Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. (Leia Lucas 18.9-14)
Sempre me comparo a alguém inferior. Preciso fazer isto porque assim posso me destacar diante de Deus e dos homens. Preciso fazer também com que os outros se pareçam menores do que eu. Não posso demonstrar fraqueza de forma alguma, para não evidenciar inferioridade. Este é um pensamento bem comum, embora dificilmente ouçamos tais palavras da boca de algum irmão.
Nossa carne se inclina ao orgulho. O orgulho é uma armadilha fácil de ser usada por Satanás. Thomas Watson disse:
O orgulho é uma embriaguez espiritual; ele sobe à cabeça como um vinho e intoxica nossa mente. É idolatria. Um homem orgulhoso é um adorador de si mesmo.
Algumas pessoas tentam esconder seu orgulho atrás de ações e palavras espirituais, mas, apesar disso, o orgulho permanece no íntimo destas pessoas. Por sermos assim, dificilmente agradecemos a Deus pela vida, pelo crescimento e pelas vitórias do próximo.
Ao invés disto, demonstramos toda nossa impaciência e irritabilidade para com os outros, por, talvez, imaginarmos que “sou Eu” quem deveria estar desfrutando daquele prestígio, daquela alegria. Ou talvez porque tal situação arruinará meus próprios planos. Mostramo-nos inflexíveis em nossas posições, e nossos corações se tornam duros e obstinados. Jesus bem falou, quando alertou Nicodemos: Se você não nascer de novo…
Não pode haver humildade onde o orgulho impera, porque estes são opostos e excludentes. O orgulho é um (senão o maior) dos pecados mais desprezíveis aos olhos de Deus. A humildade nos ensina a agradecer constantemente a Deus pela vida dos outros, ensina-nos a não ambicionar coisa alguma que infle o nosso ego. Por conseguinte, tudo o que Deus nos proporciona (a nós ou aos nossos irmãos) será sempre muito bem recebido, com gratidão e ações de graças, com a consciência de que somos participantes de um mesmo Corpo e de que é a Igreja de Cristo que está sendo beneficiada.
Neste contexto, é bem oportuno lembrar as palavras de Paulo em I Ts 5.13-18:
Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo. Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais com amor em máxima consideração, por causa do trabalho que realizam. Vivei em paz uns com os outros. Exortamos-vos, também, irmãos, a que admoesteis os insubmissos, consoleis os desanimados, ampareis os fracos e sejais longânimo para com todos. Evitai que alguém retribua a outrem mal por mal; pelo contrário, segui sempre o bem entre vós e para com todos. Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
Reflita:
Julgo-me superior aos outros? Sou autossuficiente? Procuro aprender a estimar mais os outros que a mim mesmo? Reconheço a necessidade de me relacionar sábia e saudavelmente com o Corpo de Cristo?
Ore:
Senhor, que eu tenha uma opinião humilde a respeito de mim mesmo. Peço que Tu me ajudes a enxergar o próximo como um instrumento vindo de Ti, colocado em minha vida para edificação mútua.
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