Por Wyatt Graham
No último ano, foram registrados 45 milhões de casos de exploração infantil (pornografia infantil). Algumas das crianças exploradas tinham somente 3 ou 4 anos de idade. E esses números representam apenas o que foi relatado. Poderia haver muito mais.
Enquanto muitos de nós veem a pornografia como um vício particular, precisamos trazer esse vício das trevas para a luz. Precisamos falar mais sobre pornografia, porque ela alimenta o tráfico sexual e porque ela existe dentro e em torno de nossas igrejas. Deixe-me explicar.
A pornografia alimento o tráfego sexual
Embora pudéssemos lavar as mãos desse grande mal, todo mundo que (com frequência ou com pouca frequência) usa pornografia contribui para o tráfico sexual. Isso é verdade por três razões. Primeiro, a pornografia não costuma ser satisfatória, por isso os usuários encontram formas de pornografia mais intensas, piores e frequentemente violentas. Qualquer uso de pornografia não apenas nos coloca em risco de desejar um pecado profundo, mas também cria um mercado maior para ele.
Segundo, a pornografia torna seres humanos em objetos. Deixamos de ver os artistas (atores e atrizes) como seres humanos a imagem de Deus, mas como pessoas a consumir. Cria em nós trevas que fecham nossa compaixão e empatia àqueles a quem Deus ama. Para muitos, o sexo se torna uma mercadoria a ser comprada. Vemos os artistas como objetos e não como seres humanos que merecem respeito e dignidade. Isso cria uma cultura na qual homens, mulheres e crianças podem ser explorados por perversão sexual, porque desumanizamos o sexo em uma tela. Isso parece permitido para muitas pessoas.
Terceiro, existe pornografia, mesmo na América do Norte, que usa homens, mulheres e crianças escravizados. Como consequência, a menos que a mídia pornográfica possa ser absolutamente confiável, poderíamos estar assistindo participantes não dispostos. Poderíamos, dessa forma, apoiar o tráfico sexual.
Por essas três razões, o uso da pornografia apoia indiretamente a exploração infantil, criando desejos e um mercado para ela, desumanizando os artistas e apoiando involuntariamente o tráfico sexual. Lógico, assistir pornografia infantil conscientemente apoia diretamente esse grande mal.
Pornografia existe dentro e ao redor da igreja
Diante de tudo isso, deveríamos nos preocupar? Os líderes cristãos deveriam falar? Eu diria sim pelos seguintes motivos:
Primeiro, muitos homens e mulheres em nossas igrejas acessam pornografia. Um grupo afirma que 50% dos homens religiosos afirmam ser viciados em pornografia. Embora as igrejas individuais possam ter um número diferente de usuários, qualquer pastor sabe (ou deveria saber) como é comum o uso de pornografia.
Segundo, o tráfico sexual acontece em nossas próprias cidades. Na província onde eu moro, por exemplo, o tráfico de pessoas se instituiu. O Statistics Canada afirma que “dois terços (66%) dos crimes de tráfico de pessoas relatados pela polícia entre 2009 e 2016 foram relatados em Ontário”. Embora talvez nem todo o tráfico de pessoas inclua exploração sexual, podemos ter certeza que uma parte inclui. Se queremos proteger nossa família e contribuir para uma sociedade justa, precisamos falar contra a pornografia.
Pornografia demanda uma voz profética
Os cristãos precisam ter uma voz profética em nosso mundo. O Evangelho é uma boa notícia porque nos livra das más notícias sobre o nosso pecado. Quase todo mundo nascido depois de 1980 já usou ou viu pornografia. E a maioria das pessoas se sente culpada por isso. A ascensão do uso de pornografia é, portanto, uma oportunidade do Evangelho; uma oportunidade de pregar libertação aos cativos do pecado. Também é para os cativos dos captores.
Se pudermos libertar os cativos do pecado pela glória cativante do Evangelho, não apenas veremos a libertação do pecado, mas também a libertação dos escravos sexuais. Podemos secar a indústria, destacar o mal de todas as colinas e montanhas e podemos ficar em uma longa fila de profetas bíblicos que ousadamente chamavam o mal pelo que era: mal, pecado.]
Pregar o Evangelho e, ao mesmo tempo, salgar o mundo, pode e deve ter consequências no mundo real. Os cristãos, emprestando uma frase antiga, são a alma do mundo. Nós damos vida a ele. Preservamos a bondade por ser o sal. Por isso, pregamos a Cristo para libertar almas do pecado, e pregamos contra o pecado para destruir as fortalezas de Satanás.
Preocupe-se com a pornografia e faça algo a respeito. Agora é a hora.
Original em The Gospel Coalition (Canadian Version)
Traduzido e adaptado por T. Zambelli
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