“O que repreende o escarnecedor traz afronta sobre si; e o que censura o perverso a si mesmo se injuria. Não repreendas o escarnecedor, para que te não aborreça; repreende o sábio, e ele te amará.” (Provérbios 9.7-8)
Estamos vendo como é gritante a diferença nas condutas do humilde e do orgulhoso. Nesta altura, já deu para perceber quanta exortação à sabedoria o livro de Provérbios nos traz. Praticamente, quase todo o livro apresenta o contraste entre alguns personagens: de um lado o tolo, estulto, soberbo, escarnecedor, louco e insensato; do outro o sábio, humilde e diligente. Além disso, encontramos neste livro conselhos práticos para aqueles que querem andar segundo a sabedoria de Deus.
É interessante notar que em nenhum momento Provérbios diz que o sábio não erra, mas uma das qualidades dele é a humildade. Esta se manifesta também como gratidão nas sugestões, críticas e até numa possível repreensão, quando se faz necessária. Quantos de nós já pensamos assim? A pessoa humilde vê a crítica como algo bom para si, e considera que Deus pode estar lhe ensinando alguma coisa. Repreenda o sábio, e ele te amará, diz o texto. Ou seja, quando assumimos uma posição de sábios, tementes a Deus, devemos receber a crítica com gratidão de coração, espírito de mansidão e profunda atitude de introspecção e respeito para com aquele que está nos repreendendo.
Você já tentou conversar com uma pessoa orgulhosa sobre algum… digamos… deslize que ela tenha cometido? Geralmente elas são extremamente resistentes a críticas. Algumas assumem uma posição defensiva como gatos: ao menor sinal de perigo, arrepiam-se todos, arreganham os dentes e mostram as garras prontas para pular no seu pescoço. Outras se fecham como uma ostra. O orgulhoso diz: Não aceito ou não tolero que me critiquem. Não existe crítica construtiva… todas são para me derrubar ou denegrir minha imagem. Aquele “conselho” que o irmão me deu é para me humilhar. Não tolerarei tal afronta.
No momento da repreensão, abaixe a guarda, solte as pedras! Não queira discutir suas razões e direitos. Não se arme de argumentos. Apenas escute…
Se você estiver certo, o tempo mostrará, se estiver errado, humilhe-se e assuma. Isto é nobre! Preste atenção em mais estes provérbios:
“Quem ama a disciplina ama o conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é estúpido.” “Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto.” “Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de quem odeia são enganosos.” (Provérbios 9.8 ; 27.5-6; 12.1)
Receber e ouvir críticas humilde e abertamente são opções que os orgulhosos desconhecem ou abominam. Aprenda a ser grato por críticas ou reprovações, e ainda, enxergue nelas oportunidades para seu aperfeiçoamento. Não seja defensivo e, muito menos, tente transferir ou amenizar sua culpa. Primeiramente ouça…
Lembre-se da atitude de Cristo diante daqueles que o acusavam:
“Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.” (I Pedro 2.21-24)
Reflita:
Quantas vezes você já se defendeu: “Você está dizendo que a culpa é minha?” ou “E você, não faz nada de errado?” ou ainda “Você só fala de mim? Todo mundo faz assim!” Você já tentou justificar seu próprio pecado comparando-se com outros, numa forma de desviar o foco de suas faltas?
Ore:
Senhor, abra meus ouvidos e faça minha boca se calar diante da repreensão. Dê-me sabedoria e humildade para receber e compreender a disciplina que vem daquele que me quer bem.
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