“Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?” (Leia Mateus 7.1-5)
Um grande filósofo da nossa época, chamado Homer Simpson, fez a seguinte citação: “A culpa é minha, eu a coloco em quem eu quiser!”
Esta frase é tão genial que deveria ser emoldurada e pendurada na parede da nossa sala. Só que, como outro sábio bem observou, não há nada de novo debaixo do sol (Ec 1.9).
A terceirização da culpa é mais antiga do que a invenção da roda (e ambas existem para facilitar nossa vida, não é mesmo?). Quando o pecado entrou no mundo, o orgulho estava presente tanto na tentação (quando Eva quis ser igual a Deus), quanto na consequente queda (quando ambos – Adão e Eva) não assumiram suas responsabilidades (Gn 3.11-13).
O orgulho nos equipa com algumas habilidades fascinantes. Uma delas é a rapidez em apontar os erros e defeitos dos outros, que, como sempre, pode vir camuflada com uma capa espiritual. É quando falamos: preciso ficar alerta quanto à vida e conduta dos irmãos, afinal, não posso deixar o pecado brotar e crescer no seio da igreja! Muitas vezes nos comportamos como aqueles atiradores de elite, só aguardando o momento certo para abater mais um “pecador”.
Outra destas habilidades é a capacidade incrível que nós temos de maximizar os pecados e as fraquezas dos outros. Para o orgulhoso, as outras pessoas são o problema. Podemos aumentar ou chamar atenção para o pecado dos outros através de fofocas e comentários carregados de malícia, maledicência e maldade, ou, com uma veste sacerdotal, espalhando pedidos de oração a todos pelo pecado do miserável irmãozinho.
Para todos aqueles que insistem em agir assim, Jesus contou a parábola do fariseu e do publicano (Lucas 18.9-14). Vale a pena ler com muita atenção. Se a Bíblia não dissesse que é uma parábola (v.9), eu poderia jurar que é um caso verídico…
Em relação a isto, devemos nos lembrar que assumir uma postura humilde é não só reconhecer as nossas fraquezas, mas ainda minimizar o pecado ou fraqueza dos outros em comparação com os nossos. Uma pessoa humilde pensa nos seus próprios pecados com mais frequência do que nos pecados dos outros.
Devemos nos lembrar também que assumir uma postura de humildade é não julgar as falhas e os pecados dos outros. Note o que Jesus ensinou em Mateus 7.1-2:
“Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também.”
A Bíblia diz que Deus é o justo juiz (Salmos 7.11) e, quando julgamos os outros, estamos assumindo um papel que não é nosso; antes é exclusivo do SENHOR.
Pode ser que você se lembre de um texto que diz:
“Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça.” (João 7:24)
Bem, primeiramente, Jesus está nos proibindo fazer aquilo que sempre fazemos (não julgueis pela aparência). Além disso, ele está apelando para o padrão de Deus (mas sim pela reta justiça). Portanto, devemos concluir: aquele que se julga à altura de exercer tal justiça, que atire a primeira pedra… (Jo 8.7)
Reflita:
Consigo enxergar quando e onde erro? Reconheço meu pecado ou tento contemporizar? Divido ou jogo a culpa em outros? Julgo o próximo ao ver ou saber de alguma atitude?
Ore:
Senhor, mostre para mim as minhas falhas com a mesma velocidade que aponto a dos outros.
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