“Escrevi alguma coisa à igreja; mas Diótrefes, que gosta de exercer a primazia entre eles, não nos dá acolhida. Por isso, se eu for aí, far-lhe-ei lembradas as obras que ele pratica, proferindo contra nós palavras maliciosas. E, não satisfeito com estas coisas, nem ele mesmo acolhe os irmãos, como impede os que querem recebê-los e os expulsa da igreja.” (3 João 1.9-10)
O orgulho é a raiz de todo pecado e de todo mal! Em toda Escritura encontramos este pecado camuflado em boa roupagem. Encontramos orgulho em posição (Mt 23.6), habilidades (2 Cr 26.15-16), realizações (Dn 4.21-22), riquezas (1 Tm 6.19), posses (Mt 6.19), conhecimento (Is 47.10), sabedoria (1 Co 8.1), em ser estimado e querido (Gl 1.10) e ainda em justiça própria (Rm 10.3), grandeza espiritual (Lc 22.24), experiências espirituais (2 Co 12.7) e liderança espiritual (3 Jo 1.9-10). Vemos que até em vestes espirituais este pecado se traveste. Sem dúvida alguma este é o pior tipo, pois este orgulho usa o nome de Deus para se esconder e “em nome de Jesus!” o orgulhoso se projeta, agride, acusa, exclui, manipula, consegue atingir seus intentos malignos e ainda diz a si mesmo: “esta igreja é privilegiada por contar com o meu trabalho e meus dons.”
Diótrefes é um caso típico. Provavelmente começou servindo, mas com o tempo mostrou quem realmente era. A palavra traduzida por “gosta de exercer primazia” (philoproteuo) significa literalmente “que ama a presidência ou posição de chefia”. De alguma maneira ele se destacou na liderança da igreja, exaltando-se sobremaneira. Ele amava tal destaque e se comportava arrogantemente desta forma, a ponto de repelir até o apóstolo João!
Em Atos 20.29-30, Paulo já havia alertado que coisa semelhante aconteceria:
“Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles.”
Lobos vorazes… Entre nós mesmos! Os “Diótrefes” não trabalham sob as ordens de ninguém e nem se submetem a autoridade alguma. Eles têm de ser seu próprio patrão. (Não confundir com iniciativa privada, pois estamos tratando de crentes inseridos dentro de um corpo, que é a Igreja de Cristo.) Pensam da seguinte forma: ”Eu não preciso de ninguém, não preciso dar explicações a ninguém sobre minha vida, minhas ações, minha fé ou minha doutrina”. São frequentemente inflexíveis, teimosos, obstinados, intimidadores, arrogantes, buscam independência e controle sobre todos: “É do meu jeito ou nada feito.”
“Em vindo a soberba, sobrevém a desonra, mas com os humildes está a sabedoria.” (Provérbios 11:2)
A pessoa humilde é honesta e franca a respeito do que ela é e das áreas nas quais precisa crescer. Procura auxílio e conselho quando precisa. Não é presunçosa, mas responsável no cuidado mútuo. Reconhece suas falhas e sabe demonstrar arrependimento, reconhecendo que necessita de seus irmãos e irmãs. Sabe exatamente qual é o seu lugar no Corpo de Cristo e aceita-o com gratidão no coração.
“Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer.” (I Coríntios 1.10-13)
Reflita:
Que sentimentos dominam meu coração? Mérito, soberba por fazer parte de um ministério? Reconheço que meus dons e habilidades são bênçãos de Deus e devem ser usados para Ele e para edificação (não divisão) do Corpo?
Ore:
Senhor, tira a soberba do meu coração por ocupar um cargo de destaque ou me tire do cargo!
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