“Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras.” (Hebreus 10.24)
A dinâmica dos relacionamentos humanos é uma arte que foi maculada pelo pecado. Há relacionamentos que, às vezes, mais parece uma guerra. Todos nós nos enveredamos por eles, alguns com mais e outros com menos intensidade. Muitos saem feridos desta batalha e não poucos morrem! Fomos criados para nos relacionarmos, mas cultivar relacionamentos sadios sempre foi um grande desafio, por vários motivos, sendo o principal deles o nosso o-r-g-u-l-h-o.
Para ser sadio um relacionamento deve funcionar como uma via de duas mãos, de fluxo constante e plenamente acessível para ambos os lados. O orgulho interrompe as pistas, derruba pontes, cria empecilhos e desvios, destrói o asfalto. Insistimos em nos relacionarmos porque precisamos: seja por interesses egoístas, seja para satisfazer desejos intrínsecos de nossas almas, pois todo ser humano tem necessidade de amar e ser amado.
De todos estes obstáculos, a principal barreira que o nosso orgulho eleva nesta estrada localiza-se bem na porta de entrada de nossos corações. Não a removemos pelo medo de demonstrar quem somos na realidade, medo de demonstrar nossas fraquezas, dúvidas, temores, lembranças e ansiedades. Precisamos manter o véu da aparência a qualquer custo, por isso insistimos nas relações superficiais.
Permitir que nosso orgulho mantenha as barreiras ativas, significa não nos importar com as outras pessoas, preferindo mantê-las distantes. Racionalizamos que a proximidade trará mais aborrecimentos do que benefícios. Talvez por causa disto nos tornamos tão autossuficientes, a ponto de supor não precisar de ninguém. Pensamos: “meus problemas não são da sua conta e também não estou interessado nos seus”.
Dificilmente verbalizaremos tal pensamento, mas exteriorizamos de outras formas: através de ofensas, sarcasmo ou simplesmente menosprezo ao próximo.
O orgulhoso tende a ser muito rude. Ao menosprezar as outras pessoas geralmente queremos nos manter um degrau acima, e frequentemente isto pode ser evidenciado através de uma atitude indiferente, sarcástica e caçoadora. Então, o nosso orgulho se desculpa (o que nem sempre acontece) dizendo: “este é meu jeito, minha personalidade. Sou assim mesmo”.
Será que foi isto que Deus planejou para nós? Nota-se cada vez mais o crescente número de pessoas que concordam que manter um relacionamento superficial é o normal e o melhor para todos. Daí o tamanho sucesso das redes sociais cibernéticas, ajuntamentos (em vez de casamento) e do sexo sem compromisso. Ao invés de poços profundos, os relacionamentos atuais podem ser comparados a um mar bem raso: conhecem-se muitas pessoas, fala-se muito, mas não se aprofunda nada. Encontramos inúmeras passagens em Provérbios que nos ensinam a desenvolver relacionamentos saudáveis, como por exemplo Provérbios 17.17; 18.1-2:
“Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão.”
“O solitário busca o seu próprio interesse e rebela-se contra a verdadeira sabedoria. O insensato não tem prazer no entendimento, senão em externar o seu interior.”
Cultivar relacionamentos achegados é um sinal de humildade. O humilde tem amigos e queridos, porque é afável e ama o próximo como Cristo amou. Ele se mostra disposto a pedir ajuda para os vários fardos e problemas que possa ter. Leia Atos 20.17-38 e pense no tipo de relacionamento que o apóstolo Paulo cultivou com aqueles homens.
Reflita:
Estou disposto a construir relações próximas e a amar o próximo incondicionalmente? O que posso aprender com os relacionamentos que Cristo construiu aqui na terra?
Ore:
Senhor, ensina-me a amar sem desejar (mesmo que secretamente) ser amado primeiro.
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