“Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.” (Leia Isaías 53.7; Mt 27.12-14; I Pedro 2.21-24)
Quanta saliva gastamos para provar que estamos certos, firmar nossas opiniões, ou para nos defender. Não podemos admitir nossos erros, por isso gastamos muito tempo e energia em racionalizações e argumentações ordinárias. Esta verborragia toda aponta apenas para uma coisa: o quanto somos orgulhosos.
Uma das características de uma pessoa orgulhosa é que ela gosta de falar muito sobre si mesma e expor a sua opinião. Faz isto com frequência porque imagina que tem coisas mais importantes do que aquilo que outras pessoas têm a dizer. Em Provérbios 10.19, Deus nos ensina que quando há muitas palavras, o pecado é geralmente inevitável:
“No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente.”
O orgulhoso também gosta muito de falar a respeito de si, procurando centralizar a conversa em si mesmo. Cuidado ao compartilhar realizações e qualidades pessoais, pois pode ser jactância e ostentação. Veja o que Provérbios 27.2 diz:
“Seja outro o que te louve, e não a tua boca; o estrangeiro, e não os teus lábios.”
Outro perigo está em utilizar táticas dissimuladas de chamar a atenção para si mesmo: o vestuário, o comportamento espalhafatoso, rebelde e irreverente e até exaltando seus problemas ou qualidades.
Precisamos cultivar uma visão correta de nós mesmos. Em relação a Deus, estamos muito distantes do Senhor e somos totalmente indignos dEle (Salmos 8.1-4). Em relação ao próximo, não somos nem melhores e nem piores que os outros. Em geral, não somos capazes de realizar algo digno aos olhos de Deus.
O orgulho nos cega. Esta é a razão porque, frequentemente, temos dificuldade em enxergá-lo em nós mesmos e facilidade em identificá-lo nos outros.
Em contrapartida, vemos a seguinte comparação em Provérbios 29.23:
“A soberba do homem o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra.”
A pessoa humilde não tem problema em admitir quando está errada, de ouvir a opinião alheia (muitas vezes contrária à sua própria), nem de admitir: “Eu estava errada, você está certa. Obrigado por me dizer isto.”
A chave de um relacionamento saudável e duradouro está nas mãos de quem sabe se humilhar, relevar e perdoar; de quem se importa menos com as coisas e as situações e mais com as pessoas.
Nosso relacionamento com Deus só é possível, porque ele abriu mão de tudo para estar junto de nós, para nos levar junto a Ele. Para isto, Ele se humilhou, não deu conta de nossas ofensas e nos perdoou incondicionalmente em Cristo Jesus.
É assim que Ele nos ama e é assim que Ele quer que amemos.
Reflita:
Quanta necessidade eu sinto de provar que estou sempre certo? Quanto me esforço para proteger minha reputação? Sei abrir mão dos meus direitos, de viver na defensiva?
Ore:
Senhor, ensina-me cultivar um coração humilde e confiante: que o Senhor seja meu defensor e não eu mesmo.
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