Por Madison Strauder
27 de Março de 2019
As últimas duas semanas foram alguns dos dias mais difíceis da minha vida, mas não por motivos que alguém possa imaginar. Não por causa de uma doença, emergência familiar, desastre natural iminente ou uma convulsão política local que estivesse me afetando. Não é nada que eu possa facilmente colocar em palavras ou que seja simples de se comunicar. Eu acho que eu diria que é por causa da condição do meu coração.
Depois de passar seis meses desafiadores nos EUA, minha família voltou ao sul da Ásia, onde somos missionários há muitos anos. Quando nos preparávamos para deixar os EUA, as pessoas nos perguntavam se estávamos entusiasmados para voltar ao sul da Ásia. Embora esse sentimento possa descrever com precisão as atitudes de nossos três filhos em relação ao retorno ao lar que eles conhecem e entendem, entusiasmada não é uma palavra que eu usaria para descrever meus próprios sentimentos.
O sul da Ásia é muito mais o lar de meus filhos do que a tranquila zona rural que eu cresci chamando de lar. Eles podem andar por uma rua cercados por milhares de pessoas e ficar à vontade. Eles podem entrar em qualquer modo de transporte disponível e parecem não se importar com os olhares ao longo do caminho, o calor e o tráfego. Deus tem me ajudado a fazer todas essas coisas diariamente, mas nunca será tão natural para mim como é para eles.
Morrendo para Si
Para mim, retornar à nossa megacidade sul-asiática parecia como se eu estivesse morrendo. Embora não seja um fim físico, este é o morrer contra o qual eu pareço estar lutando, enquanto tentamos voltar à nossa rotina diária. Veja bem, em algum lugar ao longo do caminho, eu acreditava que tinha certos direitos: o direito de respirar ar puro; viver em um lar fácil de se manter e encantador; misturar-me a uma multidão sem me destacar constantemente; para criar meus filhos em um ambiente saudável e fácil de navegar; para celebrar feriados e eventos da vida com minha família estendida. Eu desejava uma vida fácil.
Voltamos ao sul da Ásia confiando que o plano de Deus é melhor do que qualquer coisa que planejássemos para nós mesmos.
Mas a realidade é que, como filha de Deus, não me é prometido nenhum desses pressupostos “direitos”. Através dessas lutas com a obediência, tenho focado em Lucas 9:23: Disse ele à multidão: “Se alguém quer ser meu seguidor, negue a si mesmo, tome diariamente sua cruz e siga-me (NVT). Voltamos ao sul da Ásia confiando que o plano de Deus é melhor do que qualquer coisa que planejássemos para nós mesmos.
Lembrando as promessas de Deus
Deus escolheu nos colocar em um lugar muito escuro para que sejamos portadores de luz. A batalha espiritual se enfurece pelos corações das pessoas e a maioria aqui não conhece a liberdade disponível para eles em Cristo. Este não é o caminho fácil ou o caminho do “sonho americano”. No entanto, eu me apego às promessas que leio na Palavra de Deus. Ele nos deu tudo de que precisamos para a vida e a piedade (2Pe 1: 3–4). Ele prometeu nunca nos deixar (Josué 1:5). Seu poder é aperfeiçoado em nossa fraqueza (2 Coríntios 12: 9-10). Ele trabalha em nós com sua força (Cl 1:29).
Eu sei que estas promessas são verdadeiras. Tenho visto a fidelidade do Senhor muitas vezes ao longo dos anos da minha vida e, com toda a certeza, durante o tempo que passamos no sul da Ásia. À luz dessas verdades, escolherei o desconforto ao invés da desobediência a qualquer momento. Mas sei que minha obediência me custará, e estou lutando com esse custo. Esta não é uma viagem missionária de curto prazo, e eu não tenho a passagem de volta. Essa é a minha vida.
À luz da verdade de Deus, escolherei o desconforto ao invés da desobediência a qualquer dia. Mas sei que a minha obediência me custará, e estou lutando com esse custo.
Não é fácil e nem previsível. Não é necessariamente o caminho para a prosperidade ou a vida que eu teria se eu ficasse na América. Mas o Senhor promete alegria – confiança e paz – que a âncora da minha vida esteja firmemente plantada mesmo quando me sinto atirada em ondas violentas.
O Poder da Oração
Eu estou lutando por essa alegria. De alguma forma, no meio de tudo isso, Deus ainda quer me usar. Ele me dá oportunidades para servi-lO. Seu poder é aperfeiçoado em minha fraqueza. Então, eu estou orando para que Ele acalme essa tempestade e me ajude a abraçar essa vida novamente: trabalhar para fazer a nossa casa habitável, desfazer as malas, aprender mais o idioma, sair para os mercados lotados para comprar comida para minha família, e me envolver com as pessoas ao meu redor.
Eu estou orando por força para permitir que Deus trabalhe em meu coração, para que eu me entristeça com a perdição daqueles ao meu redor, defendo ferozmente os povos do Sul da Ásia e desafiando a igreja global a fazer parceria conosco até que todos os povos e os lugares tenham a oportunidade de conhecer a graça, a misericórdia e a esperança eterna que somente Deus dá.
As vezes meu coração está partido, mas sei que conhecer a Cristo e segui-lo vale a pena. Eu sei que qualquer tensão que eu sinto por estar em “casa” é um lembrete de que eu nunca estarei realmente em casa até que eu esteja diante do Senhor quando Ele me receber em meu lar eterno. Eu sei que esse dia virá.
Ore comigo para que eu, juntamente com os missionários que servem em todo o mundo, permaneçam firmes nessa esperança. Ore para que não desperdicemos um momento desta vida em coisas que não tragam glória a Deus. Ore para que hoje nós possamos andar em obediência a Ele – seja lá na zona rural do Tennessee ou em uma cidade conturbada no sul da Ásia. Ore para continuarmos a confiar que foi Ele quem nos colocou aqui e que os planos dEle são perfeitos. Ore para que hoje possamos exaltar Seu nome nas alturas. Ore para que a Sua luz em nós seja um farol na escuridão, chamando os povos para Ele. Ore para que eles possam escolher a Cristo, tomar a Sua cruz e segui-lO.
>> Original em IMB.org
Tradução de Robinson dos Santos
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