Por Joe Carter
“Já que o cérebro humano é a âncora biológica de nossa experiência psicológica, é útil entender como ele funciona”, diz William M. Struthers, professor associado de psicologia do Wheaton College. “Saber como ele é conectado e onde é sensível pode nos ajudar a entender por que a pornografia afeta as pessoas da maneira que afeta”. Aqui estão 9 coisas que você deve saber sobre a pornografia e como ela afeta o cérebro.
1. O material sexualmente explícito ativa neurônios-espelho no cérebro masculino. Esses neurônios, que estão envolvidos no processo de como imitar um comportamento, contêm um sistema motor que se correlaciona com o planejamento de um comportamento. No caso da pornografia, esse sistema de neurônios-espelho desencadeia a excitação, o que leva à tensão sexual e à necessidade de uma válvula de escape. “A triste realidade é que, quando o individuo age (muitas vezes se masturbando), isso leva a consequências hormonais e neurológicas, que se destinam a prendê-lo ao objeto em que está se concentrando”, diz Struthers. “No plano de Deus, esta seria sua esposa, mas para muitos homens é uma imagem em uma tela. A pornografia, portanto, escraviza o espectador a uma imagem, sequestrando a resposta biológica destinada a unir um homem a sua esposa e, portanto, inevitavelmente afrouxando esse vínculo. ”
2. Nos homens, há cinco substâncias químicas primárias envolvidas na excitação e resposta sexual. O que provavelmente desempenha o papel mais significativo no vício da pornografia é a dopamina. A dopamina desempenha um papel importante no sistema cerebral, que é responsável pelo aprendizado orientado por recompensas. Cada tipo de recompensa estudado aumenta o nível de transmissão de dopamina no cérebro, e uma variedade de drogas viciantes, incluindo estimulantes como cocaína, anfetamina e metanfetamina, agem diretamente no sistema dopaminérgico. A dopamina surge quando uma pessoa é exposta a novos estímulos, especialmente se forem sexuais, ou quando um estímulo é mais excitante do que o previsto. Como as imagens eróticas desencadeiam mais dopamina do que sexo com um parceiro familiar, a exposição à pornografia leva ao “vício da excitação” e ensina o cérebro a preferir a imagem e a ficar menos satisfeito com parceiros sexuais da vida real.
3. Por que os homens procuram uma variedade de novas imagens sexuais explícitas em vez de ficarem satisfeitos com as mesmas? A razão é atribuída ao efeito Coolidge, um fenômeno visto em espécies de mamíferos por meio do qual os machos (e em menor medida as fêmeas) exibem interesse sexual renovado se apresentados a novos parceiros sexuais receptivos, mesmo após recusar o sexo de parceiros sexuais anteriores, mas ainda disponíveis. Esse mecanismo neurológico é uma das principais razões para a abundância e a dependência da pornografia na Internet.
4. A superestimulação do circuito de recompensa – como ocorre com picos repetidos de dopamina relacionados à exibição de pornografia – cria dessensibilização. Como explica Gary Wilson, “Quando os receptores de dopamina caem após muita estimulação, o cérebro não responde tanto e sentimos menos recompensa do prazer. Isso nos leva a buscar ainda mais por sentimentos de satisfação – por exemplo, buscando estímulos sexuais mais extremos, sessões mais longas de pornografia ou visualização mais frequente de pornografia – entorpecendo ainda mais o cérebro”.
5. “Os hábitos psicológicos, comportamentais e emocionais que formam nosso caráter sexual serão baseados nas decisões que tomamos”, diz Struthers. “Sempre que a sequência de excitação e resposta é ativada, ela forma uma memória neurológica que influenciará o processamento futuro e a resposta a estímulos sexuais. À medida que esse caminho é ativado e percorrido, ele se torna uma rota preferida – uma jornada mental – que é regularmente percorrida. As consequências disso são de longo alcance. ”
6. O que torna a pornografia na Internet única? Wilson identifica uma série de razões, incluindo: (1) pornografia na Internet oferece extrema novidade; (2) ao contrário de alimentos e drogas, quase não há limitações físicas para o consumo de pornografia na Internet; (3) com a pornografia na Internet, pode-se criar uma ilusao de mais “parceiros” inovadores ao ver gêneros novos e incomuns; (4) ao contrário das drogas e da comida, a pornografia na Internet não ativa o sistema de aversão natural do cérebro; e (5) a idade em que os usuários começam a assistir pornografia. O cérebro de um adolescente está no auge da produção de dopamina e neuroplasticidade, o que o torna altamente vulnerável ao vício e à religação.
7. A exposição dos homens a material sexualmente explícito está correlacionada com ansiedade social, depressão, baixa motivação, disfunção erétil, problemas de concentração e autopercepções negativas em termos de aparência física e funcionamento sexual.
8. O vídeo a seguir oferece uma breve visão geral do efeito da pornografia no cérebro.
9. Neste vídeo, Gary Wilson discute os sintomas perturbadores que aparecem em alguns usuários pesados de pornografia na Internet, a surpreendente reversão desses sintomas e a ciência por trás desses fenômenos. Embora não seja apresentada de uma perspectiva cristã, a discussão é altamente recomendada para melhor compreensão dos efeitos deletérios e abrangentes que a pornografia tem sobre os homens.
Original em The Gospel Coalition
Tradução de Robinson dos Santos
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