“Então, perguntou Deus a Jonas: É razoável essa tua ira por causa da planta? Ele respondeu: É razoável a minha ira até a morte! Tornou o SENHOR: Tens compaixão da planta que te não custou trabalho, a qual não fizeste crescer, que numa noite nasceu e numa noite pereceu; e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais?” (Jonas 4.9-11)
Vimos até agora que, invariavelmente, o orgulhoso alimenta uma mentalidade que tudo deve ser dele, por ele e para ele. Age como se pudesse domesticar a Deus, pois pensa que Ele deve estar à sua disposição; um “deus” criado sob medida, segundo sua própria imagem e semelhança. Quanto ao próximo, estes existem para agradá-lo, servi-lo e devem respeitá-lo e satisfazer suas necessidades, enquanto que o orgulhoso arroga para si o direito e o poder de julgar, criticar, manipular e faz tudo para impressionar os que estão à sua volta. Quando os outros, e não ele, são valorizados, sente-se diminuído, injustiçado, tomado de grande rancor, mágoa, inveja e ciúme. Enquanto aplaude repete secretamente: “Que raiva! Esta pessoa não merecia, mas eu sim. Só pode ter sido armação. Todos conspiram contra mim…”
Inveja e ciúme são alguns dos sintomas mais comuns e aparentes do orgulho. A pessoa se torna extremamente ácida, irada, magoada, ressentida, desgostosa e vive na defensiva, travando grande luta em relação à crítica. Tal pessoa não suporta a ideia de que não é perfeita ou que tem fraquezas, porque não aceita o que ela mesma é.
Geralmente, quando a pessoa orgulhosa não goza dos mesmos benefícios, ela tem muita dificuldade em se alegrar com as bênçãos ou o sucesso dos outros. Sua inveja faz ela rir dos que choram e chorar dos que riem. Quando é o ciúme que se manifesta, gera um sentimento penoso e corrosivo provocado por uma pessoa que pretende amor e atenção exclusivos. O orgulhoso, então, magoa-se com críticas, ira-se por não ter sido beneficiado, sente inveja pelo sucesso dos outros e ciúme porque tem medo de perder aquilo que não possui. Note o contraste desta triste realidade com as palavras de Paulo:
“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba.” (1 Coríntios 13.4-8)
Ao orar: “… e não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal”, precisamos ter em mente que o orgulho é o maior de todos os males.
Que eu não caia na tentação de me aborrecer quando alguém tem algo que não consigo conquistar. Que eu tenha humildade para reconhecer que tudo vem de Deus, e que Ele pode nos dar ou reter conforme lhe apraz. E que possamos nos sentir verdadeiramente felizes pelos outros:
“Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos.” (Romanos 12.15-16)
A pessoa humilde se alegra com os outros quando coisas boas lhes acontecem, cultivam um sentimento de alegria, quando outros são reconhecidos por suas ações. Ela está consciente de que Deus a tem abençoado imensamente, confiando nEle em relação ao que ela não tem.
Reflita:
Os últimos versos de Jonas chamam a atenção a uma pergunta que ficou sem resposta: Será que você está tão preocupado com o seu conforto e bem estar, e não consegue ver um palmo à frente do seu nariz? Você não se importa que milhares de pessoas sejam destruídas enquanto você lamenta a sombra no seu umbigo? Pense: O que lhe preocupa?
Ore:
Senhor, livre-me do mal do comodismo, egocentrismo e exclusivismo. Ensina-me a amar o próximo como Cristo amou.
Tags: Ciúme Jonas Ódio Orgulho Raiva
