Por João Crisóstemo
Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus” (João 1.11,12).
Jesus Cristo não veio a este mundo como um desconhecido. Ele “veio para o que era seu”, isto é, especialmente para a nação de Israel, o povo escolhido de Deus. Portanto, os judeus deveriam tê-lo reconhecido, mas eles “não o receberam”. Este verbo indica, originalmente, alguém sendo recebido num relacionamento íntimo. Foi usado para referir-se a José recebendo Maria como sua esposa (Mateus 1.20,24), e a Cristo ao recepcionar os crentes no céu (João 14.3). Este último exemplo ilustra o tipo de recepção que os judeus deveriam ter dado a Ele.
No entanto, apesar de ter sido rejeitado pela grande maioria, alguns ouviram sua voz. A esses, diz o texto bíblico, Ele “deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus”. Há três expressões importantes nessa sentença: 1). “Deu-lhes”; a conclusão da história não é a tragédia de Cristo ter sido rejeitado por muitos, mas a graça de ter sido aceito, ainda que por poucos. 2). “O direito”; isso tem a ver com um novo status concedido a estas pessoas. Elas receberam completa autoridade para obterem uma posição exaltada. 3). “Filhos de Deus”; a palavra utilizada aqui chama a atenção por sua natureza comunitária, isto é, os filhos tornaram-se participantes da natureza divina (2 Pedro 1.4).
Embora o Novo Testamento retrate Deus como Pai de toda a humanidade, paradoxalmente, não afirma que todos os homens sejam, de fato, filhos de Deus. Todos são filhos no sentido de terem sido criados e de serem sustentados por Ele. Porém, filhos de Deus de modo absoluto são apenas aqueles que respondem positivamente àquilo que Cristo fez por eles na cruz. Quando alguém recebe a Jesus como seu Salvador pessoal crendo em seu nome, ou seja, reconhecendo que Ele é o próprio Deus encarnado capaz de perdoar-lhe os pecados, essa pessoa alcança, por meio da graça, bondade e misericórdia de Deus, o nascimento espiritual e uma natureza divina (João 3.1-6; Efésios 1.13), obtendo assim, a posição de filho legítimo do Pai celestial.
Fonte: Palavra para Todos
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