A graça de Deus / mensagem 7
Devocionário foi baseado no livro Day-by-Day by Grace de Bob Hoekstra
“Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” (leia Mateus 5.17-48)
No famoso Sermão do Monte, Jesus surpreendentemente quebra vários paradigmas da velha religião. A partir do verso 17, a centralidade de seu discurso passa a girar em torno da lei. Este era um ponto nevrálgico dentro do judaísmo. Porém, sua instrução fornecia uma compreensão mais aprofundada da lei do que os intérpretes de sua época tinham compreendido. Jesus mostrou como a lei vai muito além do comportamento externo.
As palavras: “Ouvistes que foi dito… Eu, porém, vos digo…” colocava-O (no mínimo) em pé de igualdade com o que havia de mais intocável e inquestionável para o judeu: a lei mosaica. “Ouvistes que foi dito… Eu, porém, vos digo…” deveria arrepiar qualquer um de seus ouvintes. Mas Jesus não estava anulando a lei (conf. 5.17,18), e sim interpretando e aplicando esta mesma lei numa profundidade muito mais significativa.
Jesus fez esta colocação (Eu porem vos digo…) seis vezes no sermão do monte, mudando drasticamente os conceitos que seus conterrâneos faziam sobre vários assuntos.
Numa rápida análise, vemos que em 5.21-26, Jesus dirigiu-se ao mandamento sobre homicídio, mostrando que quando a ira vingativa inunda nossos pensamentos, é o mesmo que abrigar um espírito assassino dentro do coração. Aqui, o desejo de vingança merece o mesmo julgamento de um assassinato. Nos versículos 27-30 Jesus usou este mesmo padrão de instrução para revelar a perspectiva de Deus sobre o adultério, revelando que o adultério não é apenas a consumação do ato, mas que acontece muito antes. Quando a imaginação lasciva entretém nossos pensamentos, o adultério já ocorreu. Nos versos 31-32 Jesus fala sobre o divórcio e do 33 a 37 sobre juramentos, levando-nos a refletir sobre as intenções por trás de nossas ações. Dos versos 38 a 42 Ele fala sobre mansidão e do 43 a 47 sobre o verdadeiro amor e como praticá-lo. Finalmente, no verso 48, Jesus conclui: “sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”. O que ele quis dizer com isto?
Perfeito (gr.teleios) significa finalizado, inteiro, completo. É isto o que Deus espera de nós: integridade. Deus não apenas deseja um caráter íntegro. Muito mais do que isto, Ele nos quer inteiros para Si. Não apenas que apresentemos uma casca de religiosidade e aparente santidade, recheada de más intenções. Devemos nos colocar diante de Deus sem fingimento algum, cientes que Ele tudo vê – até os pensamentos mais secretos e as intenções ocultas do nosso coração.
Mais uma vez, vemos que o padrão de perfeição é o próprio Senhor. E mais uma vez percebemos o quão longe estamos de atingir este padrão. A graça completa o que falta… mas não abuse!
Medite: Jesus deixa bem claro que os mandamentos de Deus podem ser transgredidos tanto pelas ações visíveis do corpo, como pelas atitudes invisíveis do coração. Você manifesta com suas ações aquilo que passa dentro do seu coração?
Ore: Querido Pai Celestial, a tua palavra é tão confrontante quanto desafiante. Tu és perfeito em todos os sentidos. Eu sou tão imperfeito em cada área do meu ser. Senhor, até ações que eu acho que são aceitáveis à tua vista podem ser poluídas por intenções inaceitáveis que ficam muito aquém do que esperas de mim. Assim, debruço-me em Tua misericórdia e graça, esperançoso do teu perdão e teu poder transformador, através de Cristo meu Senhor e Salvador. Amém.
>> Clique aqui para acessar todos os devocionais da série.
Tags: Graça Integridade Mateus
