1 Depois disso Jesus percorreu a Galileia, mantendo-se deliberadamente longe da Judéia, porque ali os judeus procuravam tirar-lhe a vida. 2 Mas, ao se aproximar a festa judaica das cabanas[, 3 os irmãos de Jesus lhe disseram: “Você deve sair daqui e ir para a Judéia, para que os seus discípulos possam ver as obras que você faz. 4 Ninguém que deseja ser reconhecido publicamente age em segredo. Visto que você está fazendo estas coisas, mostre-se ao mundo”. 5 Pois nem os seus irmãos criam nele. 6 Então Jesus lhes disse: “Para mim ainda não chegou o tempo certo; para vocês qualquer tempo é certo. 7 O mundo não pode odiá-los, mas a mim odeia porque dou testemunho de que o que ele faz é mau. 8 Vão vocês à festa; eu ainda não subirei a esta festa, porque para mim ainda não chegou o tempo apropriado”. 9 Tendo dito isso, permaneceu na Galileia. 10 Contudo, depois que os seus irmãos subiram para a festa, ele também subiu, não abertamente, mas em segredo. 11 Na festa os judeus o estavam esperando e perguntavam: “Onde está aquele homem?” 12 Entre a multidão havia muitos boatos a respeito dele. Alguns diziam: “É um bom homem”. Outros respondiam: “Não, ele está enganando o povo”. 13 Mas ninguém falava dele em público, por medo dos judeus. (João 7, NVI)
Jesus, em diversas outras ocasiões, já havia dito ser o Messias. Repetidas vezes Ele afirmou ter sido enviado ao mundo. Até por isso era compreensível que seus irmãos o quisessem distante das remotas áreas rurais da Galileia para a evidente região urbana de Jerusalém (Judeia), embora eles aparentemente não soubessem sobre a perseguição dos judeus (v.1) e não cressem nele (v.5).
No Evangelho de João, o pedido de alguém ou de algum grupo pela exibição de sinais miraculosos demonstrava a falta de uma fé apropriada em Cristo. Suas obras evidenciavam Sua messianidade e aqueles que nEle criam, graciosamente se tornavam filhos de Deus (1.12), ganhavam a vida eterna (3.16) e não permaneciam nas trevas (12.46).
Os irmãos de Jesus, pelo fato de não crerem adequada e suficientemente nEle, não discerniam que a falta de reconhecimento do mundo sobre quem Jesus verdadeiramente era, nada tinha a ver com a localização do Messias. Se Galileia ou Judeia, tanto fazia, porque o problema era e ainda é o pecado do mundo (8.24), que os homens ímpios tanto amam (3.19).
Note que um conhecimento bíblico raso e uma fé inadequada proporcionam um relacionamento artificial e incompleto com Deus. Mas como saber se meu conhecimento e minha fé estão aquém?
Em primeiro lugar, você é daqueles que demandam ou ordenam que Deus faça alguma coisa? Você costuma, em suas orações, sugerir para Deus como Ele deveria agir? Porque era isso que os irmãos de Jesus faziam. Por não crerem em Cristo, além de sugerir algo que colocaria a vida de Jesus em risco, eles não entendiam o cronograma do plano redentor do Messias. Para eles “qualquer tempo era certo”. Como não se relacionavam apropriadamente com Deus, não conseguiam entender o funcionamento da relação Criador-criatura.
Em segundo, você consegue afirmar que sofre perseguição por ser cristão? Você tem sido criticado por suas ideias genuinamente bíblicas, apesar de expô-las com graça, paciência e respeito? O mundo odeia Cristo. Quer provar? Exponha o que a Bíblia tem a dizer sobre a homossexualidade; sobre a pirataria; sobre a terceirização da educação dos filhos; sobre a ideologia de gênero. Se em alguma medida o mundo não é hostil com você, avalie a sua fé e seus paradigmas bíblicos. Lembre-se que da perspectiva de Deus, “felizes são os perseguidos por causa da justiça” (Mt 5.10).
Um conhecimento raso e uma fé inadequada podem, no final das contas, nos levar a pensar em Jesus como um mero “bom homem”, ou alguém que “está enganando o povo”. Avalie-se.
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