“Tu és nascido todo em pecado e nos ensinas a nós? E o expulsaram.” (Leia João 9)
Quando somamos orgulho a qualquer ciência, observamos dois tipos de pessoas opostas numa área, mas semelhantes numa outra. Há aquelas pessoas, comuns no meio acadêmico, que são profundamente conhecedoras de determinado assunto e se ensoberbecem por isto. De outro lado, encontramos aquelas que são extremamente ignorantes e igualmente arrogantes. “Se acham” as donas da verdade, mas não entendem de patavina alguma. Este tipo não frequenta escola nenhuma e é facilmente encontrada nos botecos de periferia.
A palavra arrogante é muito interessante. Arrogante é aquele que arroga para si direitos, poderes e privilégios, julgando-se moral, social e intelectualmente superior aos outros. Você já viu um ignorante arrogante? Gaba-se do que não entende, gaba-se na sua ignorância. De um lado, o ignorante é orgulhoso porque se julga sabedor de tudo. Não há assunto em que ele não expresse sua opinião, normalmente em forma de lei! Pensa que sabe muito e sabe melhor do que os outros.
De outro lado, há o orgulhoso vaidoso em relação ao seu conhecimento e cultura. Ele sabe dar o devido valor às qualidades na qual é dotado e deseja ardentemente que tais qualidades sejam admiradas ou, ao menos, reconhecidas pelos outros. São pessoas inteligentes, sem dúvida, mas não sabem que inteligência não é sinônimo de sabedoria. Sua maneira de viver e o modo como aplicam seu conhecimento mostram que não são nem um pouco sábias. O inteligente orgulhoso é tolo.
O que estes dois tipos têm em comum além da jactância? Nenhum deles gosta ou admite ser ensinado. A pessoa orgulhosa pensa que sabe tudo e se julga superior. Não aprende nada com os outros e nem demonstra respeito por ninguém. Não tem paciência para ouvir.
Mas, graças a Deus, além destes dois tipos há uma terceira opção. Quando somamos inteligência e conhecimento à humildade, obtemos a sabedoria. Em Provérbios 19.20 Salomão nos aconselha:
“Ouve o conselho e recebe a instrução, para que sejas sábio nos teus dias por vir.”
Sabedoria significa habilidade para viver da maneira como Deus deseja. Uma das principais diferenças que marca os sábios é que eles sabem que não sabem tudo e que há sempre coisas novas a aprender, como diz o adágio popular: “O sábio sabe que não sabe, e o ignorante cuida que sabe.”
O sábio é humilde, temente e sabe ser um bom ouvinte. A pessoa humilde considera mais importante aquilo que os outros têm a dizer do que aquilo mesmo que ela tem a dizer.
O humilde não se imagina melhor do que outros para não ser considerado o pior tipo diante de Deus, o único que sabe o que vai dentro do homem. Não se orgulha de suas habilidades intelectuais para não desagradar a Deus de quem procedem todos os dons que possuímos. Não julga os menos capazes, pois os juízos de Deus são diferentes dos juízos dos homens e o que agrada um muitas vezes desagrada o outro.
Precisamos aprender a falar menos de nós mesmos, não contar vantagens ao nosso respeito, não querer exibir nossas habilidades, e passar a mostrar mais interesse pelos outros, fazendo perguntas e ouvindo o que tem a ensinar. Procurar ver sempre o que há de bom nos outros e estimarmo-nos menos do que o próximo não causará mal algum a nós: o “eu” não deve ser o nosso foco principal. Finalmente, devemos lembrar que os humildes vivem em paz permanente, enquanto que no coração dos orgulhosos a ira e a inveja são frequentes.
Reflita:
Tenho sido arrogante ou soberbo quanto à minha cultura, educação e conhecimento? Ajo de forma humilde diante dos outros? Tenho consciência do quanto preciso aprender?
Ore:
Senhor, mostre-me o quanto preciso aprender… Ajude-me a desenvolver um espírito humilde e ensinável.
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