“Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos.” (Ler Marcos 10.35-45)
Precisamos enxergar que o dom da vida que Deus nos concede, Ele o dá diariamente, pouco a pouco, minuto a minuto e pode tirar-nos a qualquer momento, quando menos esperarmos. Esta consciência deveria ser suficiente para não nos orgulharmos, para buscarmos uma vida marcada pela simplicidade, pela humildade, pela escalada à santificação e amor ao próximo. Pensar em quem nós somos não pode ir além da comparação com a flor do campo, que hoje existe e amanhã murcha ao sol do meio dia. Pensar em nossa vida não pode ir além da comparação da brevidade de um vapor que logo se dissipa. Quem pensa de si mais do que isso é tolo e vive se enganando.
Nós temos muito valor para Deus. Mas, Ele não nos mede pela nossa capacidade intelectual, habilidade financeira, beleza física ou por aquela inclinação natural à moralidade presente em alguns humanos. Um dos parâmetros que Ele utiliza para nos medir é nossa disposição a obedecer, porque obediência pressupõe humildade.
Pessoas orgulhosas tendem a apresentar sérios problemas nesta área, que podem ser manifestadas de dois modos.
Primeiramente, pessoas orgulhosas desejam ser servidas. Sempre. Já vimos um pouco sobre isto, mas o motivo deste desvio de caráter é que esta é uma maneira de demonstrar sua importância e seu status. São pessoas que gostam daquela teologia que diz “Você foi escolhido para ser cabeça e não cauda”.
Em segundo lugar, percebe-se claramente uma falta de espírito de serviço no orgulhoso. Este não presta serviço aos outros simplesmente porque não pensa nos outros, ou (quando muito) porque deseja ser induzido a servir somente mediante lisonjas. Ele jamais continuará servindo se não receber qualquer apreciação ou reconhecimento humano. Esta necessidade de ser reconhecido é uma evidência segura de motivos errados para servir. Essas pessoas jamais cogitariam a possibilidade de se rebaixar para servir alguém “por nada”.
“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor.” (Gálatas 5.13)
Ao ouvir a palavra liberdade, o orgulhoso não consegue pensar além de seu estado de “não escravidão”. Ele jamais pensaria em uma possibilidade muito mais nobre e elevada: que a liberdade que Deus nos proporciona nos permite servir uns aos outros. Somos livres para servir, e o amor deve ser motivo suficiente para o fazermos! Este é o caráter que Deus quer cunhar em seus filhos. Ele deseja que estejamos sempre de prontidão para obedecer servindo e assistindo aos outros; que sejamos os primeiros a nos apresentarmos como voluntários para tarefas que ninguém quer; que tomemos iniciativas para alcançar e servir as pessoas. De acordo com Filipenses 2.5 a 8, devemos ter em nós…
“… o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.”
Reflita:
Sabemos que devemos ser servos, como Cristo foi. Mas considere: o quanto repudiamos esta ideia ao sermos tratados como um servente? É sinal de orgulho de nossa parte?
Ore:
Senhor, coloque em mim um desejo sincero, contínuo e crescente de servir e humildade suficiente para não me aborrecer por ser tratado como um servente.
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