“Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve. Se todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo? O certo é que há muitos membros, mas um só corpo.” (Leia I Coríntios 12.12-28)
O orgulhoso é centralizado em seu ego; cultua a si mesmo. Um orgulhoso acredita que ele é, que dele procede ou que nele está a fonte de tudo que é bom, reto e digno de louvor. Ele também acredita que é (ou deve ser) por si mesmo o realizador de qualquer coisa que valha a pena realizar e que deve, certamente, ser o benfeitor de todas as coisas. Em essência, ele crê que todas as coisas devem acontecer a partir dele, através dele e para ele. Há aqueles que negam, dizendo ser para Deus e vestindo uma roupagem espiritual nisto tudo.
Mas na verdade, o orgulhoso é competitivo em relação aos outros e, especialmente, em relação a Deus. Ele quer estar no topo. Thomas Watson disse:
“O orgulhoso busca tirar Deus de seu lugar”.
O que dizer, então, a respeito daqueles que estão do lado oposto. Ou seja, consumindo-se em autocomiseração, absorvidos em si mesmo, alimentando profundo senso de fracasso? Isto também é orgulho, porém, o “verso da moeda”. As pessoas se consomem em autocomiseração porque focalizam muito o seu próprio “eu”. Elas não estão preocupadas com a glória de Deus, nem com a gratidão pelas boas dádivas e talentos que o Senhor lhes deu, mas, em vez disso, centralizam-se em como não têm “sorte” na vida ou como os outros são melhores, mais bonitos ou mais inteligentes do que elas.
A pessoa cheia de autopiedade consome suas forças em busca de reconhecimento. Não trabalha para a glória de Deus, e sim para a sua própria glória. Quer ser aceita, aprovada e atendida por todos. Quando estes desejos não são realizados, ela se torna ainda mais fechada em si mesma, e o círculo vicioso continua. Isto se chama orgulho.
Este tipo de atitude, que lamenta o fato de não ser aquilo que desesperadamente desejaria ser (exaltado ou estimado), não deve ser enganado pelo pensamento de que não é orgulho. Tal pensamento está muito longe da verdade.
De qualquer forma, uma pessoa orgulhosa crê que a vida toda deve se resumir nela mesma – sua felicidade, suas realizações e seu valor. Aquele que se focaliza apenas na sua falta de talentos e habilidades talvez não se considere absolutamente orgulhoso, porque está sempre se considerando menor que os outros, mas orgulho é a mentalidade centrada no “eu” (a mentalidade de senhor, em vez de servo); é ter o foco voltado para o “eu” e para sua satisfação; é uma busca de autorreconhecimento, autoexaltação, e um desejo de controlar e usar todas as coisas em benefício próprio.
Ao invés disso, precisamos prioritariamente reconhecer o caráter de Deus e confiar nEle. O Criador nos fez exatamente como somos e com um propósito. Não temos que nos comparar com os padrões que o mundo impõe para aceitação (infelizmente tão presentes na igreja também), muito menos gastar a vida correndo atrás deles! Em Provérbios 16:19 lemos que é melhor ser humilde de espírito com os humildes do que repartir o despojo com os soberbos.
Se quisermos ser humildes precisamos reconhecer quem Deus é, aprender a olhar mais para Ele e menos para nós; entender que não possuímos nada, e que até a nossa própria vida vem do Pai e é do Pai. Agindo assim, confiaremos nEle muito mais do que em nós mesmos. Nas horas mais difíceis, agradeceremos a Deus por fazer-nos lembrar o quanto precisamos dEle e por todo o bem que Ele está realizando em nós.
Reflita:
Focalizo mais naquilo que não tenho e não sou (e que gostaria de ter ou ser) do que naquilo que Deus me deu? Sou ingrato com Deus por ter me feito como fez? Rejeito o melhor de Deus para correr atrás do melhor que o mundo oferece?
Ore:
Senhor, ensina-me olhar para Ti. Que meu coração transborde de gratidão, amor e reconhecimento da Tua graça em minha vida. Faça-me enxergar que tudo é Teu!
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