“O que tem a noiva é o noivo; o amigo do noivo que está presente e o ouve muito se regozija por causa da voz do noivo. Convém que ele cresça e que eu diminua.” (Leia João 3.26-30)
Qualquer pessoa no mundo tem seus sonhos, ambições e projetos de vida. Todos temos aspirações e desejamos alcançar o sucesso, ser alguém na vida, vencer. Será isto um problema? De forma alguma. Fomos criados para pensar assim, desde crianças. Nossos pais investiram em boa educação, nossos professores nos incentivavam a estudar mais, o mundo é competitivo e a sociedade exige que nós nos tornemos “alguém na vida”, o que significa ter diploma, carreira, emprego, dinheiro. Deste último, quanto mais, melhor. O desafio de ganhar o mundo nos fascina. Ter nosso nome projetado, estampado no alto da página, ser reconhecido e reverenciado por onde passarmos, assumir o púlpito, a tribuna, o palanque, a direção, ser o cara! A pressão é tamanha, que sequer cogitar um modelo diferente seria loucura. Estamos tão mergulhados neste mundo que não nos permitimos pensar o contrário. Qualquer ideia diferente da ambição do sucesso é simplesmente inadmissível.
Pessoas orgulhosas também desejam ser um sucesso. Desejam tudo o que foi dito acima e um pouco mais. Pensam serem as melhores e merecem o prêmio de sua dedicação. Caso suas ambições não sejam realizadas, culpam tudo e todos por seu fracasso. Quando não atingem seu objetivo, acabam se tornando queixosas e murmuradoras contra Deus, lançando críticas sobre Ele. Em uma situação difícil pensa: “Veja o que Deus me fez, depois de tudo o que eu fiz por Ele”. Uma pessoa orgulhosa é sempre queixosa.
Qual, então, é o mal de todos nós termos sonhos e querermos que sejam realizados? Qual é o mal de ter um diploma? Uma profissão? Um emprego? Uma carreira? Gozar um bom salário? Novamente, digo: não há nenhum problema nisto. Mas, quando tiramos o foco de nossos desejos e anseios e mudamos para Deus, então nossa visão será outra. Se ainda não conseguimos entender o que João quis dizer com: Convém que ele cresça e que eu diminua, é porque ainda estamos com o foco centrado no nosso ego. Se ainda pensamos que somos nós que conseguimos fazer algo com nossas forças, acredito que sequer ligamos o refletor, mas ainda estamos segurando a velinha da mediocridade que não tem poder para iluminar muita coisa além do meu ambiente. Note o que Deus advertiu em Deuteronômio 8.17-18:
“Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas. Antes, te lembrarás do SENHOR, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê.”
Quando focamos em Deus, algumas coisas acontecem: deixamos de querer ser um sucesso e passamos a trabalhar para que o Evangelho seja um sucesso. Deixamos de querer projetar o nosso nome para projetar o Nome que está acima de todo o nome. Nossos sonhos e anseios deixam de ser nossa prioridade para abraçarmos os planos de Deus. Nossos esforços, estudos, diplomas, carreira e bens são alinhados e colocados à disposição da causa do Reino. E, finalmente, passamos a nos ver como alguém que não tem direito de questionar ou julgar nosso Deus soberano, caso alguma coisa não saia conforme planejamos.
A pessoa humilde pensa em Deus como seu Criador e Provedor e em si mesmo como criatura e dependente dEle. O humilde não se vê, nem mesmo remotamente, qualificado para julgar a Deus ou o que Ele faz. Reconhece que seu Deus, perfeito e sábio, pode fazer aquilo que desejar e que será o melhor para ele.
Reflita:
Será que o meu desejo é contribuir para o sucesso dos outros também? Alegro-me com isto? Terei a coragem de cultivar a “filosofia de vida” de João Batista para minha vida?
Ore:
Senhor, faça com que o desejo legítimo do meu coração seja promover o crescimento do próximo, para o bem da Tua Igreja, para a Tua glória.
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