Por Paul Tripp
Quanto mais velho você fica, mais você deixa de ser um astronauta para ser um arqueólogo.
Enquanto mais jovem, você animadamente se lança para mundos desconhecidos. Você tem todas as decisões importantes da vida diante de você. É um momento de exploração e descoberta. É hora de ir onde você nunca esteve e fazer o que você nunca fez.
Nos dias de sua juventude, você gasta muito do seu tempo avaliando seu potencial e considerando oportunidades. Porém, à medida que envelhecemos, começamos a olhar para o passado tanto quanto olhamos para o futuro.
Ao olhar para o passado, você tende a cavar a sujeira que compõe seu passado, revelando desejos, palavras e ações, situações, locais e relacionamentos. Ao fazer isso, você não consegue deixar de avaliar como você se saiu ou o que poderia ter feito de forma diferente.
Durante esses momentos de arqueólogo pessoal, há duas maneiras de responder: podemos apontar o dedo para algo ou para alguém, sugerindo uma lista de “se eu apenas tivesse…”, ou podemos concordar com a Bíblia de que somos seres humanos imperfeitos em necessidade de resgate.
A coisa sedutora sobre nossos “se eu apenas tivesse…” é que há um pouco de plausibilidade para eles. Nós vivemos em um mundo caído. Nós enfrentamos dificuldades de vários tipos. Nós sofremos com o pecado dos outros de diversas formas. Nenhum de nós viveu em circunstâncias ideais ou relacionamentos perfeitos. O mundo é um lugar quebrado e fomos influenciados de muitas maneiras por sua ruína.
O estilo de vida “se eu apenas tivesse…” se inclina a dizer: “meus maiores problemas na vida existem fora de mim e não dentro de mim”. A Bíblia, por outro lado, diz que nosso problema mais significante na vida é interno. A cultura diz que nós somos o resultado daquilo que nossas experiências fizeram. O Salmo 51.5 diz: sei que sou pecador desde que eu nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe.
Para dizer claramente: é o mal dentro de nós que nos magnetiza para o mal do lado de fora e nos leva a lidar com esse mal de um modo errado. Você e eu realmente precisamos ser resgatados de nós mesmos. Nós somos o nosso maior perigo.
Desanimado? Seja humilde e honesto sobre o diagnóstico, mas não desanime! Deus oferece uma cura, a linda promessa de sua graça, que tem o poder de nos mudar de dentro para fora.
Quando você começa a aceitar que o seu problema mais significativo na vida não é o que aconteceu ou foi feito com você, você começa a ficar animado com a graça salvadora de Jesus Cristo.
Não é maravilhoso podermos encarar nossos fracassos mais profundos e sombrios sem ter medo? Não é reconfortante que possamos honestamente encarar nossos momentos mais lamentáveis e não ficarmos arrasados? Não é incrível que possamos confessar que somos pecadores até o âmago e não ficarmos medrosos nem deprimidos?
Nós não temos que bater em nós mesmos. Não precisamos trabalhar para minimizar ou negar nossos fracassos. Não precisamos ficar na defensiva quando nossas fraquezas são reveladas. Nós não temos que reescrever nossa história para nos fazer parecer melhor do que nós. Não precisamos ficar paralisados pelo remorso e pelo arrependimento.
Nós podemos descansar porque nossa esperança da vida não está na pureza do nosso caráter ou na perfeição do nosso desempenho.
Está no sangue de Jesus.
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