar do que qualquer outra escolha que você faça na vida. Portanto, certifique-se de que você vai dar pelo menos a mesma importância para essa decisão, do que para a decisão correta quanto a sua carreira.
2. Não presuma que você sempre estará no mercado de trabalho. Tentar fazer malabarismos com o trabalho em tempo integral enquanto cria bebês não é apenas estressante, é injusto para com seus filhos que ainda não nasceram. Os bebês têm necessidades que precisam ser atendidas e a mãe está na melhor posição para atender a essas necessidades. A tentativa de “ter todas as coisas” é Inútil. Alguém sempre sofre, e geralmente são as crianças – como Indra K. Nooyi, CEO da PepsiCo, corajosamente admitiu em 2014. Saber disso com antecedência pode ajudá-la a tomar decisões inteligentes na vida e no amor.
3. Não se esqueça de que seu corpo tem uma agenda própria. Existe uma janela de tempo em que seu corpo pode conceber um filho de forma natural. Se você adiar a maternidade por muito tempo, você terá dificuldades desnecessárias – fisicamente, financeiramente e psicologicamente – em sua vida. Para a maioria das mulheres, isso é totalmente evitável.
Que as mulheres hoje estão despreparadas para a maternidade não é nem um pouco surpreendente. Mas o ônus é de seus pais e da cultura, que insistem em que as mulheres se concentrem em sua educação e carreira, excluindo todo o resto. “Se eu pudesse voltar dez anos”, Rachel Lehmann-Haupt escreve em “The Aniston Syndrome”, “eu diria a mim mesma que eu deveria considerar profundamente minha futura família… Eu me pergunto se de fato minha geração errou de forma coletiva”.
De fato.
Suzanne Venker é autora de cinco livros sobre casamento, feminismo e política de gênero. Seu último livro é The Alpha Female’s guide to Men and Marriage: How Love Works. Encontre-a no Twitter @SuzanneVenker.
Original em FoxNews.
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